quinta-feira, 10 de março de 2016

A MURALHA - BASTIDORES

 
 
    Quarta adaptação para a TV do romance de Dinah Silveira de Queiróz. A primeira foi ao ar em 1958 na TV Tupi, a segunda em 1963 na TV Cultura – quando as produções não eram ainda diárias. A terceira foi um grande sucesso da TV Excelsior, em 1968, adaptada por Ivani Ribeiro.

    Essa produção da Globo repetiu o sucesso da novela da Excelsior. Um grande momento onde quase tudo chegou à perfeição. Uma superprodução levada ao ar num ano em que se tinha muito para comemorar: 35 anos de aniversário da TV Globo, 50 anos de televisão no Brasil, e 500 anos de descobrimento do Brasil (visto que a minissérie mostrava o cotidiano brasileiro na época de seu descobrimento).
 
    O sucesso da minissérie também impulsionou a venda de mais de 18 mil exemplares do romance que a originou, e que há muito estava fora de catálogo.
 
      Maria Adelaide Amaral apenas baseou-se no romance original para contar a saga da família de Dom Braz Olinto. À trama original ela somou outras tramas e criou novos personagens. O núcleo de Dom Jerônimo e Dona Ana (que chegou a liderar o interesse pelo público) não existia no livro.
 
 
    
    Para recontar essa história a autora mudou o tempo da ação. O romance original acontecia no século XVIII e mostrava como pano de fundo a Guerra dos Emboabas. A autora trouxe a história para o século XVII e mostrou o início da colonização do Brasil, a luta pela sobrevivência dos portuguesas numa terra estranha e selvagem, uma época em que os bandeirantes desbravavam terras e escravizavam os índios enquanto os primeiros jesuítas chegavam ao Brasil.
 
    Muitos foram os destaques do elenco. Mauro Mendonça voltou a viver Dom Braz Olinto, o líder dos bandeirantes, personagem que já havia interpretado na novela da Excelsior. Naquela ocasião, o ator tinha 37 anos de idade, o que exigiu amplos recursos de maquiagem para caracterizá-lo como um homem com cerca de 70 anos. Agora, aos 67 anos, ele se encontrava com a idade ideal para interpretar o personagem.
 
    Tarcísio Meira criou um Dom Jerônimo quase monstruoso, um grande momento de sua carreira. Mateus Nachtergaele interpretou um padre que sofre ao por em dúvida sua vocação cristã perante os horrores da nova terra. Destaque também para a dupla Alessandra Negrini e Leonardo Brício, irrepreensíveis em seus papéis.
 
   A questão da fé foi amplamente trabalhada, na abordagem tanto da catequisação dos índios quanto da perseguição dos judeus e hereges.

FONTE: http://www.teledramaturgia.com.br/

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