segunda-feira, 14 de março de 2016

ROTEIRISTA PRETENDE DESVENDAR A IMAGEM DE CHICA DA SILVA


 
   
    Quem realmente foi Chica da Silva, a escrava que teve um relacionamento amoroso de anos com um dos homens mais ricos do século 18, o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira? Uma sedutora, uma rainha, uma bruxa ou uma heroína? E como ela era? Bonita, alta, magra, baixa? Para tentar responder a essas e a outras questões, a roteirista paranaense Rosi Young, que vive atualmente nos Estados Unidos, desenvolve o que classifica como um “documentário científico” chamado 'A rainha das Américas: a verdadeira história de Chica da Silva'.


    O projeto prevê até a exumação dos corpos da escrava e do contratador, com a participação de uma equipe de cientistas plurinacional – o antropólogo forense norte-americano Anthony Falsetti; sua mulher, a artista forense brasileira Catyana Falsetti, que ficará a cargo da reconstrução facial e crânio-facial, e a antropóloga molecular neozelandesa Ann Horsburgh.

    Liderada por Rosi Young, a equipe deve ir a Diamantina em novembro próximo para o início dos trabalhos. O principal objetivo é determinar altura e peso do casal e outros dados que permitam reconstruir holograficamente suas formas. No entendimento de Rosi, como os descendentes se “perderam no tempo” e Chica e João morreram há mais de 70 anos, são personagens cuja história é de domínio público.

    No entanto, para fazer a exumação do corpo de Chica foi necessário obter autorização da Prefeitura de Diamantina e da Irmandade São Francisco de Assis, já que ela teria sido enterrada na igreja de mesmo nome. No caso do contratador, que nasceu em Mariana e foi criado em Portugal, a escritora diz ter em andamento negociações para ter acesso à sua sepultura, em Lisboa. “Esse trabalho só deve ser concluído em 2017, quando vamos lançar o documentário. A pesquisa vai ser respeitosa. Queremos apenas mostrar quem realmente foi essa mulher, que é um símbolo. Vamos tentar descobrir, se possível, a causa mortis do casal. A ideia é trazer João Fernandes para ser enterrado junto com sua amada”, afirma a escritora.

Zezé Mota viveu Chica no cinema


 
Passo a passo

1 - A exumação de Chica deve ocorrer em fevereiro de 2016 (mês do aniversário de sua morte).

2 - A autora do projeto acredita que o corpo de Chica da Silva foi enterrado junto com os de outras pessoas, incluindo uma irmã e uma filha. Todos deverão ser exumados para tentar identificar a da escrava.

3 - Os ossos masculinos serão separados dos femininos.

4 - A partir daí, será feito exame de DNA mitocondrial. O material contido nas mitocôndrias (usinas de energia das células) é herdado apenas por via materna. Esse exame revela, portanto, a origem materna do indivíduo

5 - Se identificada Chica da Silva, será feito um trabalho para reconstruir sua face, por meio de fotografias do crânio e uma tomografia especializada. O rosto será posteriormente moldado em argila.
 

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