terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

GRANDES NOVELAS - ESCRAVA ISAURA







   Eu não era nem nascido quando deu "Escrava Isaura", o que quer dizer que esta novela é das antigas... (eheheheh). Baseada no romance de Bernardo Guimarães, ela foi adaptada por Gilberto Braga. Quando li "A escrava Isaura" na escola, aos 12 anos de idade, comecei a sentir curiosidade pela forma de como um autor adapta um romance para uma novela. De fato, Gilberto Braga criou alguns personagens e deu maior importância para outros que no livro mal aparecem. Fato. Transformar um livro pequeno numa novela de cem capítulos exige muita criatividade. 
   A novela é mundialmente conhecida e transformou Lucélia Santos numa estrela internacional.  Muita gente usa o "lerê-lerê" da música de abertura como referência sarcástica a trabalho escravo ou forçado.
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      Escrava Isaura parou a guerra da Croácia quando era exibida. Foi a primeira novela brasileira a furar o bloqueio da Cortina de Ferro, onde fez muito sucesso. Na Rússia, a palavra "fazenda", antes inexistente no país, entrou para o dicionário na versão hispânica: "hacienda". Em Cuba, o governo chegou a cancelar o racionamento de energia elétrica durante o horário da novela. Na Bósnia, em pleno calor da guerra contra a Sérvia (1997), os dois exércitos decretaram cessar-fogo durante a exibição dos capítulos. Na China, Lucélia Santos ganhou o Prêmio Águia de Ouro, com os votos de cerca de 300 milhões de pessoas - foi a primeira vez que uma atriz estrangeira recebeu um prêmio no país. Na Polônia, milhares de pessoas lotaram um estádio para assistir a uma competição de sósias dos personagens Isaura e Leôncio.

      
      Gilberto Braga narrou numa entrevista a respeito de problemas da novela com a censura do Regime Militar, na época: "Quando comecei a escrever Escrava Isaura, fui chamado a Brasília para conversar, porque eles achavam a novela perigosa. Então, na reunião com censores, ficou mais ou menos estabelecido que eu poderia escrever Escrava Isaura, mas que não poderia falar de escravo. Uma censora me disse que a escravatura tinha sido uma mancha negra na história do Brasil, e que não deveria ser lembrada - aliás, segundo ela, o ideal seria arrancar essa página dos livros didáticos; imagine então falar disso na novela das seis...
Um censor falou que a novela podia despertar sentimentos racistas na netinha dele, porque ela via os brancos batendo nos escravos na televisão e podia querer bater nas coleguinhas pretas dela. Aí eu disse ao censor que ele devia ver um psicólogo para a menina porque, se ela se identificava assim com os bandidos...
De qualquer maneira, eu prometi que ia falar o mínimo possível em escravo e falei o mínimo possível em escravo em Escrava Isaura."


      
      A abertura era ilustrada com gravuras do pintor francês Jean-Baptiste Debret, que morou no Rio de Janeiro no período do Império e retratou personagens e costumes desta época.

      A música tema de abertura, Retirantes, de Jorge Amado e Dorival Caymmi, interpretada pela orquestra e pelo coro da Som Livre - o lerê-lerê, um lamento de escravos - marcou a TV brasileira e é até hoje lembrada.


Elenco:

Lucélia Santos - Isaura/Elvira
Rubens de Falco - Leôncio
Edwin Luisi - Álvaro
Léa Garcia - Rosa
Gilberto Martinho - Comendador Almeida
Roberto Pirillo - Tobias
Norma Blum - Malvina
Mário Cardoso - Henrique
Haroldo de Oliveira - André
Isaac Bardavid - Francisco
Zeny Pereira - Januária
Beatriz Lyra - Ester
Átila Iório - Miguel
Elisa Fernandes - Taís
Dary Reis - Conselheiro Fontoura
Maria das Graças - Santa
Ângela Leal - Carmem
Ítalo Rossi - José
Francisco Dantas - Sr. Matoso
Myrian Rios - Aninha Matoso
Carlos Duval - Beltrão
André Valli - Martinho
Clarisse Abujamra - Lúcia
José Maria Monteiro - Capitão Andrade
Gilda Sarmento - Carolina
Ary Coslov - Geraldo
Neuza Borges - Rita
Edyr de Castro - Ana
Lady Francisco - Juliana
Amíris Veronese - Alba
Ana Maria Grova - Eneide
Almeida Santos - Jaime
Aguinaldo Rocha - Dr. Alceu
Nena Ainhorem - Lucíola
Mário Polimeno - Palhares
Marlene Figueiró - Leonor
Alexandre Lambert - Geraldo
Joyce de Oliveira
Lídia Iório
Janser Barreto - Leôncio (criança)
Dudu Moraes
Joel Silva
Hilda Reis
Ana Lúcia Torre
Henriette Morineau - Mme. Madeleine Besançon
Marcos Frota - Eurípedes




FONTE: http://teledramaturgia.com.br

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