domingo, 24 de novembro de 2013

AUTISMO: BATALHA NA NOVELA E NA VIDA REAL



      Em Amor à Vida, Linda (Bruna Linzmeyer) chama a atenção para uma síndrome que, segundo estimativas, afeta 120 mil pessoas somente no Rio Grande do Sul: o autismo. Os números são alarmantes - pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde informa que um a cada 54 meninos (eles são muito mais atingidos do que as meninas) é autista e que o número de casos, por motivos desconhecidos, tem aumentado entre 10% e 17% ao ano. Apesar disso, a doença ainda é bastante desconhecida, e as famílias afetadas sofrem com o preconceito e com a falta de assistência do poder público.  

Entenda melhor a síndrome

      A médica clínica Ana Beatriz Squadri, da Santa Casa, esclarece questões sobre o autismo:

- É uma disfunção neurológica com base genética cujas características são dificuldade de interagir e de comunicar-se, comportamentos repetitivos e restritivos, como movimentos contínuos com o tronco ou com as mãos, e interesses muito específicos (ficam observando um mesmo objeto durante horas, por exemplo).

- O autista não lida bem com mudanças em sua rotina e tem muita sensibilidade aos estímulos sonoros e visuais.

- Há vários graus de autismo, do mais leve, quando não há comprometimento da fala e da inteligência, ao mais severo.

- Não há cura, e o tratamento ideal é a combinação de vários profissionais das áreas da saúde e educação. Se necessário, podem ser usados medicamentos.

Após o diagnóstico, mais dificuldades

      Entidades, familiares e profissionais de saúde são unânimes em afirmar: não há uma rede de atendimento pública adequada para o autista. Não existe, na Capital, nenhum tipo de atendimento de saúde sem custo, especialmente voltado aos autistas. Por isso, muitas famílias têm garantido na Justiça o direito a um acompanhamento adequado.

- Não há atendimento gratuito de saúde à pessoa com autismo, consideradas todas as suas necessidades - explica Marcelo Ribeiro Lima, diretor-presidente do Instituto Autismo & Vida.

      Sancionada em 27 de dezembro de 2012, a lei federal 12.764 garante aos autistas direitos como o atendimento gratuito nas áreas da saúde e educação.

Situação pode melhorar no futuro

      A coordenadora da Política de Saúde da Pessoa Com Deficiência da Secretaria Estadual da Saúde, Anne Montagner, reconhece as dificuldades em cumprir a lei, mas afirma que a situação deve melhorar:

- Está em fase de aprovação o Plano Estadual de Atenção à Pessoa com Deficiência, que prevê 23 centros especializados em reabilitação no Estado, qualificando o atendimento. A dificuldade das famílias de autistas deve diminuir significativamente.
FONTE: DIÁRIO GAÚCHO

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