segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DEZ MULHERES DA HISTÓRIA DO BRASIL - DILMA ROUSSEFF


 10) DILMA ROUSSEFF

          Dilma Vana Rousseff   (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) é uma economista e política brasileira, filidada ao Partido dos Trabalhadores (PT), e atual presidente do Brasil. Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia, e posteriormente da, da Casa Civil. Em 2010, foi escolhida pelo PT para se candidatar à Presidência da República na eleição presidencial, sendo que o resultado de segundo turno, em 31 de outubro , tornou Dilma a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado ou de governo, em toda a história do Brasil.
          Nascida em família de classe média alta, interessou-se pelos ideiais socialistas durente a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária. Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação  Bandeirante (Oban), onde teria passado por sessões de  sessões de tortura  e, posteriormente, no Departamento de Ordem Polícia e Social (DOPS). Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de  Porto Alegre de 1985 a 1988, no governo Alceu Collares. De 1991 a 1993, foi presidente da Fundação de Economia e Estatística e, mais tarde, foi secretária estadual de Minas e Energia, de 1999 a 2002, tanto no governo de Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido dos Trabalhadores em 2001.  
          Em 2002, participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética. Posteriormente, nesse mesmo ano, foi escolhida para o ocupar o Ministério de Minas e Energia, onde permaneceu até 2005, quando foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em subistutuição a José Dirceu, que renunciara ao cargo após o chamado Escândalo do Mensalão.
          Em 2009, foi incluída entre os 100 brasileiros mais influentes do ano, pela revista Época e, em novembro do ano seguinte,   a revista  FORMES classificou-a como a 16ª pessoa mais poderosa do mundo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

TERMINOLOGIA NA ERA DA INCLUSÃO - ÚLTIMA PARTE


41. “paralisia cerebral é uma doença”
FRASE CORRETA: “paralisia cerebral é uma condição” Muitas pessoas confundem doença com deficiência.


42. pessoa normal
TERMO CORRETO: pessoa sem deficiência; pessoa não-deficiente. A normalidade,em relação a pessoas, é um conceito questionável e ultrapassado.


43. pessoa presa [confinada, condenada] a uma cadeira de rodas
TERMOS CORRETOS: pessoa em cadeira de rodas; pessoa que anda em cadeira de rodas; pessoa que usa cadeira de rodas. Os termos presa, confinada e condenada provocam sentimentos de piedade. No contexto coloquial, é correto o uso dos termos cadeirante e chumbado.


44. pessoas ditas deficientes
TERMO CORRETO: pessoas com deficiência. A palavra ditas, neste caso, funciona como eufemismo para negar ou suavizar a deficiência, o que é preconceituoso.


45. pessoas ditas normais
TERMOS CORRETOS: pessoas sem deficiência ; pessoas não-deficientes. Neste caso, o termo ditas é utilizado para contestar a normalidade das pessoas, o que se torna redundante nos dias de hoje.


46. pessoa surda -muda
GRAFIAS CORRETAS: pessoa surda ou, dependendo do caso, pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. Diferencia-se entre deficiência auditiva parcial (perda de 41 decibéis) e deficiência auditiva total (ou surdez, cuja perda é superior a 41 decibéis), perdas essas aferidas por audiograma nas freqüências de 500Hz, 2.000Hz e 3.000Hz, segundo o Decreto nº 5.296, de2/12/05, arts. 5º e 70  Ver os itens 36, 56 e 57.


47. portador de deficiência
TERMO CORRETO: pessoa com deficiência. No Brasil, tornou-se bastante popular,acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexõesno feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos (por exemplo, um documento de identidade, um guarda-chuva). O termo preferido passou a ser pessoa com deficiência. Aprovados após debate mundial, os termos “pessoa com deficiência” e “pessoas com deficiência” são utilizados no texto da Convenção Internacional de Proteção e Promoção dos Direitos e da Dignidade das Pessoas com Deficiência, em fase final de elaboração pelo Comitê Especial da ONU. Ver os itens 2 e 48.


48. PPD’s
GRAFIA CORRETA: PPDs. Não se usa apóstrofo para designar o plural de siglas. A mesma regra vale para siglas como ONGs (e não ONG’s). No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo pessoas portadoras de deficiência. Hoje, o termo preferido passou a ser pessoas com deficiência, motivando o desuso da sigla PPDs. Devemos evitar o uso de siglas em seres humanos. Mas, torna-se necessário usar siglas em circunstâncias pontuais, como em gráficos, quadros, colunas estreitas, manchetes de matérias jornalísticas etc. Nestes casos, a sigla recomendada é PcD, significando “pessoa com deficiência”, ou PcDs para “pessoas com deficiência”.Esta construção é a mesma que está sendo um consenso atualmente em âmbito mundial. Em espanhol: PcD (persona con discapacidad), tanto no singular como no plural, sem necessidade do “s” após PcD. Em inglês: PwD, também invariável em número (personwith a disability, persons with disabilities, people with disabilities). Ver os itens 2 e 47


49. quadriplegia; quadriparesia
TERMOS CORRETOS: tetraplegia; tetraparesia. No Brasil, o elemento morfológico tetra tornou-se mais utilizado que o quadri. Ao se referir à pessoa, prefira o termo pessoa com tetraplegia (ou tetraparesia) no lugar de o tetraplégico ou o tetraparético.



50. retardo mental, retardamento mental
TERMOS CORRETOS: deficiência intelectual. São pejorativos os termos retardado mental, mongolóide, mongol, pessoa com retardo mental, portador de retardamento mental,portador de mongolismo etc.
Tornaram-se obsoletos, desde 1968, os termos: deficiência mental dependente (ou custodial), deficiência mental treinável (ou adestrável), deficiência mental educável. Ver os itens 12 e 35.


51. sala de aula normal
TERMO CORRETO: sala de aula comum. Quando todas as escolas forem inclusivas, bastará o termo sala de aula sem adjetivá-lo. Ver os itens 7 e 25.


52. sistema inventado por Braile
GRAFIA CORRETA: sistema inventado por Braille. O nome Braille (de Louis Braille, inventor do sistema de escrita e impressão para cegos) se escreve com dois l (éles). Braille nasceu em 1809 e morreu aos 43 anos de idade. Ver os itens 34, 53 e 58.


53. sistema Braille

GRAFIA CORRETA: sistema braile. Conforme MARTINS (1990), grafa-se Braille somente quando se referir ao educador Louis Braille. Por ex.: ‘A casa onde Braille passou a infância (...)’. Nos demais casos, devemos grafar: [a] braile (máquina braile, relógio braile, dispositivo eletrônico braile, sistema braile, biblioteca braile etc.) ou [b] em braile(escrita em braile, cardápio em braile, placa metálica em braile, livro em braile, jornal embraile, texto em braile etc.). NOTA: Em 10/7/05, a Comissão Brasileira do Braille (CBB) recomendou a grafia “braille”, com “b” minúsculo e dois “l” (éles), respeitando a forma original francesa, internacionalmente empregada (DUTRA, 2005), exceto quando nos referirmos ao educador Louis Braille. Ver os itens 34, 52 e 58.


54. “sofreu um acidente e ficou incapacitado
FRASE CORRETA: “teve um acidente e ficou deficiente”. A palavra sofrer coloca apessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade.


55. surdez-cegueira
GRAFIA CORRETA: surdocegueira. No que se refere à comunicação das (e com) pessoas surdocegas, existem a libras tátil (libras na palma das mãos) ou o tadoma (pessoa surdocega coloca sua mão no rosto do interlocutor, com o polegar tocando suavemente o lábio inferior e os outros dedos pressionando levemente as cordas vocais). O método tadoma foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos, em 1926, quando Sophia Alcorn conseguiu comunicar-se com os surdocegos Tad e Oma, nomes que deram origemà palavra “tadoma”. Ver o item 22.


56. surdinho
TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Odiminutivo surdinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa. Os próprios cegos gostam de ser chamados cegos e os surdos de surdos, embora eles não descartem os termos pessoas cegas e pessoas surdas. Ver os itens 36, 46 e 57.


57. surdo-mudo
GRAFIAS CORRETAS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. Ver os itens36, 46 e 56.


58. texto (ou escrita, livro, jornal, cardápio, placa metálica) em Braille
GRAFIAS CORRETAS: texto em braile; escrita em braile; livro em braile; jornal embraile; cardápio em braile; placa metálica em braile. Consultar DUTRA (2005). Ver NOTA no item 53.


59. visão sub-normal
GRAFIA CORRETA: visão subnormal. TERMO CORRETO: baixa visão. Existem quatro condições de deficiência visual: 1. cegueira (acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica); 2. baixa visão (acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica); 3. casos cuja somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60º; 4. ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores, de acordo com o Decreto nº 5.296, de2/12/04, arts. 5º e 70 (BRASIL, 2004). Ver o item 6

**Consultor de inclusão social e autor dos livros Inclusão: Construindo uma Sociedade para Todos (5.ed.,Rio de Janeiro: WVA, 2003) e Inclusão no Lazer e Turismo: em busca da qualidade de vida (SãoPaulo, Áurea 2003). SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Revista Nacional de Reabilitação, São Paulo, ano 5, n. 24, jan./fev. 2002, p. 6

NEGADA A POSSE DE PROFESSORA CEGA


        A 1ª Turma Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul negou na tarde desta terça-feira (25) o pedido de tutela antecipada para a professora Telma Nantes de Matos, que prestou um concurso público que oferecia vagas para professores da educação infantil. Ela passou, mas sua posse foi negada porque é ela é cega.

        A professora recorreu mas, por dois votos a um, os desembargadores negaram o recurso em que Telma pedia para tomar posse antes do julgamento final da ação. O único que votou favorável foi o desembargador Joenildo de Souza Chaves.

        A Justiça de primeira instância já havia dado ganho de causa à professora, pedagoga, mas o município recorreu. A prefeitura acha que a professora não conseguiria corrigir cadernos de tarefas e provas dos alunos.

        Com a decisão de hoje, a professora Telma, que já trabalha com educadora infantil no Ismac (Instituto Sul Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas), promete levar até a última instância sua questão. “Não é pelo meu emprego, mas pelo respeito e dignidade das pessoas com deficiência visual”, disse.

        Ainda de acordo com Telma, seu objetivo como educadora é o de contribuir como educadora infantil e que, na sua opinião, os desembargadores julgaram de acordo com aquilo que eles pensam e não levaram em consideração a capacidade dela.

        “Como cidadã me sinto envergonhada por passar por uma situação destas. Em São Paulo há mais de 70 anos as pessoas como eu contribuem com a educação de crianças e jovens".

        Um dos desembargadores, durante seu voto, justificou que a professora Telma não teria capacidade física conforme exige o estatuto do serviudor municipal. Telma disse ter pago R$ 70 na inscrição do concurso, realizado em dezembro de 2009.

        “Foi um ato de discriminação devido o preconceito da equipe multiprofissional [que a barrou] com pessoa deficiente”, disse ela à época que soube que não ia assumir a vaga de professora, em fevereiro do ano passado.

Fonte:http://www.midiamax.com.br/ (26/01/11)

DO DIÁRIO DE ALINE - "O BALDE VERDE MUSGO"

            De todas as histórias que a Aline me contou até agora, esta foi a que mais me chocou. Nem vou comentar muito para não influenciar a leitura. Obrigado Aline por mais este depoimento!




             O BALDE VERDE MUSGO - por Aline Massoni

Eu estava 5º série e estudava no colégio Isabel da Espanha da cidade de Viamão.  Minha mãe me levava de ônibus para a escola no seu colo, pois na época não existiam veículos adaptados, sendo mais prático ser carregada do que andar para cima e para baixo com a cadeira de rodas. Para chegarmos até a minha sala de aula tínhamos que subir um lance de escada, já que não havia rampa adaptada na escola.
       Meus pais se separaram exatamente nesse período e minha mãe para poder nos sustentar cuidava de crianças. Lembro-me que todos os dias quando entrava na sala de aula pedia a Deus para que não me desse vontade de fazer xixi... Se eu precisasse ir ao banheiro, teria que pedir para uma colega ir até um orelhão ligar para uma vizinha e pedir a ela que desse o recado para minha mãe. Minha mãe então teria que arrumar alguém pra ficar com as crianças que ela cuidava e pegar um ônibus ou ir a pé até o colégio... Nesse meio tempo, eu já teria feito xixi nas calças.
       Um dia, numa terça feira, não deu tempo de avisar minha mãe... Fiz o número dois em plena sala de aula e os alunos se retiram por causa do cheiro. A direção chamou minha mãe e pediu que ela trouxesse roupas para me trocar.  A escola queria que a minha mãe fosse todos os dias na hora do recreio para me levar ao banheiro, exigência que minha mãe não tinha como cumprir pois cuidava de crianças para nos sustentar. Com muita vergonha de tudo o que tinha acontecido,  só apareci no colégio na outra segunda-feira.
       Porém, uma outra vez, em plena sala de aula me deu vontade de ir ao banheiro e decidi que dessa vez eu não iria chamar minha mãe e sim alguém da diretoria. Já que eu estava num lugar cuja finalidade era me educar e me ensinar a ser uma cidadã, nada mais justo que eles me tratassem como tal.
Na hora do recreio pedi para uma colega ir até a diretora e a avisasse que eu precisava ir ao banheiro. Depois de alguns minutos volta minha colega com um balde verde musgo na mão:
       - A diretora mandou o balde pra você fazer xixi!
       Eu não acreditei no que eu estava vendo e ouvindo. Determinada a comprar a briga, respondi:
       - Volta lá e manda a mãe dela fazer xixi no balde!!!
       Minha colega foi devolver o balde e com ela voltaram mais quatro mulheres,  entre elas a diretora que olhou pra mim e disse:
       -Viemos te levar até o banheiro...
Fui levada para o banheiro que nem um lençol estendido, carregada corredor a fora pelas quatro mulheres, duas segurando minhas pernas e duas segurando meus braços. Chegando no  banheiro não consegui fazer xixi, pois não tinha como passar as cinco pessoas na porta... Tive então que ser levada de volta para a sala de aula... Só fui fazer xixi em casa.
       No dia seguinte a primeira coisa que eu ouvi quando cheguei na escola foi:
       - A diretora esta de atestado, tu deu mal jeito no pescoço dela!!!
       Todavia, as marcas daquela fatídica manhã em que fui carregada pelo corredor ainda  permanecem em mim: Não tem um dia que eu saia de casa que não me preocupe em quantas horas vou aguentar sem ir ao banheiro ou se não vou pesar demais para quem vai me ajudar!

Aline Massoni

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DEZ MULHERES DA HISTÓRIA DO BRASIL - ANITA MALFATTI




 9) ANITA MALFATTI

Filha do engenheiro italiano Samuel Malfatti e de Betty Krug,   Anita Malfatti nasceu no ano de 1889 , em São Paulo. Segunda filha do casal, nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir a deformidade congênita, mas os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da vida. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição Miss Browne, uma governanta inglesa, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita.
Iniciou seus estudos em 1897 no Colégio São José, situado à rua da Glória. Aí foi alfabetizada.
Nesse meio tempo faleceu Samuel Malfatti, esteio moral e financeiro da família. Sem recursos para o sustento dos filhos, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura. Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlos de Servi para com mais segurança ensinar suas discípulas. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte. Foi portanto sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas.

Anita pretendia estudar em Paris, e seu tio e padrinho, o engenheiro Jorge Krug, aceitou financiar a viagem. Quando chegou em Berlim em 1910, a Alemanha vivia um momento marcante na sua história: a Arte Moderna Alemã estava em alta. Berlim era então o grande centro musical da Europa. O grupo Die Brucke fazia diversas exposições expressionistas e foi na Alemanha que Anita travou contato com a vanguarda europeia.
Acompanhando suas amigas às aulas no centro musical, acabou recebendo a sugestão para estudar no ateliê do artista Fritz Burger, que era um retratista que dominava a técnica impressionista. Foi o primeiro mestre de Anita.
Teve aulas também com Lovis Corinth, um tipo bem germânico, não tinha a menor paciência com seus alunos. Mas com Anita era diferente. Talvez porque se identificasse com ela. Alguns anos antes sofrera um AVC que, como sequela, tal como a aluna, lhe deixara alguma dificuldade motora.
Ao regressar a São Paulo em 1914, Anita tinha 24 anos. A cidade crescia, mas o ambiente artístico ainda era incipiente, o gosto de arte predominante ainda era acadêmico. Ao mostrar suas obras - nada acadêmicas - Anita tentava explicar os avanços da arte na Europa, onde os jovens haviam levado às últimas consequências as conquistas vindas do Impressionismo. Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.

Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade Mario, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. Entre os anos de 1923 e 1928 foi morar em Paris. Retornou à São Paulo em 1928 e passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie até o ano de 1933.
Em 1942, tornou-se presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a lecionar desenho nas dependências de sua casa.  Após a morte de sua mãe, Anita se afastou do meio artístico por algum tempo, no entanto, quando regressou oficialmente em uma exposição individual de 1955, a artista apresentou suas obras produzidas nesse período de reclusão. Seu novo tema, era exclusivamente a arte popular brasileira, opção esta, considerada por ela e por diversos profissionais sua melhor e mais pura fase.


         Nos anos 50 - até sua morte, em 1964 - vive muito distante das polêmicas artísticas, recolhida em seu sítio. Segundo suas próprias palavras "Tomei a liberdade de pintar a meu modo."


Principais obras de Anita Malfatti 

- A boba
- A Estudante Russa
- O homem das sete cores
- Nu Cubista
- O homem amarelo

TERMINOLOGIA NA ERA DA INCLUSÃO - PARTE 4


31. LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais
GRAFIA CORRETA: Libras. TERMO CORRETO: Língua de sinais brasileira. Trata-se de uma língua e não de uma linguagem. Segundo CAPOVILLA [comunicação pessoal],“Língua de Sinais Brasileira é preferível a Língua Brasileira de Sinais por uma série imensa de razões. Umadas mais importantes é que Língua de Sinais é uma unidade, que se refere a uma modalidade lingüística quiroarticulatória-visual e não oroarticulatória-auditiva. Assim, há Língua de Sinais Brasileira. porque é a língua de sinais desenvolvida e empregada pela comunidade surda brasileira. Não existe uma Língua Brasileira, de sinais ou falada”.  Ver os itens 28,32 e 33.

32. língua dos sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais. Trata-se de uma língua viva e, por isso, novos sinais sempre surgirão. A quantidade total de sinais não pode ser definitiva. Ver os itens28, 31 e 33.

33. linguagem de sinais
TERMO CORRETO: língua de sinais. A comunicação sinalizada dos e com os surdos constitui um língua e não uma linguagem. Já a comunicação por gestos, envolvendo ou não pessoas surdas, constitui uma linguagem gestual. Uma outra aplicação do conceito de linguagem se refere ao que as posturas e atitudes humanas comunicam não-verbalmente,conhecido como a linguagem corporal. Ver os itens 28, 31 e 32.

34. Louis Braile
GRAFIA CORRETA: Louis Braille. O criador do sistema de escrita e impressão para cegos foi o educador francês Louis Braille (1809-1852), que era cego. Ver os itens 52 e 53.

35. mongolóide; mongol
TERMOS CORRETOS: pessoa com síndrome de Down, criança com Down, uma criança Down. As palavras mongol e mongolóide refletem o preconceito racial da comunidade científica do século 19. Em 1959, os franceses descobriram que a síndrome de Down era um acidente genético. O termo Down vem de John Langdon Down, nome do médico inglês que identificou a síndrome em 1866. “A síndrome de Down é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas e, apesar disso, continua envolvida em idéias errôneas... Um dos momentos mais importantes no processo de adaptação da família que tem uma criança com síndrome de Down é aquele em que o diagnóstico é comunicado aos pais, pois esse momento pode ter grande influência em sua reação posterior.”. Ver os itens 12 e 50.

36. mudinho
Quando se refere ao surdo, a palavra mudo não corresponde à realidade dessa pessoa. O diminutivo mudinho denota que o surdo não é tido como uma pessoa completa.
TERMOS CORRETOS: surdo; pessoa surda; pessoa com deficiência auditiva. Há casos de pessoasque ouvem (portanto, não são surdas) mas têm um distúrbio da fala (ou deficiência da fala) e, em decorrência disso, não falam. Ver os itens 46, 56 e 57.

37. necessidades educativas especiais
TERMO CORRETO: necessidades educacionais especiais. “A palavra educativo significa algo que educa. Ora, necessidades não educam; elas são educacionais, ou seja, concernentes à educação”(SASSAKI, 1999). O termo necessidades educacionais especiais foi adotado pelo ConselhoNacional de Educação / Câmara de Educação Básica (Resolução nº 2, de 11-9-01, combase no Parecer CNE/CEB nº 17/2001, homologado pelo MEC em 15-8-01). Esta Resolução, durante o ano de 2005, está sendo reformulada pelo CNE.

38. o epilético (ou a pessoa epilética)
TERMOS CORRETOS: a pessoa com epilepsia, a pessoa que tem epilepsia. Evite “o epilético”, “a pessoa epilética” e suas flexões em gênero e número.

39. o incapacitado (ou a pessoa incapacitada)
TERMO CORRETO : a pessoa com deficiência. A palavra incapacitado é muito antiga e era utilizada com freqüência até a década de 80. Evite “o incapacitado”, “a pessoa incapacitada” e suas flexões em gênero e número.


40. o paralisado cerebral (ou a pessoa paralisada cerebral)
TERMO CORRETO: a pessoa com paralisia cerebral. Evite “o paralisado cerebral”,“a pessoa paralisada cerebral” e suas flexões em gênero e número.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CURSO CUIDANDO DE PACIENTES ACAMADOS - PALESTRA INCLUS

       

        No  último  dia 19 de  janeiro fui  convidado  pela ONG "Projeto Surfar" para dar uma aula sobre cuidados com pacientes acamados. O curso chama-se "Mulheres Cuidadoras que se Cuidam" e as aulas acontecem nas quartas-feiras na sede da ONG e é organizado pela Associação Projeto Surfar, em parceria com o IMAMA e com o financiamento do Instituto Lojas RENNER.




        Durante duas horas eu e as cuidadoras trocamos experiências e compartilhamos bons momentos de reflexão. Levando em consideração que cada vez mais os hospitais necessitam de leitos vagos nas suas unidades, a importância do paciente continuar o seu tratamento em casa com uma pessoa qualificada é relevante. Entre os temas da palestra, abordei os principais problemas enfrentados pelo paciente acamado e a importância do auto cuidado com o corpo das cuidadoras, além da prevenção de acidentes na melhor idade.
   

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ROUPA EM BRAILE


        
         A inclusão social está desembarcando na moda brasileira. Uma etiqueta de roupa especial, com informações do produto em braile, foi lançada ontem na Première Brasil, maior salão Têxtil da América Latina. A iniciativa parte de uma das grandes empresas do setor, a Haco, que durante dois anos pesquisou a funcionalidade e viabilidade do produto com a Associação dos Cegos do Vale do Itajaí (Acevali).

       A empresa arredondou a ideia, que já pipocava no mercado entre pequenos confeccionistas, possibilitando agora sua aplicação em grande escala. Isso significa que grupos com representação no mercado nacional, como uma Hering, têm meios de incorporá-lo. Ainda não há lei que obrigue as empresas a adotar a etiqueta em braile - somente projetos em discussão no Congresso (leia mais ao lado) -, mas ter a infraestrutura para que isso aconteça é um começo. "Trata-se de um jeito informal para que a etiqueta vire um padrão", diz Geraldo Lima, professor da Faculdade de Moda da Universidade Anhembi Morumbi.
        Em 2003, Lima pesquisou durante quase um ano em institutos como o Dorina Nowill e o Padre Chico sobre as necessidades do consumidor cego. A partir daí, numa atitude pioneira, incluiu em todas as peças de sua confecção, a Urânio, uma etiqueta emborrachada em braile que descreve a cor do produto. "Mesmo quem não enxerga consegue perceber informações como textura e modelo. E se você adiciona muita informação, a etiqueta fica enorme, porque o braile ocupa mais espaço do que as letras do nosso alfabeto."

        Modelo. A etiqueta da Haco pretende ser um de tamanho regular. O confeccionista escolhe o material - tecido, borracha e tag de papel craft - e as informações que quer adicionar em braile. Mas há outros tipos no mercado. A grife Virgemaria criou uma transparente, que vem com um adesivo em PVC, para que o cliente possa aplicá-la na parte da roupa que quiser. "Ainda colocamos na frente um bordado para ajudar o cego a distinguir um lado do outro."

        A Virgemaria fez o teste com a etiqueta no ano passado. "Fiquei convencida de que o investimento valia a pena quando uma cliente que não enxergava vibrou de felicidade com a novidade", conta Ana Pasternak, de 38 anos, estilista da marca. "Ela disse que agora poderia, pela primeira vez, comprar roupa sem a ajuda de uma amiga ou parente. Representava sua independência."

        Acessibilidade. "Não é apenas o deficiente que fica de fora da moda", diz Ana. "Há muitas pessoas que não se encaixam no padrão do mercado, seja pelo peso ou pela altura." No ateliê da grife, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, os modelos são desenvolvidos com base na estética e na funcionalidade. Camisas com botão de pressão, uso de elástico em calças e tantos outros detalhes que facilitam o uso por pessoas que tenham qualquer tipo de deficiência.

        Até pontos de vendas descolados, como a Galeria Mundo Mix, nos Jardins, embarcaram na ideia da roupa acessível. Há um mês, as prateleiras da loja receberam a nova coleção Easy Put, resultado da parceria entre o Instituto Mara Gabrilli e a marca Hey!U. A coleção começou com camisetas (de R$ 35 a R$ 50), vendidas com duas etiquetas, uma normal de tecido e outra em braile, de papel, com o tamanho, a cor e a estampa do modelo.

        Como o papel é destacável do produto, as mesmas informações foram colocadas na barra, com strass. "O total arrecadado vai para o Instituto Mara Gabrilli desenvolver uma coleção de roupas acessíveis", diz Beto Lago, dono da Galeria Mundo Mix. "Virei parceiro do projeto porque pretendo que a loja vire referência para todos os movimentos da moda. E a inclusão social é um deles", afirma.

      Não cometa gafes
        Ao encontrar um cego em um cruzamento, ofereça ajuda, mas pergunte como fazer isso. Antes de guiá-lo, deixe que ele pegue em seu braço, e não o contrário. Seja preciso ao indicar locais. Não diga que está logo ali. Nas lojas, os vendedores costumam se dirigir ao acompanhante do deficiente visual, como se ele não pudesse decidir. Os cegos reclamam disso

Fonte:
http://www.estadao.com.br/ (20/01/11)


DEZ MULHERES DA HISTÓRIA DO BRASIL - IRMÃ DULCE

         
8) IRMÃ DULCE

          Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes (Salvador, 26 de maio de 1914 - Salvador, 13 de março de 1992), melhor conhecida como Irmã Dulce, o Anjo Bom da Bahia, foi uma religiosa católica brasileira.  Ela notabilizou-se por suas obras de caridade e de assistência aos pobres e aos necessitados.
          Quando criança, Maria Rita, filha do Dr. Augusto Lopes Pontes, dentista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBa), costumava rezar muito e pedia sinais a Santo Antônio,  pois queria saber se deveria seguir a vida religiosa. Desde os treze anos de idade, ela começou a ajudar mendigos, enfermos e desvalidos. Nessa mesma idade, foi recusada pelo Convento do Desterro por ser jovem demais, voltando a estudar.
          Em 1932, depois de se formar, entrou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição (Smic), localizada em Sergipe. Após seis meses de noviciado, tomou o hábito de freira. No dia 15 de agosto de 1934,  ela fez sua profissão de fé e voltou à Bahia.
          Desde então, dedicou toda a sua vida à caridade. Começou sua obra ocupando um barracão abandonado para abrigar mendigos. Chegou a receber a visita do Papa João Paulo II , quando esse esteve no Brasil, em virtude de seu trabalho com idosos, doentes, pobres, crianças e jovens carentes. Entre os diversos estabelecimentos que ela Irmã Dulce fundou estão o Hospital Santo Antônio, capaz de atender setecentos pacientes e duzentos casos ambulatoriais; e o Centro Educacional Santo Antônio (CESA), instalado em Simões Filho, que abriga mais de trezentas crianças de 3 a 17 anos. No Centro, os jovens têm acesso a cursos profissionalizantes. Irmã Dulce fundou também o “Círculo Operário da Bahia”, que, além de escola de ofícios, proporcionava atividades culturais e recreativas.

          Em 11 de novembro de 1990, Irmã Dulce começou a apresentar problemas respiratórios, sendo internada no Hospital Português e depois transferida à UTI do Hospital Aliança e finalmente ao Hospital Santo Antônio. Em 20 de outubro de 1991, recebe no seu leito de enferma a visita do Papa João Paulo II. O Anjo Bom da Bahia morreu em seu quarto, aos setenta e sete anos, às 16:45 do dia 13 de março de 1992 , ao lado de pessoas queridas por ela. Seu corpo foi sepultado no alto do Santo Cristo, na Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e depois transferido para a Capela do Hospital Santo Antônio, centro das Obras Assistenciais Irmã Dulce.

          A 21 de janeiro de 2009, a Congregação para as Causas dos Santos do Vaticano anunciou o voto favorável que reconhece Irmã Dulce como venerável. No dia 27 de outubro de 2010, foi anunciada pelo cardeal arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, em coletiva de imprensa realizada na sede das Obras Sociais Irmã Dulce a beatificação, última etapa antes da canonização da religiosa Irmã Dulce, tornando-a a primeira beata da Bahia.  O anúncio foi sucedido pelo decreto em 10 de dezembro de 2010 e aconteceu após o reconhecimento de um milagre pela intercessão da religiosa na recuperação de uma mulher sergipana que havia sido desenganada pelos médicos após sofrer uma hemorragia durante o parto.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ADAPTAÇÕES PENSADAS E PLANEJADAS




          Identificações personalizadas em relevo para deficientes visuais, recursos auditivos para sinalização dos cômodos, rampas em vez de escadas, banheiros adaptados, barras de apoio. São muitos os recursos disponíveis no mercado para garantir a acessibilidade em uma casa.

          Para ter a certeza de um projeto eficiente, o ideal é contratar um arquiteto especializado, já que o trabalho de adaptação depende de uma enorme quantidade de detalhes técnicos.





          O arquiteto Eduardo Ronchetti de Castro, especialista em acessibilidade de ambientes e diretor da empresa Mobilidade Arquitetura, defensor da idéia de que a residência deve ser projetada levando em consideração a possibilidade dos moradores passarem o resto de suas vidas nela. "Devido ao baixo poder aquisitivo do brasileiro, muitas vezes, as pessoas têm uma única oportunidade de adquirir a casa própria", ressalta. Por conta desse fator, é fundamental que a moradia seja adequada ao uso em qualquer fase da vida. "Isso porque o ser humano pode ter uma limitação permanente, temporária ou evolutiva", esclarece.

          Eduardo Ronchetti lembra que decisões precisam ser tomadas no momento do projeto para que a adaptação seja possível, rápida e sem muito custo.

          Portas mais largas; tomadas e interruptores em alturas acessíveis e sempre constantes; previsão de paredes que suportem a colocação de barras sem a necessidade de refazer as instalações elétricas e hidráulicas; pisos antiderrapantes e com cores contrastantes, fazem toda a diferença. "Obedecer essas particularidades na hora de projetar e construir tornarão fáceis as adaptações posteriores", completa o especialista.

          Segundo ele, a acessibilidade visa eliminar todas as barreiras e obstáculos que impeçam o acesso aos ambientes ou o uso de equipamentos. O principal objetivo e preocupação é identificar os locais com obstáculos físicos, por exemplo, largura de corredores, degraus e desníveis entre os ambientes, altura das mesas, bancadas e janelas - para permitir que uma pessoa possa olhar a paisagem sentada em uma cadeira de rodas, por exemplo.

Fonte:
Revista Incluir

domingo, 23 de janeiro de 2011

TERMINOLOGIA NA ERA DA INCLUSÃO - PARTE 3



21. ”ela foi vítima da pólio”
A palavra vítima provoca sentimento de piedade. TERMOS CORRETOS: pólio, poliomielite e paralisia infantil. FRASE CORRETA: ”ela teve pólio”

22. “ele é surdo-cego
GRAFIA CORRETA: “ele é surdocego”. Também podemos dizer ou escrever: “ele tem surdocegueira”. 

23. “ele manca com bengala nas axilas
FRASE CORRETA: “ele anda com muletas axilares”. No contexto coloquial, é correto o uso do termo muletante para se referir a uma pessoa que anda apoiada em muletas.

24. “ela sofre de paraplegia” [ou de paralisia cerebral ou de seqüela de poliomielite]
A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASE CORRETA: “ela tem paraplegia” [ou paralisia cerebral ou seqüelade poliomielite].

25. escola normal
No futuro, quando todas as escolas se tornarem inclusivas, bastará o uso da palavra escola sem adjetivá-la. TERMOS CORRETOS: escola comum; escola regular. (Ver os itens7 e 51).

26. “esta família carrega a cruz de ter um filho deficiente”
Nesta frase há um estigma embutido: ‘Filho deficiente é um peso morto para a família’.
FRASE CORRETA: “esta família tem um filho com deficiência”.

27. “infelizmente, meu primeiro filho é deficiente; mas o segundo é normal”
A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável, ultrapassado. E a palavra infelizmente reflete o que a mãe pensa da deficiência do primeiro filho: ‘uma coisa ruim’.
FRASE CORRETA: “tenho dois filhos: o primeiro tem deficiência e o segundo não tem”.

28. intérprete do LIBRAS
TERMO CORRETO : intérprete da Libras (ou de Libras).
GRAFIA CORRETA: Libras. Libras é sigla de Língua de Sinais Brasileira: Li = Língua de Sinais, bras = Brasileira.“Libras é um termo consagrado pela comunidade surda brasileira, e com o qual ela se identifica. Ele é consagrado pela tradição e é extremamente querido por ela. A manutenção deste termo indica nosso profundo respeito para com as tradições deste povo a quem desejamos ajudar e promover, tanto por razões humanitárias quanto de consciência social e cidadania. Entretanto, no índice lingüístico internacional os idiomas naturais de todos os povos do planeta recebem uma sigla de três letras como, por exemplo, ASL(American Sign Language). Então será necessário chegar a uma outra sigla. Tal preocupação ainda não parece ter chegado na esfera do Brasil”, segundo CAPOVILLA (2001). É igualmente aceita a sigla LSB (Língua de Sinais Brasileira). A rigor, na grafia por extenso, quando se tratar da disciplina Língua de Sinais Brasileira, escreve-se em maiúsculo a letra inicial de cada uma dessas palavras. Mas, quando se referir ao substantivo composto, grafa-se “língua de sinais brasileira”, tudo em caixa baixa.

29. inválido (quando se referir a uma pessoa que tenha uma deficiência)
A palavra inválido significa sem valor. Assim eram consideradas as pessoas com deficiência desde a Antiguidade até o final da Segunda Guerra Mundial. TERMO CORRETO: pessoa com deficiência.


30. lepra; leproso; doente de lepra
TERMOS CORRETOS: hanseníase; pessoa com hanseníase; doente de hanseníase. Prefira o termo as pessoas com hanseníase ao termo os hansenianos. A lei federal nº 9.010,de 29/3/95, proíbe a utilização da palavra lepra e seus derivados, na linguagem empregada nos documentos oficiais. Alguns dos termos derivados e suas respectivas versões oficiais são: “leprologia (hansenologia), leprologista (hansenologista), leprosário ou leprocômio (hospital dedermatologia), lepra lepromatosa (hanseníase virchoviana), lepra tuberculóide (hanseníase tuberculóide),lepra dimorfa (hanseníase dimorfa), lepromina (antígeno de Mitsuda), lepra indeterminada (hanseníase indeterminada)”. A palavra hanseníase deve ser pronunciada com o h mudo [como em haras,haste, harpa]. Mas, pronuncia-se o nome Hansen (do médico e botânico norueguês Armauer Gerhard Hansen) com o h aspirado.












sábado, 22 de janeiro de 2011

OPERAÇÃO CAVALO DE TRÓIA - SUGESTÃO DE LIVRO




        Antes de "O Código da Vinci", "Anjos e Demônios" e tantos outros livros sensacionalistas que tentam surpreender com novas versões sobre a vida de Cristo, já existia "Operação Cavalo de Tróia". Para quem gosta de uma boa ficcção científica, aí vai um livro que chama a atenção pela minuciosidade dos fatos. É uma história improvável? É, sem dúvida... Viagens no tempo sempre são histórias improváveis... Porém, duas coisas fazem desse livro de J.J.Benitez um diferencial: primeiro, porque como já disse, é tudo muito explicado, de forma que a gente quase se convence de que o autor está falando a verdade, e segundo, é que o autor jura de pés juntos que tudo o que relata no livro, de fato aconteceu e está registrado nos diários que ele tem consigo.

Cristiano




        Operação Cavalo de Tróia é uma coletânea de dossiês divulgados em oito livros do autor J.J Benítez, que narra uma missão da Força Aérea dos EUA  na qual um módulo chamado "berço" é levado ao 'passado' com o propósito de comprovar a existência de Jesus Cristo. A missão é chamada de Operação Cavalo de Tróia, e como de costume das forças militares Norte Americanas, não são revelados grandes detalhes dos métodos de física utilizados para a 'reversão', nada além de "novos conceitos da física quântica vindos da Europa" é dito. Conceitos obviamente, sigilosos também.
        Um major, de nome não revelado, e um piloto voltam no tempo até a época de Jesus Cristo e presenciam muitos fatos narrados na Bíblia. Na verdade a Biblia é tomada como referência, uma vez que contém as datas e eventos da época. Fornecem, também, dados da sociedade da época: costumes, leis  (principalmente as leis do judaísmo ), crenças. O major, que durante a viagem adota o nome de Jasão, é escolhido para a operação pelo seu ceticismo e imparcialidade, mas quando encontra Jesus – o Mestre – é tocado profundamente por sua mensagem e a narrativa ganha um tom delicado e humano.

       O espanhol Juan José Benítez, autor de Operação Cavalo de Tróia

        Os detalhes da vida de Jesus, assim como as conversas em que Ele fala abertamente sobre sua origem divina e sobre o que é a sua missão na Terra,  deixam claro que a Igreja Católica teria passado longe da mensagem original. A diferença entre os acontecimentos presenciados pelo Major e os narrados nos textos sagrados é enorme, mas compreensível. Segundo as próprias observações da personagem, os evangelistas nem sempre estavam presentes aos acontecimentos que narraram anos depois e, mesmo quando estiveram, sua formação cultural não permitia que compreendessem totalmente os acontecimentos.
        Segundo esta obra, a mensagem de Jesus fala de um Deus-pai – sempre bom e generoso. Um Deus que não exige templos nem rituais. Algo que precisa ser vivenciado para ser compreendido, e que não pode ser comprovado, como desejavam os militares (e a ciência).





  • Operação Cavalo de Tróia 8: Jordán (2007)













  • Operação Cavalo de Tróia 7: Nahum (2005)













  • Operação Cavalo de Tróia 6: Hermón (1999)













  • Operação Cavalo de Tróia 5: Cesarea (1996)













  • Operação Cavalo de Tróia 4: Nazaret (1992)













  • Operação Cavalo de Tróia 3: Saidan (1990)













  • Operação Cavalo de Tróia 2: Masada (1989)













  • Operação Cavalo de Tróia: (1987)
  • DEZ MULHERES DA HISTÓRIA DO BRASIL - ANA NÉRI


    7) ANA NÉRI

             Anna Justina Ferreira Nery, (Cachoeira, 13 de dezembro de 1814 - Rio de Janeiro, 20 de maio de 1880) foi uma enfermeira brasileira e foi a pioneira brasileira da enfermagem.       
              Era filha de José Ferreira de Jesus e de Luísa Maria das Virgens. Casou-se com capitão-de-fragata Isidoro Antônio Nery (1837)*. O marido morreu em 1843 , deixando-a com três filhos: Justiniano, Antônio Pedro e Isidoro Antônio Nery Filho. Dois filhos eram oficiais do Exército.         
            Ao   irromper  a  Guerra  do  Paraguai  (dezembro de 1864),  seguiram ambos para o campo de luta. Anna requereu ao presidente da província da Bahia, conselheiro Manuel Pinho de Sousa Dantas, lhe fôsse facultado acompanhar os filhos e o irmão (major Maurício Ferreira) durante a guerra, ou ao menos prestar serviços nos hospitais do Rio Grande do sul. Deferido o pedido, partiu de Salvador incorporada ao décimo batalhão de voluntários (agosto de 1865), na qualidade de enfermeira.
            Durante toda a campanha, prestou serviços ininterruptos nos hospitais militares de Salto, Corrientes,  Humaitá e Assunção, bem como nos hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta um de seus filhos e, terminada a guerra, regressou à sua cidade natal, onde lhe foram prestadas grandes homenagens.
             O governo imperial conferiu-lhe a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe. Faleceu no Rio de Janeiro aos 66 anos de idade.

    sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

    AUDIOTECA SAL E LUZ - LIVROS PARA CEGOS

           

            A Audioteca Sal & Luz é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que produz e empresta livros falados (audiolivros) para pessoas cegas ou com deficiência visual, em todo o território nacional, de forma gratuita.
            Possui, hoje, mais de 1.700 associados e conta, em seu acervo, com cerca de 2.700 títulos, entre didáticos/profissionalizantes e literatura.
            O objetivo é proporcionar aos seus associados, meios para a conquista de uma vida com qualidade.
            A história da audioteca teve início com uma pesquisa acerca da realidade do cego no Brasil. Era o ano de 1986, e a percepção geral era de que muito pouco se fazia no país para atender às necessidades desse grupo. No ano seguinte, com um grupo de pessoas ligadas à Igreja Presbiteriana Betânia, tem início o Projeto Luz e Som, para a formação de uma biblioteca especialmente desenvolvida para pessoas com deficiência visual. Em 1989, é criada a Instituição Tear, com 3 programas, dentre eles a Audioteca para a produção e distribuição de livros falados para deficientes visuais, que, em 1991, se estabelece definitivamente no centro do Rio de Janeiro.

            Em 1998, a Audioteca Sal & Luz foi selecionada para concorrer, a nível nacional, ao “Prêmio Paulo Freire – Valorizando o saber e o fazer”, como o melhor projeto de tecnologia educacional alternativa do Estado do Rio de Janeiro. Em 2001, a Audioteca passou por uma ampliação e ganhou 5 novas cabines para a gravação dos livros, contando , hoje, com um total de nove, o que possibilitou, em 2002, o início da produção digital.
            Com grande satisfação, a Audioteca Sal & Luz foi agraciada com o Prêmio Fundação Banco do Brasil Tecnologias Sociais – edição 2003, por ser “uma tecnologia social efetiva: soluciona o problema a que se propôs resolver, tem resultados comprovados e é reaplicável”. Assim, passou a fazer parte do banco de tecnologias sociais, localizado no site cidadania-e.com.br.
            Em 2004, teve início o projeto de parcerias para a produção dos livros, estabelecendo um novo e estratégico modelo de trabalho voluntário, levando o projeto para dentro das empresas. O resultado é o maior incentivo ao trabalho voluntário, com o conseqüente aumento da produção, e uma influência bastante saudável no clima organizacional.


            Os audiolivros são para empréstimo exclusivo aos associados da Audioteca Sal & Luz.
            Cada associado poderá receber um total de 18 fitas ou cd por remessa e o prazo de empréstimo é de 30 dias, podendo ser prorrogado, se solicitado com antecedência. Atrasos na devolução de livros podem ocasionar restrições aos empréstimos futuros ao associado.
            Os pedidos podem ser feitos por e-mail, carta, telefone ou pessoalmente na sede da Audioteca. Os livros solicitados poderão ser retirados na Audioteca pelo associado ou pessoa por ele autorizada, ou remetidos para a residência do mesmo por “cecograma", um serviço gratuito dos Correios e Telégrafos. A devolução deve ser feita pelo mesmo processo.




    quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

    TERMINOLOGIA NA ERA DA INCLUSÃO - PARTE 2


    11. deficientes físicos (quando se referir a pessoas com qualquer tipo de deficiência).TERMO CORRETO: pessoas com deficiência (sem especificar o tipo de deficiência).

    12. deficiência mental leve, moderada, severa, profunda
    TERMO CORRETO: deficiência intelectual (sem especificar nível de comprometimento). A partir da Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual, aprovada em 6/10/04 pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2004), em conjunto coma Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o termo “deficiência mental” passou a ser “deficiência intelectual”. Antes, em 1992, a Associação Americana de Deficiência Mental adotou uma nova conceituação da deficiência intelectual (até então denominada“deficiência mental”), considerando-a não mais como um traço absoluto da pessoa que a tem e sim como um atributo que interage com o seu meio ambiente físico e humano, o qual deve adaptar-se às necessidades especiais dessa pessoa, provendo-lhe o apoio intermitente, limitado, extensivo ou permanente de que ela necessita para funcionar em 10 áreas de habilidades adaptativas: comunicação, auto cuidado, habilidades sociais, vida familiar, uso comunitário, autonomia, saúde e segurança, funcionalidade acadêmica, lazer e trabalho. A classificação em leve, moderada, severa e profunda foi instituída pela OMS em 1968 e perdurou até 2004.

    13. deficiente mental (quando se referir a uma pessoa com transtorno mental)TERMOS CORRETOS: pessoa com transtorno mental, paciente psiquiátrico.

    14. doente mental (quando se referir a uma pessoa com deficiência intelectual)TERMO CORRETO: pessoa com deficiência intelectual (esta deficiência ainda é conhecida como deficiência mental). O termo deficiente, usado como substantivo (por ex.:o deficiente intelectual), tende a desaparecer, exceto em títulos de matérias jornalísticas por motivo de economia de espaço.


    15. “ela é cega mas mora sozinha"
    Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Todo cego não é capaz de morar sozinho’.
    FRASE CORRETA: “ela é cega e mora sozinha”


    16. “ela é retardada mental mas é uma atleta excepcional"
    Na frase acima há um preconceito embutido: ‘Toda pessoa com deficiência mental não tem capacidade para ser atleta’. FRASE CORRETA: “ela tem deficiência mental [intelectual] e se destaca como atleta”


    17. “ela é surda [ou cega], mas não é retardada mental”
    A frase acima contém um preconceito: ‘Todo surdo ou cego tem retardo mental’.Retardada mental, retardamento mental e retardo mental são termos do passado. O adjetivo“mental”, no caso de deficiência, mudou para “intelectual” a partir de 2004. Ver o item 12. FRASE CORRETA: “ela é surda [ou cega] e não tem deficiência intelectual”.

    18. “ela foi vítima de paralisia infantil”
    A poliomielite já ocorreu nesta pessoa (por ex., ‘ela teve pólio’). Enquanto a pessoa estiver viva, ela tem seqüela de poliomielite. A palavra vítima provoca sentimento de piedade. FRASES CORRETAS: “ela teve [flexão no passado] paralisia infantil” e/ou “ela tem [flexão no presente] seqüela de paralisia infantil”.

    19. “ela teve paralisia cerebral” (quando se referir a uma pessoa viva no presente) A paralisa cerebral permanece com a pessoa por toda a vida. FRASE CORRETA: “ela tem paralisia cerebral”.

    20. “ele atravessou a fronteira da normalidade quando sofreu um acidente de carro e ficou deficiente
    A normalidade, em relação a pessoas, é um conceito questionável. A palavra sofrer coloca a pessoa em situação de vítima e, por isso, provoca sentimentos de piedade. FRASECORRETA: “ele teve um acidente de carro que o deixou com uma deficiência”.