segunda-feira, 24 de agosto de 2015

INCLUSÃO LABORAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA PSICOSSOCIAL

 
* Romeu Kazumi Sassaki

  
    Foi realizado em 24/9/14 o 7° Reabilitação, Inclusão e Tecnologia de Curitiba/PR, um evento anual organizado conjuntamente pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná e pelo Serviço Social da Indústria, destinado aos profissionais de RH de empresas sediadas em Curitiba/PR.

     Na condição de palestrante para abordar o tema "Desafios da Inclusão de Pessoas com Deficiência Psicossocial no Mundo do Trabalho", recebi da comissão organizadora uma lista com nove perguntas sugeridas com antecedência pelos referidos RHs. Dada a relevância das perguntas, utilizei-as na parte inicial da minha palestra.

     Seguem-se aqui as perguntas das empresas e as respectivas respostas que dirigi à plateia. 






[1] Como diferenciar o transtorno mental das sequelas do transtorno mental que caracterizam a deficiência psicossocial? Como tem sido diagnosticado/avaliado que a pessoa está na “fase das sequelas” do transtorno mental para que a empresa possa colocar na cota como deficiência psicossocial?

Pessoa com transtorno mental é aquela que se encontra na fase aguda dessa condição. Pessoa com deficiência psicossocial é aquela que, passada a fase aguda, se encontra na fase crônica, estável, dessa condição. Esta distinção é adotada por especialistas que acompanham de perto os avanços teóricos, práticos e terminológicos dos dois setores envolvidos nesta questão: o da saúde mental e o das deficiências. A literatura de ambos os setores tem registrado o uso dos termos "pessoa com transtorno mental" e "pessoa com deficiência psicossocial" para se referir à mesma pessoa em momentos diversos, ou seja, como se eles fossem sinônimos. Isso é comum acontecer.

Hoje (especialmente após a ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência) já existe a noção de que a mesma pessoa pode estar na fase aguda da doença mental (transtorno mental) em um momento de sua vida e pode, após tratamento e outras experiências (convívio com a família, os amigos e outras pessoas significativas), passar para a fase crônica, ou seja, a fase da sequela daquele transtorno mental. Tanto na primeira fase como na segunda fase, esta pessoa tem sido chamada como "pessoa com transtorno mental". Daí, lermos que determinadas pessoas com transtorno mental começaram a trabalhar ou a estudar em escola comum ou passaram a viver na comunidade.  
 

[2] Quais são as sequelas dos transtornos mentais que caracterizam as deficiências psicossociais? São características de comportamentos? Como descrevê-las em um laudo médico? Os transtornos mentais relacionados às sequelas posteriores são: transtorno bipolar, esquizofrenia e depressão grave?

Não apenas esses três tipos, mas também os seguintes: psicoses, síndrome de Asperger, transtorno do espectro do autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno obsessivo-compulsivo. A lista não termina aí. O Manual de Diagnósticos e Estatísticas de Transtornos Mentais (DSM), da Associação Americana de Psiquiatria, em sua quinta edição, lançado em 2013, aumentou consideravelmente o número de transtornos mentais considerados atualmente. As características de cada tipo de deficiência psicossocial decorrem do respectivo tipo de transtorno mental. 


* Romeu Kazumi Sassaki

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