quinta-feira, 30 de outubro de 2014

UMA REVOLUÇÃO NA PARAPLEGIA



    É impressionante a cena! No filme “Pearl Harbour”, o paraplégico presidente Franklin Delano Roosevelt levanta-se, em um ímpeto, da cadeira de rodas e, irado, refuta em voz alta a afirmação dos seus generais.
 
    Os membros do estado maior das forças armadas norte-americanas afirmavam ser impossível bombardear Tóquio com aeronaves decolando de porta-aviões estacionados em algum lugar do Oceano Pacífico, a uma distância razoável da costa japonesa. 
 
    Espantados, os almirantes e generais foram convencidos a preparar o bombardeio, naquele momento dramático, em que Roosevelt queria uma desforra ao surpreendente ataque japonês que liquidou a sua esquadra naval e aérea norte-americana, matando milhares de soldados.
 
    Considerado pela medicina incapaz de erguer-se sobre as próprias pernas, aquele gesto impossível do famoso Presidente tornou possível a operação aérea que arrasou instalações da indústria bélica nipônica.
 
    Vejo, pela internet, na edição do “New York Times” que o governo norte-americano acaba de autorizar a venda de exoesqueletos, que permitirá a todas as pessoas que foram vítimas de lesões da medula espinhal abandonarem as suas cadeiras de rodas e sentar, ficar de pé e caminhar, inicialmente com o uso de muletas.
 
    Rigorosíssima no licenciamento de novos remédios e aparelhos de saúde, a FDA (Administração Reguladora de Medicamentos) autorizou a comercialização do Rewalk, depois de prolongados e meticulosos testes em trinta pacientes.
      É um aparelho motorizado que, colocado nas pernas e no torso, permite aos paraplégicos o movimento dos quadris, dos joelhos, dos tornozelos e da caminhada.
 
    O nome exoesqueleto quer dizer: esqueleto externo, um “esqueleto” movido à micro-eletrônica, produto da mais avançada tecnologia ortopédica, que vai realizar o sonho de mobilidade a milhares de pessoas.
 
    Nos Estados Unidos - informa a reportagem - cerca de duzentas mil pessoas sofrem com algum tipo de lesão na medula, muitos deles com paraplegia completa. Esses, que vivem confinados às suas camas, podem agora aspirar a andar, dirigir automóvel, praticar esportes e trabalhar até mesmo em funções mais exigentes de movimentos.
 
    A próxima geração dos exoesqueletos será a dos “bioinspirados”, que é dotado de biossensores capazes de detectar a intenção do movimento que quer fazer o paciente.
 
    Não passarão muitos anos, microchips instalados no cérebro do paraplégico transmitirão sua vontade de mover-se, e, com essa informação, fazer com que o exoesqueleto faça o devido acionamento.
 
    Como todo produto tecnológico, no início seu preço será elevado. Mas, a cada ano, esse preço vai cair vertiginosamente, como ocorreu com os telefones celulares, os aparelhos de CD, de DVD e de TV com tela de plasma.
 
    A minha certeza (não uma mera esperança!) é de que esses novos produtos tornar-se-ão acessíveis aos que deles precisam, dentro de apenas uma década.
 
O grande show dessa nova revolução na medicina foi dado, em São Paulo, na abertura da Copa do Mundo, quando o paraplégico João Pinto deu o chute inaugural, acionado por um exoesqueleto.
 
A Bíblia Sagrada narra que Jesus fez o milagre de curar o paralítico. Agora o faz, por intermédio da ciência.

Luiz Henrique da Silveira - Senador da república - imprensa@satc.edu.br

FONTE: http://www.notisul.com.br

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