sábado, 18 de julho de 2015

PRINCESAS POLÊMICAS: ISABELLE EBERHARDT





    Mais uma mulher que viveu à frente de seu tempo e desafiou conceitos ligados à moral, à razão e, inclusive, às leis. Filha de anarquistas russos, Isabelle saiu da Europa em direção à África, onde viveu experiências fantásticas, que incluem desde a sua inserção em uma seita islâmica e em movimentos políticos, seu quase assassinato e uma morte trágica no deserto.
 
    Durante sua vida Isabelle adotou diversos pseudônimos. Seu primeiro livro foi publicado com a assinatura de Nicolas Podolinsky – a obra tratava de erotismo e necrofilia e se chamava “Sensualidade Sepulcral”. Na vida social e amorosa, ela gostava de ser chamada Nadia; entre os chefes das tribos que conheceu ela era conhecida como Mahmoud Saadi.
 
    Inteligente e apaixonadamente dedicada ao islamismo, Isabelle era fluente em sete idiomas quando tinha apenas 20 anos e, com o passar do tempo, tornou-se fluente em árabe – dizem que as escolas locais a chamavam para trabalhar quando a ouviam falar.
 
    Entre as outras características que definiam Isabelle estava seu vício em bebidas, cigarro e um derivado do haxixe. Durante a sua vida, Isabelle teve um grande número de relacionamentos, enfrentou policiais em batalhas perigosas, desperdiçou muito dinheiro e foi sempre conhecida por seu temperamento forte.





    Ela também viveu tentando encontrar sua função social, seu papel no mundo. Trabalhou como escritora e jornalista, criando guias turísticos dedicados a mostrar lugares incríveis fora da Europa, e, embora tenha sido requisitada para trabalhar como informante na França e também na Argélia, Isabelle nunca demonstrou interesse nesse tipo de trabalho.
 
    Ainda assim, sofreu um atentado e foi atacada por um suposto espião francês. O golpe a deixou gravemente ferida, mas Isabelle conseguiu sobreviver e, a partir de então, guardava o sabre que quase a matou como uma espécie de troféu.
 
    Nossa jovem heroína russa morreu com apenas 27 anos, quando uma placa gigante de gelo derreteu nas montanhas e inundou o deserto onde ela morava. No momento de sua morte, ela conversava com o marido, ainda que alguns historiadores afirmem que o esposo a abandonou para salvar a própria vida.
 

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