sexta-feira, 30 de maio de 2014

PROFESSORES EXCLUSIVOS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA - É POSSÍVEL A COMBINAÇÃO?




Lucio Carvalho*
     Apesar de que a educação inclusiva balize há alguns anos já a política nacional de educação especial e a própria legislação preveja, através da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o desenvolvimento de sistemas educacionais  inclusivos, ainda há muita discrepância entre ideia e prática. E também de uma realidade para a outra.
    A educação inclusiva, embora parta de uma construção teórica, não pode sustentar-se absolutamente como ideia. É preciso que ela ganhe formato, práticas e condutas. No cenário pedagógico brasileiro, ganha força a ideia de que o aluno com deficiência deve ser assistido individualmente, oferecendo-se “proteção” em detrimento de oportunidades de desenvolvimento de sua autonomia, talvez sem que se perceba que a conduta pode estimular um efeito indesejado, o do isolamento. Famílias têm recorrido ao poder judiciário exigindo a presença do “professor exclusivo” e, de sua parte, o judiciário tem acatado esse tipo de demanda, conforme foi noticiado no portal UOL Educação recentemente.
    O caso da reportagem, entretanto, é apenas um entre tantos. Não há estimativas oficiais, mas este é um número que não para de crescer, principalmente entre escolas particulares.
    Esta seria uma das formas encontradas para que os sistemas educacionais pudessem, supostamente, suportar a ideia da educação inclusiva no interior de seus muros. E também seria forma de aplacar a ansiedade das famílias, pois a presença de um professor exclusivo representaria, ao menos em tese, um fator de segurança.

    A questão é entender por que o ambiente escolar e os próprios contextos educacionais não podem por si só oferecer essa segurança. Então, nesse ponto, talvez seja possível começar a responder aquela pergunta inicial, sobre os reais beneficiários da prática.
    Diretamente, através do recurso (muitas vezes cobrado ilegalmente das famílias), a escola esquiva-se de criar condições realmente inclusivas, porque a inclusão não é uma ideia, mas uma prática. Ninguém estuda e convive numa ideia, mas apenas numa relação de transferência social. Essa perspectiva, entretanto, parece ainda muito distante da realidade. Dessa forma, desconsidera-se o fato de que outros alunos, sem deficiência, também têm dificuldades que (por que não?) mereceriam o mesmo tratamento. Mas o traço distintivo da deficiência é ainda poderoso e é bem mais confortável isolar e identificar “um” problema que tratar de contextos sociais.
    Mas quem, afinal, corre perigo com a presença de um aluno com deficiência no ambiente escolar? A resposta pode ser multivariada, e com certeza haverá opiniões discordantes nesse sentido, mas parece claro que a situação expõe uma grande fragilidade, tanto dos sistemas educacionais como do de garantias legais, em compreender e assimilar que a deficiência não deve nem pode ser resolvida no indivíduo, mas apenas pelo encontro de interesses em promover-se ambientes sociais favoráveis ao aprendizado e convívio entre todos.

*Coordenador-Geral da Inclusive – Inclusão e Cidadania

FONTE: uol

quinta-feira, 29 de maio de 2014

PRETO AMARAL - O PRIMEIRO SERIAL KILLER BRASILEIRO



      José Augusto do Amaral, mais conhecido como Preto Amaral, nasceu em Minas Gerais no ano de 1871. Ele é considerado o primeiro assassino em série brasileiro. 
   Amaral era filho de escravos do Congo e Moçambique. Quando estava com 17 anos se beneficiou da Lei Áurea da Princesa Isabel para ser alforriado. Logo após, sem muitas oportunidades de emprego, ele entrou para o exército que era uma das poucas ocupações disponíveis para os negros na época. 
      Amaral serviu no país inteiro: Espírito Santo, Bahia, Ceará, Rio grande do Sul, São Paulo, Goiás e vários outros lugares. Na Guerra de Canudos (1987), chegou a tenente. Ele também foi parte do primeiro batalhão da brigada policial e de vários outros batalhões, sendo que ele, na maioria, acabava por desertá-los. Até que em Bagé ele se juntou ao exército nacional, onde ao desertar foi preso, e teve que responder ao conselho de guerra. Foi condenado a sete meses de prisão no quartel.
       Depois de rodar o Brasil como voluntário da Pátria, no ano de 1926, Amaral já estava com 55 anos, tinha uma vida de andarilho e vivia de sub-empregos (bicos). Nessa época ele cometeu o seu suposto primeiro crime. Em 5 de dezembro de 1926, Antônio Sanchez, de 27 anos, foi achado morto nas imediações do Aeroporto Campo de Marte, zona norte de São Paulo, após aceitar um convite para almoçar. “Com a certeza de que o rapaz não dava sinais de vida, ele o sodomizou e fugiu em seguida. 
       José Felippe de Carvalho, 12 anos, abordado na véspera do Natal, quando ia para a missa, foi também levado para o Campo de Marte, estrangulado e estuprado. A última vítima foi Antônio Lemes, 15 anos, morto em 1º de janeiro de 1927, depois de ganhar um almoço. Depois desses crimes houve ainda uma tentativa esganamento e atentado violento ao pudor, mas o rapaz que ele tentou esta investida conseguiu escapar da morte porque o "Preto" teria se assustado e o deixado no local, e em seguida foi até a delegacia denunciá-lo. Logo depois disso ele foi preso, torturado pela polícia e acabou confessando os seus supostos crimes. Já era famoso em São Paulo antes mesmo da sua prisão, os jornais da época estampavam notícias sobre um assassino em série na cidade e o mesmo já tinha as alcunhas na mídia local de "O mostro Negro" e "O Diabo Preto". As investigações levaram a polícia até Preto Amaral, que confessou os crimes, sem demonstrar emoção. 
     Embora tenha sido reconhecido por testemunhas, a dúvida da autoria dos homicídios sempre permaneceu. Depois de preso ele foi examinado por um psiquiatra que numa das consultas ouviu uma história que ele contou sobre o tamanho exagerado de seu pênis e que sempre teve dificuldades de se relacionar com uma mulher, porque, segundo ele, nenhuma delas queria ter relações sexuais devido ao exagero do tamanho do seu membro.   Ele atribuía esse fato a uma simpatia que fez quando adolescente. Aconselhado por amigos, teria marcado numa bananeira o tamanho desejado para seu pênis, com dois traços riscados a faca. Passado algum tempo, ao perceber que seu pênis se desenvolvia sem parar, correu até a árvore para modificar o traçado, mas já era tarde. Ela crescera demais e a distância entre os traços também. Desesperado, Amaral derrubou-a a machadadas na tentativa de interromper o processo, mas, segundo ele, o “encanto” permaneceu.
      Na época isso acabou relacionando o tamanho do seu pênis ao tamanho de sua bestialidade (comum pensamento da população sobre os tarados na época). Alguns casos continuaram a acontecer mesmo com o Preto Amaral preso, e com isso ele acabou virando uma lenda. A população revoltada queria o seu linchamento, ou morte, mas o Preto Amaral faleceu antes mesmo de ser julgado, cinco meses depois de ser preso. Amaral morreu de tuberculose em 12 de julho de 1927, na Cadeia Pública. Apesar de nunca ter sido julgado, ele é considerado o primeiro serial killer brasileiro e hoje sua história faz parte do Museu do Crime em São Paulo.

FONTE: http://omundomau.blogspot.com.br

quarta-feira, 28 de maio de 2014

terça-feira, 27 de maio de 2014

ALUNA COM DOWN DEVE TER PROFESSOR EXCLUSIVO, DIZ JUSTIÇA



      O pai de uma aluna de 9 anos com síndrome de Down conseguiu, através de uma liminar judicial, que o Estado de São Paulo seja obrigado a fornecer uma professora exclusiva para sua filha. Ela cursa, na rede regular de ensino, o terceiro ano do ensino fundamental no Colégio Estadual Pedro Malozze, em Mogi das Cruzes.
    O pai também conseguiu na Justiça, uma cuidadora terceirizada para ficar com a menina em horários nos quais ela não possui atividades curriculares, como recreios, além de acompanhá-la ao banheiro e cuidar dela em atividades que ela não participa, como educação física. A Justiça determinou ainda que o governo estadual forneça transporte para a menor.
      Segundo o pai de Anna, Alessandro Guedes, a ação foi proposta no ano passado. Em 2014, no começo do ano letivo, a liminar foi concedida e, desde então, ela acompanha as aulas com o resto da turma.
      “Eu percebia que minha filha ia à escola, mas não aprendia, não evoluía pedagogicamente, então comecei a pesquisar, entrei em contatos com outros pais, li sobre as nossas leis. Não podia ficar de braços cruzados”, afirma o pai. “Ter um professor assistente para alunos com necessidades especiais é fundamental, não podemos delegar isso apenas ao professor da sala, ela tem mais 30 alunos para ensinar, como vai dar atenção a uma criança especial?” comenta.

Inclusão
      Guedes conta ainda que chegou a analisar a matricula de Anna em uma escola especial na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), mas decidiu optar pela escola regular por acreditar que a inclusão seria maior lá. Ele também acredita que o Estado tem condições de arcar com os custos dessa decisão. “A partir do momento em que o Estado faz uma lei e garante às pessoas com necessidades especiais o direito à inclusão, não cabe a mim a preocupação com os custos”, avaliou.
      O defensor público Renato Campolino Borges, que atua em Mogi Mirim, concorda. Segundo ele, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes de Bases da Educação estabelecem que o ensino deve ser preferencialmente na rede regular. “Frequentar desde o início uma escola regular ajuda na inclusão. Por isso, as pessoas devem fazer a matrícula e, se houver algum problema, ou se a criança não receber a atenção especial, devem procurar a Justiça”, disse.

Apoio
      O pai conta que teve apoio da Diretoria de Ensino de Mogi Das Cruzes no acompanhamento da filha. “Todos se beneficiam quando você trata da inclusão. O aluno regular aprende a conviver com o diferente, a valorizar a diferença. É esse mundo que a gente quer”, avaliou a supervisora de ensino Marta Terrone.
      A Secretaria da Educação do Estado esclarece que foi pioneira no processo de inclusão escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais e conta com núcleo pedagógico específico que atua no gerenciamento, acompanhamento, e suporte às ações regionais de educação especial, nos processos de formação continuada, na provisão de recursos e na articulação das escolas com a comunidade.
   Questionada sobre os custos para a implementação do professor adicional em sala de aula, transporte da aluna e cuidadora, a instituição não se pronunciou sobre esses tópicos até o fechamento desta matéria, mas declarou que a “Diretoria Regional de Ensino de Mogi das Cruzes em conjunto com a direção da escola, sempre que necessário prestou todo o atendimento aos responsáveis da aluna”.

Fonte: Tribuna Hoje

segunda-feira, 26 de maio de 2014

CINEMA EM TIRAS - CINEMA PARADISO - PARTE 4





Prêmios e indicações:




- Oscar 1990 (EUA): venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.


- Globo de Ouro 1990 (EUA): venceu na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

- Festival de Cannes 1989 (França): recebeu o Grande Prêmio do Júri e foi indicado à Palma de Ouro.

- Prêmio César 1990 (França): ganhou o prêmio de Melhor Poster e foi indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

- Academia Japonesa de Cinema 1991 (Japão): indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

- Prêmio David di Donatello 1989 (Itália): venceu na categoria de Melhor Música (Ennio Morricone).










 CONTINUA...












sexta-feira, 23 de maio de 2014

PARALISIA CEREBRAL - DESORDENS ASSOCIADAS 2


Alterações Visuais

       Quando a criança nasce, o seu sistema visual não é ainda maturo. A fóvea, parte da retina responsável pela acuidade visual, não está completamente desenvolvida. As células desta região passam por um processo de crescimento e organização e somente alcançam a maturidade por volta dos quatro anos de idade. Normalmente, em torno dos três meses de vida, a criança já é capaz de fixar e acompanhar um objeto em movimento, mas a visão binocular se desenvolve somente entre o terceiro e o sétimo mês.
    Na PC, o estrabismo é freqüente. Catarata (opacidade do cristalino), coriorretinite (inflamação da coroide e da retina) e glaucoma (aumento da pressão ocular) são desordens oculares comumente encontradas nas infecções congênitas.
     Aproximadamente 2/3 dos prematuros de peso abaixo de 1250g desenvolvem algum grau de retinopatia do prematuro. Nos prematuros, o oxigênio usado para tratar a síndrome de esforço respiratório pode alterar o crescimento dos vasos sanguíneos da retina, predispondo a miopia, estrabismo e glaucoma. Nos casos mais graves, uma cicatriz fibrosa descola a retina do fundo do olho determinando perda da visão. Mesmo se tomando todas as medidas para prevenir a retinopatia do prematuro, ela pode ocorrer, e por este motivo, todos os prematuros tratados com oxigênio devem ser referidos para avaliações oftalmológicas periódicas durante os primeiros meses de vida.
     A córtex visual é a região do lobo occipital responsável pela recepção e decodificação da informação enviada pelos olhos. Uma lesão nesta área pode determinar perda visual que neste caso é chamada de deficiência visual cortical (DVC). As causas mais frequentes de DVC são hipóxia, infecções do sistema nervoso central, traumatismo crânio-encefálico e hidrocefalia. Os testes eletrofisiológicos completam a avaliação clínica e podem determinar se a causa da deficiência visual está nos olhos ou no cérebro. O eletrorretinograma avalia a função retiniana e o potencial evocado visual avalia as vias nervosas do olho até a córtex visual. Na DVC, apesar dos testes iniciais indicarem deficiência importante, muitas crianças desenvolvem alguma função visual e a estimulação favorece de alguma maneira o desenvolvimento da visão.
        É importante fazer a diferença entre DVC e atraso da maturação visual nas crianças que apresentam resposta inadequada aos estímulos visuais. As crianças com atraso da maturação visual, geralmente, não têm história de problemas durante a gestação ou o nascimento e têm exame oftalmológico normal, embora possam apresentar algum atraso do desenvolvimento psicomotor. O prognóstico é bom, ocorrendo melhora espontânea da função visual com o desenvolvimento da criança.

        Todas as crianças com diminuição da resposta aos estímulos visuais ou alterações oculares devem ser avaliadas por oftalmologista interessado no diagnóstico e tratamento das doenças oculares infantis.

FONTE: REDE SARAH

quinta-feira, 22 de maio de 2014

CINEMA EM TIRAS - CINEMA PARADISO - PARTE 3




      Este filme, dirigido por Giuseppe Tornatore, não conta apenas uma história sobre a importância do cinema como meio de diversão e lazer. O que ele nos apresenta é uma história de amizade, de saudade e de superação. 
                 É com uma habilidade ímpar que o diretor nos mostra um menino que teve uma infância triste e marcada pelo falecimento do pai, mas que nunca perdeu a esperança e a força. Um dos motivos foi o amor pelo cinema e o outro, a amizade. 
            Um filme simples, mas intenso. Cada cena nos encanta de uma maneira única e os personagens, cativantes, apaixonados pelo cinema, sinceros e bem desenvolvidos, contribuem para a beleza e a magia do filme, que é sem dúvida um clássico do cinema. 
             Além disso, o roteiro é super bem escrito, com algumas passagens cômicas, mas sempre naturais.
     As cenas também foram extremamente bem filmadas. Sem dúvida o grande destaque são as de despedida e chegada. No momento em que o Totó, já adolescente, parte para Roma, a câmera se apega a detalhes: mãos, silêncio, abraço. Da mesma forma, quando ele retorna para a sua cidade em razão do falecimento do velho amigo, a cena do vestido de tricô feito pela mãe que vai se desfazendo enquanto ela parte para os braços do filho, traduz uma emoção única.
       Quanto à trilha sonora, também é possível verificar a sua mudança. Nas duas primeiras fases do filme (Totó criança e adolescente), ela é digna de um filme antigo dos anos 40, emocionante, sensível. No entanto, na terceira fase, com Totó adulto e que representava o tempo atual, a música passa a ter um tom melancólico e nostálgico. 

FONTE: http://www.universodosleitores.com/








 CONTINUA...


terça-feira, 20 de maio de 2014

COMERCIAL REPRODUZ SINTOMA DO AUTISMO



      Entender alguém com autismo é algo complicado. É difícil saber o que se passa na mente daqueles que possuem a disfunção. Pensando nisso, a agência londrina The News criou um comercial que reproduz um dos sintomas que acomete alguns indivíduos que possuem o transtorno de desenvolvimento.

            O objetivo é promover a National Autistic Society, uma organização britânica que luta para disseminar informações sobre o autismo.
O filme mostra como imagens  e sons podem sobrecarregar alguém que possui anormalidades sensoriais.
           Em entrevista ao site da Adweek, o diretor de criação responsável pela ação, Kit Dayaram, ressalta que o filme representa como as pessoas com sensibilidade sensorial se sentem, mas não reproduz “exatamente” como é o sintoma, dá apenas uma ideia do que acontece.


CINEMA EM TIRAS - CINEMA PARADISO - PARTE 2


 Por Ana Lucia Santana

      Nesta trama pungente e singela, o italiano Giuseppe Tornatore realiza uma das mais belas declarações de amor ao cinema. O protagonista desta história, já imortalizada na história deste gênero artístico-cultural, é de certa forma um alterego do cineasta, que se identifica profundamente com seu personagem Salvatore di Vita, renomado diretor de cinema que reside em Roma, quando é então surpreendido com a notícia da morte de Alfredo.
      Imediatamente o artista se recorda de seu amigo, responsável pelo Cinema Paradiso, refúgio do garoto então conhecido como Totó. Para lá ele escapava sempre que era possível, e neste templo da criação ele foi iniciado pelo projecionista Alfredo, em meados da década de 40, na paixão e nas técnicas da arte cinematográfica.
         Mas não é apenas Totó que é introduzido neste universo fascinante. É fácil para qualquer amante do cinema se identificar com as cenas que Tornatore seleciona em seu filme, tesouros que povoam as telas do Cinema Paradiso e encantam, seduzem, embriagam não só o menino fascinado com as imagens que se sucedem, mas também o público, que também tem ou está formando sua própria memória cinematográfica.
     É com extrema habilidade e apurada emotividade que o diretor retrata a passagem do menino da infância triste, povoada pela morte do pai na guerra, para o universo adulto, através do cinema. É de forma poética que ocorre este amadurecimento do protagonista, que tem sua sensibilidade e seu olhar educados pelas imagens.
       Depois que o jovem sofre uma profunda desilusão amorosa em seu relacionamento com Elena, filha do banqueiro de sua cidade, Salvatore se muda para Roma. Somente após a morte de Alfredo, trinta anos depois, ele retorna para sua inesquecível terra natal, Giancaldo.







CONTINUA...











HISTÓRIA DA HIGIENE - SÉCULOS DE IMUNDÍCIE - PARTE 4

Fábrica de papel higiênico


          Foi só no século XIX, com a propagação da água encanada e do esgoto e com o desenvolvimento de uma nova indústria da higiene – principalmente nos Estados Unidos –, que o banho foi reabilitado. O sabão, conhecido desde a Antiguidade, mas por muito tempo considerado um produto de luxo, foi industrializado e popularizado. Em 1877, a Scott Paper, companhia americana pioneira na fabricação de papel higiênico, começou vender seu produto em rolos, formato que se mostra até hoje insuperado.
       O século XX prosseguiria com a expansão da higiene. Os desodorantes modernos datam de 1907 e a primeira escova de dentes plástica é dos anos 50. A divulgação de produtos e práticas de higiene pessoal passou a contar com um aliado poderoso: a publicidade. Lançado em 1917, o Kotex, tido como o primeiro absorvente íntimo feminino, foi divulgado em 1946 por um filme de animação produzido pelos estúdios Disney. "O sabonete e a publicidade cresceram juntos", diz Katherine Ashenburg em seu livro. Foi daí que surgiu a expressão em inglês que designa a telenovela: soap opera, "ópera de sabonete", referência aos patrocinadores desses programas.
       Katherine sugere que o avanço da assepsia pode ter chegado a extremos, especialmente nos Estados Unidos. Alguns cientistas já aventaram a hipótese de que a superproteção com que as crianças hoje são educadas está debilitando resistências imunológicas e aumentando a incidência de doenças alérgicas. A história dos séculos sujos que nos precederam pode ser uma lição moderadora: a humanidade, afinal, sobreviveu a toda essa imundície. As vantagens de viver na era do desodorante e do fio dental mentolado são auto-evidentes, mas convém lembrar sempre a frase de Henry J. Temple, nobre inglês da virada do século XVIII para o XIX: "Sujeira é só matéria fora do lugar". 

FONTE: http://veja.abril.com.br/

segunda-feira, 19 de maio de 2014

CINEMA EM TIRAS - CINEMA PARADISO - PARTE 1



      Nuovo Cinema Paradiso (no Brasil e em Portugal, Cinema Paradiso) é um filme italiano de 1988  escrito e dirigido por  Giuseppe Tornatore. 
         Salvatore Di Vita é um cineasta bem-sucedido que vive em Roma. Um dia ele recebe um telefonema de sua mãe avisando que Alfredo está morto. A menção deste nome traz lembranças de sua infãncia e, principalmente, do Cinema Paradiso, para onde Salvatore, então chamado de Totó, fugia sempre que podia, depois que terminava a missa (ele era coroinha). No começo, ele costumava espreitar as projeções através das cortinas do cinema, que o padre via primeiro para censurar as imagens que possuíam beijos, e fazia companhia a Alfredo, o projecionista. Foi ali que Totó aprendeu a amar o cinema.
 
Elenco:
  • Philippe Noiret .... Alfredo
  •  Jacques Perrin.... Salvatore (adulto)
  •  Salvatore Cascio.... Salvatore (criança)
  •  Marco Leonardi.... Salvatore (adolescente)
  •  Agnese Nano.... Elena (adolescente)
  •  Leopoldo Trieste.... Padre Adelfio
  •  Enzo Cannavale.... Spaccafico
  •  Isa Danieli....  Anna
  •  Leo Gullotta.... Usher
  •  Pupella Maggio.... Maria (idosa)
  •  Roberta Lina .... Lia





 



CONTINUA...

sábado, 17 de maio de 2014

RAMPA PARA QUEM?



      Mais uma pérola da arquitetura e do desenho universal. Como que uma pessoa com deficiência pode subir ou descer por uma rampa assim? E o pior, é que segundo os créditos da foto, trata-se da prefeitura de uma cidade no Rio Grande do Sul.

HISTÓRIA DA HIGIENE - SÉCULOS DE IMUNDÍCIE - PARTE 3



   
      A transição para a era moderna não trouxe nenhuma melhora higiênica – pelo contrário, o progressivo inchaço das cidades gerou catástrofes sanitárias. Em Londres, Paris ou Lisboa, a disposição de lixo e de dejetos humanos era feita na rua mesmo. No suntuoso Palácio de Versalhes, um decreto de 1715, baixado pouco antes da morte do rei Luís XIV, estipulava que as fezes seriam retiradas dos corredores uma vez por semana – do que se deduz que o recolhimento era ainda mais esparso antes. Versalhes não tinha banheiros, mas contava com um quarto de banho equipado com uma banheira de mármore encomendada pelo próprio Luís XIV – objeto que serviria apenas à ostentação, caindo no mais absoluto desuso. Os médicos certa vez recomendaram banhos ao Rei Sol como forma de terapia para as convulsões que ele andava sofrendo – mas interromperam esse tratamento dramático quando o monarca se queixou de que a água lhe dava dor de cabeça. Acreditava-se então no poder de cura da imersão em água para certas doenças. 
     Contraditoriamente, porém, também se atribuíam perigos ao banho: lavar o corpo todo abriria os poros, facilitando a infiltração de doenças (ironicamente, as práticas precárias da higiene pessoal facilitaram epidemias européias, como a peste e a cólera). Significativo é um caso de 1610 envolvendo o avô de Luís XIV, Henrique IV. Esse rei fez a deferência de dispensar o duque de Sully de uma convocação para comparecer ao Palácio do Louvre. Em vez disso, foi Henrique IV que visitou Sully, para tratar de assuntos de estado – isso tudo apenas porque o duque havia se banhado recentemente e, portanto, estaria suscetível demais para sair à rua.
      Outra crença curiosa do mesmo período diz respeito ao poder purificador da roupa: acreditava-se que o tecido "absorvia" a sujeira do corpo. Bastaria, portanto, trocar de camisa todos os dias para manter-se limpinho. Já no século XIX, o rei português dom João VI – o fujão que estabeleceu sua corte no Rio de Janeiro – mostrava-se descrente até da troca de camisas, que ele literalmente deixava apodrecer no corpo. A porquice de dom João VI, extraordinária até para os baixos padrões sanitários de seu tempo, está bem descrita em outro livro lançado neste ano, Passado a Limpo – História da Higiene Pessoal no Brasil, do jornalista Eduardo Bueno. Mesmo coberto de feridas e contaminações na pele, dom João VI fugia da água.

FONTE: http://veja.abril.com.br/

sexta-feira, 16 de maio de 2014

PERSONAGENS COM DEFICIÊNCIA EM GAME OF THRONES



     Esses dias postei sobre um prêmio que a série Game of Thrones havia ganho por retratar um personagem com deficiência. Resolvi fazer uma varredura na série e buscar outros personagens com deficiência criados por Martin.

  

Tyrion Lannister (baixa estatura)





Hodor (deficiência intelectual)




Bran Stark (paraplegia) 

 



Meistre Aemon (deficiência visual)
 OBS: o ator é cego mesmo





Jaime Lannister (amputação)




Varys (castração)

 


quinta-feira, 15 de maio de 2014

PARALISIA CEREBRAL - DESORDENS ASSOCIADAS



Desordens Associadas

    O termo paralisia cerebral implica alterações do movimento, mas a presença de outros distúrbios deve ser investigada e o sucesso do tratamento depende da abordagem correta de todos os problemas associados.

Retardo Intelectual

    A avaliação da função intelectual em crianças com certos tipos de envolvimento é difícil, porque a maioria dos testes normalmente aplicados para avaliar o desenvolvimento cognitivo requer respostas verbais e motoras, e um julgamento baseado apenas nas impressões iniciais pode levar a uma conclusão incorreta.

    Muitas crianças com disartria grave, a princípio consideradas como intelectualmente deficientes, a partir do momento em que puderam se comunicar utilizando meios alternativos, foram reconhecidas como sendo muito mais capazes intelectualmente do que se supunha. De qualquer maneira, a alta incidência de alterações cognitivas em alguns tipos de PC é reconhecida. O retardo mental é mais comumente observado nas crianças com tetraplegia espástica.

FONTE: REDE SARAH


quarta-feira, 14 de maio de 2014

HISTÓRIA DA HIGIENE - SÉCULOS DE IMUNDÍCIE - PARTE 2



      É claro que o banho não sumiu da paisagem européia da noite para o dia. Katherine Ashenburg observa que alguns dos primeiros patriarcas do cristianismo, como o teólogo Tertuliano e os santos Agostinho e João Crisóstomo, ainda freqüentavam a casa de banho. Aos poucos, porém, esses locais foram sendo associados ao pecado e à dissolução dos costumes pagãos. Mais voltado para a interioridade do que o judaísmo, o cristianismo desconfiava de qualquer atenção conferida ao próprio corpo. Místicos mais extremados como São Francisco de Assis consideravam a sujeira um modo de penalizar o próprio corpo, aproximando o espírito de Deus (o mesmo São Francisco, no entanto, era conhecido pelo desprendimento com que lavava as feridas de leprosos). Ao codificar no século VI algumas das regras da vida monástica, são Bento determinou que só os monges doentes ou muito velhos fossem autorizados a se banhar. Na maioria dos conventos e monastérios da Europa medieval, o banho era praticado duas ou três vezes ao ano, em geral às vésperas de festas religiosas como a Páscoa e o Natal. Supõe-se que a média de banhos entre a população que vivia fora do claustro não tenha sido muito superior.
      Uma vez perdida na poeira medieval, a prática de lavar o corpo todos os dias demoraria séculos para se restabelecer (e em alguns países europeus ainda não se restabeleceu). O banho foi no máximo uma moda episódica – cavaleiros que voltaram das cruzadas, por exemplo, trouxeram o hábito do banho quente, comum entre os muçulmanos, então muito mais asseados do que seus contendores cristãos. No século XIII, o popular Romance de La Rose, poema francês repleto de conselhos eróticos, trazia uma série de recomendações para o asseio feminino. As mulheres deveriam manter unhas, dentes e pele limpos – e, sobretudo, deveriam zelar pela limpeza da "câmara de Vênus". No século seguinte, jogos eróticos no banho também compareceriam no Decameron, do italiano Giovanni Boccaccio. O prestígio do banho, porém, parece ter sido apenas literário. O cristão europeu médio seguiu lavando o rosto e as mãos antes da refeição e esfregando seus dentes com paninhos – e a tanto se resumia sua higiene pessoal.

FONTE: http://veja.abril.com.br/

terça-feira, 13 de maio de 2014

DICAS DE COMO TRABALHAR OS CONTOS DE FADAS INCLUSIVOS EM CASA E NA ESCOLA




      A coleção  "Era uma vez um conto de fadas inclusivo" é uma ferramenta que pode ser utilizada para aproximar o universo infantil do universo das diferenças tanto em casa, como na sala de aula. Pensando nisso, elaborei algumas dicas de como usar a coleção para pais e professores. 


Dicas para os pais:


- abordar as histórias com naturalidade; 


- aproveitar os contos inclusivos para falar sobre temas como respeito às diferenças, acessibilidade e inclusão com as crianças;


- no final de cada livro existe uma espécie de glossário, onde são mostradas as nomenclaturas utilizadas atualmente para se referir às pessoas com deficiência. Termos como “portador de deficiência”, “deficiente” , “pessoa normal” e “criança especial” não são mais utilizados.


- os personagens não são mostrados nem como coitadinhos e nem como super-heróis. São apenas personagens com deficiências que vão viver as suas histórias com algum tipo de limitação. O mesmo acontece na vida real.




Dicas para os professores:


- associar as histórias dos livros com situações do dia a dia; mostrando que pessoas com deficiência existem em todos  os locais e que têm os mesmos direitos do que as pessoas sem deficiência;


- propor para as crianças experiências práticas em relação aos livros, como por exemplo, atividades que busquem identificar se a sua escola e bairro têm acessibilidade; 


-além da aproximação entre o universo infantil e o universo das diferenças, a temática dos contos inclusivos pode ser utilizada para explorar o uso de outros sentidos do aluno: em algumas turmas de sala de aula, os professores vendam as crianças após a leitura de Branca Cega de Neve para propiciar o uso do olfato e do tato, por exemplo.


- alguns dos personagens carregam nos seus nomes as deficiências que possuem, como o João sem braços, por exemplo. É importante os professores observarem que estamos falando de nomes de personagens, assim como o Capitão Gancho, a  Mula sem cabeça ou a menina do nariz arrebitado, e que em momento algum isso constitui um estímulo para que os alunos se apontem pelas suas diferenças. A ideia é valorizar a deficiência enquanto característica e não como demérito.

por Cristiano Refosco