quarta-feira, 29 de abril de 2015

A REALIDADE DOS CONTOS DE FADAS: UMA ANÁLISE SOCIAL - CHAPEUZINHO VERMELHO



     Quando ouvimos falar de contos de fadas, pensamos em crianças, histórias sobre princesas, fadas, anões, bruxas, animais falantes, etc. Histórias contadas pelos pais durante a noite, ou nas escolas. Histórias que viraram clássicos pela mãos de Walt Disney. Contudo tais histórias, a princípio sem nenhum contexto mais importante, escondem um passado sombrio de uma realidade de vida miserável e cruel. Se vocês tem crianças em casa, não contem para eles o que será dito aqui, deixe que a fantasia destes contos os encantem e os alegrem por enquanto.
 
 
Irmãos Grimm

      Os principais contos de fadas que conhecemos no Ocidente, como Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve, Cinderela, O Pequeno Polegar, O Gato de Botas, Barba-azul, Os contos da Mamãe Ganso, etc., tiveram suas origens em tempos remotos que se perdem na história. Tais histórias se originaram em parte na Idade Média europeia e em outra parte, vieram do Oriente, possuindo diferentes versões. Histórias como da Branca de Neve e Cinderela possuem várias versões ao longo da Idade Média até o século XX, de fato as versões da Disney são as mais famosas e conhecidas no mundo.
      Começemos a tratar da realidade destas histórias a partir de agora, começando com a clássica história da Chapeuzinho Vermelho. Essa história ainda possui suas origens desconhecidas, mas os relatos mais antigos são encontrados na França, posteriormente outras versões deste conto surgiram na Inglaterra e na Alemanha, em especial na Alemanha temos a versão dos famosos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhem). 
      Em resumo a história da Chapeuzinho Vermelho, narra aventura de uma jovem menina, as vezes descrita como uma criança entre seus dez e doze anos ou uma adolescente entre seus 14 e 16 anos, a qual viaja por uma sombria floresta a fim de visitar sua avó doente e lhe levar comida e remédios, mas no caminho ela se depara com um grande e feroz lobo que a engana, lhe apontando um suposto atalho que na realidade era um caminho mais longo. O lobo aproveita e corre para a casa da avó dela e devora a vovozinha, e depois engana a jovem garota com aquelas famosas perguntas que não citarei aqui. Porém nas versões que vemos hoje, no final da história a vovozinha e a Chapeuzinho são retiradas da barriga do lobo por um bondoso lenhador. Contudo nas versões mais antigas, esta história não possuía um final feliz. Devemos nos lembrar que o propósito destas histórias não era meramente entreter as crianças, mas lhe ensinar lições de moral e alertar sobre alguns perigos.
      Assim, a viagem pela floresta, o lobo mau, eram na realidade mecanismos utilizados pelos adultos para dizer que as crianças deveriam ficar longe da floresta, a qual era um lugar perigoso tanto para crianças como para adultos. Na Idade Média e Moderna, em algumas regiões, bandos de lobos vagavam pelas campos causando perdas aos rebanhos de pastores, e gerando medo nas pessoas (em alguns casos, estas invasões de lobos, era consideradas como obras de bruxas e de lobisomens). Mas, a moral da história fica em se dizer que tenha cuidado com a floresta, não ande sozinho e cuidado com os estranhos. Nas versões mais antigas, tanto a Chapeuzinho como a sua avó, morriam no final. Há outras interpretações para esta história, mas me reterei a ficar apenas nessa.
 
 
 




Nenhum comentário:

Postar um comentário