COLUNA VERTEBRAL:
A coluna vertebral é a estrutura que promove sustentação para a postura ereta, constituindo uma manga protetora, porém flexível para a delicada medula espinhal, além de assegurar locais para a fixação de músculos e servir para transferir e atenuar cargas da cabeça e tronco e para os membros inferiores e vice-versa. (RASH, 1991).
Ela é composta por 33 vértebras, das quais 24 se unem para formar a coluna flexível. Sendo que estão subdivididas em: sete cervicais (C1-C7), doze torácicas (T1-T12), cinco lombares (S1-S5) e quatro coccígeas.
MEDULA ESPINHAL:
Ao contrário do que ocorre nos hemisférios cerebrais, a substância cinzenta é encontrada no interior, circundada por substância branca. A medula espinhal tem, essencialmente, a mesma disposição em toda sua extensão.
Ligados a cada lado da medula espinhal há uma série de pares de nervos, as raízes espinhais, denominadas de ventral e dorsal, de acordo com sua posição. Geralmente há 31 pares, os quais compreendem 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacros e 1 coccígeo. As raízes ventrais e dorsais correspondentes unem-se para formar um nervo espinhal.
As células da substância cinzenta da medula espinhal incluem: células motoras, cujos axônios saem pelas raízes ventrais e inervam a musculatura esquelética; células motoras cujos axônios saem pelas raízes ventrais e se dirigem aos gânglios autônomos e células sensitivas intercaladas, relacionadas com o mecanismos sensitivos e reflexos. A substância branca contém tratos ascendentes e descendentes. Alguns sobem ou descem do encéfalo, enquanto que outros estabelecem conexão entre células de vários níveis da medula.
O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por camadas de tecido não nervosos, chamadas em conjunto de meninges. Estas camadas, de fora para dentro, são a dura-máter, a aracnóide e a pia-máter (GRAY, 1971)
INCIDÊNCIA DAS LESÕES MEDULARES:
Segundo a Spinal Injuries Association (SIA, 1995), estima-se que aproximadamente 13 pessoas por milhão da população do Reino Unido sofrem uma lesão da medula espinhal por ano.
A proporção entre casos masculinos e femininos é aproximadamente 5:1 e varia, consideravelmente, com a idade. A maior incidência é na faixa etária dos 20-39 anos (45%), seguida pela faixa dos 40-59 anos (24%), 0-19 anos (20%) e de 11% para pessoas com mais de 60 anos. Sendo que os dados de incidência e etiológicos variam de país para país (STOKES, 2000)
Nos EUA, são relatados cerca de 10.000 acidentes automobilísticos por ano, cuja principal conseqüência são lesões da medula cervical. E estes dados estatísticos respondem por 35 a 45% das lesões da medula espinhal deste país.
A incidência de lesões medulares traumáticas no Brasil é alta. Estima-se que ocorram cerca de 11.300 novos casos/ano, ou seja, 71 casos novos por milhão de habitantes. Esse número, em comparação à média mundial e a média de países como os EUA, é mais elevado.
> Traumáticas;
> Não Traumáticas:
* Congênitas;
* Degenerativas;
* Tumorais;
* Infecciosas;
* Doenças Neurológicas e Sistêmicas; e
* Doenças vasculares.
LESÕES TRAUMÁTICAS:
Estes tipos de lesões medulares são geralmente resultado de eventos catastróficos, cujas causas mais freqüentes são acidentes automobilísticos, ferimentos por armas de fogo, quedas em atividades recreativas ou esportivas.
Podem ainda se dividir em:
* Choque Medular: é a perda de todas as funções neurológicas abaixo do nível da lesão medular, o que representa uma interrupção fisiológica e não anatômica da medula espinhal. Caracteriza-se pela paraplegia flácida e ausência de atividade reflexa e tem duração de aproximadamente 48 horas pós lesão;
* Lesão Medular Completa: nesse caso, as funções motora e sensitiva estão ausentes abaixo do nível da lesão;
* Lesão Medular Incompleta: pode haver alguma função motora ou sensitiva abaixo do nível da lesão;
* Síndrome Medular Anterior: é uma lesão incompleta, onde observa-se perda dos movimentos voluntários e sensibilidade dolorosa, porém, com preservação de sensibilidade tátil e vibratória;
* Síndrome Medular Posterior: é o oposta da síndrome medular anterior;
* Síndrome Central da Medula: caracteriza-se por tetraparesia de predomínio distal de membros superiores e anestesia suspensa (predomínio dos membros superiores e tórax, podendo estar preservada nos membros inferiores);
* Síndrome de Brown-Séquard: caracteriza-se por uma hemissecção da medula, com alterações da motricidade e sensibilidade profunda no mesmo lado da lesão e da sensibilidade dolorosa e térmica contrabatera;
* Síndrome do Cone Medular: caracteriza-se pela ausência de sensibilidade perineal, com perda de controle dos esfíncteres e alteração motora distal dos membros inferiores.
LESÕES NÃO-TRAUMÁTICAS:
* Congênitas: estão associadas às falhas de desenvolvimento de estruturas medianas e são as causas mais freqüente das anomalias congênitas do sistema nervoso central. Dividem-se em abertas (Mielósquise, Meningocele e Mielomeningocele) e fechadas (Espessamento do Filum Terminale, Lipomeningocele, Diastematomielia, Cistos Dermóide, Epidermóide e Teratomas, Malformações de Chiari);
* Degenerativas: acontece principalmente por espondilose cervical degenerativa;
* Infeções: infecções virais (poliomielite, herpes zóster, mielopatia espástica tropical), bacterianas (abscessos epidurais, tuberculose);
* Doenças Neurológicas e Sistêmicas: como esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica ou doenças reumáticas;
* Doenças Vasculares: acontecem por quadros isquêmicos da medula, geralmente pós-trauma.
* Tumorais: tumores como cordoma, osteossarcoma, tumores de células gigantes. Hemangioma, mieloma, metastáticos (pulmão, próstata e mama), linfoma, melanoma, meningioma, schwannoma, neurofibroma, carcinoma metastático, astrocitomas, ependinomas, gangliogliomas, carvernomas;
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