quinta-feira, 7 de abril de 2011

SEXUALIDADE NA PARALISIA CEREBRAL

 
    
     "Meu nome é Vanessa e tenho paralisia cerebral causada por meningite  alguns dias após o meu nascimento. Até dois anos atrás eu achava que fosse ficar sozinha para sempre, pois pensava que nunca ninguem se apaixonaria por mim... Eu estava errada, assim como minha família... Alguém se apaixonou por mim e dá tudo para estar ao meu lado.  


     Eu não sabia por onde começar a minha sexualidade. Apesar de eu me masturbar, o conhecimento sobre o meu corpo era limitado, e eu não tinha a experiência da companhia de um homem.  
     No início, havia a rigidez dos meus músculos, a pequena abertura das pernas e os espasmos descontrolados... Mas os beijos, as carícias e jogos sensuais em áreas mais sensíveis do meu corpo fizeram-me desfrutar desses momentos. Mas o que aconteceu quando tentamos a penetração?

     A penetração era difícil. A abertura da minha vagina era pouca e ao tentar introduzir o pênis, havia dor e tensão nos músculos.

     Fiquei muito frustrada, senti que estava falhando como mulher. Não só as minhas pernas estavam fracas, mas também meus braços, o que me impedia de permanecer muito tempo numa posição ideal.
     Mas, apesar de todos esses problemas, eu e meu parceiro não nos rendemos e decidimos investigar e explorar. Embora minha lentidão seja perceptível, tentamos diferentes posições, como por exemplo a que eu estou por cima dele, tudo devagar, com paciência, com beijos, carícias e sexo oral.     Com base nessa experimentação, graças a todo esse carinho, temos notado que meu corpo passou por uma grande melhora. Ganhei flexibilidade nas pernas e minha vagina consegue ser penetrada pelos dedos e pelo pênis, embora eu as vezes sinta alguma dor, mas penso que se as pessoas continuarem tentando, conseguirão chegar naquilo que achavam impossível.
       Por vezes, substituímos a penetração vaginal e anal pelos dedos do meu parceiro tocando o meu clitóris, o que me causa prazer.
     Antes de encerrar, eu gostaria de dar algumas dicas. É importante jogar com sensualidade, lubrificar bem as zonas erógenas com lubrificantes ou com saliva. E tudo com muita paciência, para que o prazer seja alcançado... E, por fim, antes que eu me esqueça: a paralisia cerebral não afeta os seus órgãos genitais."

 Relato de Vanessa Ruíz García

Fonte: Mitologia da Sexualidade

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