domingo, 21 de agosto de 2011

CAMINHADA DA SUPERAÇAO - BRIQUE DA REDENÇÃO



      Domingão de sol e frio em Porto Alegre. Na Redenção, muita coisa acontecendo. O aglomerado de gente próximo ao espelho d’água indicava que não seria um domingo como outro qualquer. O brique tem dessas coisas: tem momentos que parece que estamos numa feira medieval, onde ambulantes, caminhantes, artistas, sons e tendências compartilham o mesmo espaço.

      Mas, voltemos ao aglomerado. Caminhada da Superação, segunda edição. Pessoas com os mais variados tipos de deficiência se encontraram para celebrar o início da semana de valorização dos PCDs.
      No começo, achei que tinha pouca gente. Aí, lembrei que era domingo, e que nesse dia existem menos ônibus adaptados. Aos poucos, a galera foi chegando e o movimento foi tomando corpo. Porém, uma coisa me chamou a atenção: mesmo num encontro onde o espírito é estimular a inclusão, as pessoas se dividiam de acordo com as suas deficiências. Ou seja, surdos de um lado, cegos de outro, cadeirantes num espaço a parte... O ser humano é assim... No final, o que acaba vencendo é a afinidade. Aí parei pra pensar: quem não tem deficiência também age assim. Sempre primamos por buscar o parecido com a gente, as pessoas que conhecemos. É natural.

                                             CONCENTRAÇÃO

      A caminhada partiu do espelho d’água perto do meio-dia e seguiu pela Av. Oswaldo Aranha, indo em direção ao Brique da Redenção.

      Aí, as deficiências novamente se dividiram: ala dos cegos, ala das pessoas com deficiência intelectual, ala dos cadeirantes... todos seguidos por pessoas das suas famílias e amigos.

                                       TRADUÇÃO NA LÍNGUA DE SINAIS


      No brique, abriu-se um corredor por onde a passeata passou, sem ser desconsiderada pela gente que aproveitava o domingo de sol.
      No entanto, não vi ninguém dos que olhavam juntar-se a caminhada. Natural, pensei eu... Parece que as pessoas só compram a causa da deficiência ou quando se tornam deficientes, ou quando têm algum membro da sua família com alguma deficiência. Fora isso, a pessoa com deficiência é vista como um ET por quem não tem convivência alguma com esse universo.

                                          MISS CEGA E REI MOMO

      Todo mundo olha, sorri, mas não chega muito perto. Aí dá vontade de dizer: “olha, chegar perto de uma cadeira de rodas não deixa ninguém deficiente... Deficiência não é que nem gripe A...”

      Mas, paciência... O que importa é que a semana de valorização das pessoas com deficiência foi aberta com chave de ouro e que o recado foi dado.


                                                         RAPAZ CEGO E SEU CÃO-GUIA 

      Pessoas com deficiência existem e estão por aí, nas ruas, nas escolas, no trabalho, nos ônibus, nos cinemas, etc, etc... Promover a acessibilidade não é apenas construir rampas... É, sobretudo, educar quem não tem nenhum tipo de deficiência a pensar no assunto e a entender que todos têm o direito de ir, vir e ser feliz.

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