sexta-feira, 31 de agosto de 2012

BEBÊS PODEM AJUDAR PESQUISADORES A ENTENDER O AUTISMO


      Com apenas cinco meses de vida, o britânico Ricky Kimber está participando de um experimento que pode ajudar a compreender o desenvolvimento do autismo. Os resultados obtidos a partir dos sensores colocados na criança devem dizer aos cientistas como os bebês aprendem ao ver outras pessoas fazendo coisas. O objetivo é que o estudo, realizado na Durham University, proporcione um melhor entendimento de como as crianças aprendem desde muito cedo, além de auxiliar no diagnóstico precoce do autismo. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.
      Na segunda-feira, Rachel Mitchell e Doug Kimber levaram o filho, Ricky, para participar da pesquisa. “O laboratório é totalmente amigável para crianças, não é como pensamos tradicionalmente, cheio de tubos e fios”, conta a mãe. “Ficamos muito felizes com a participação do Ricky. Idealmente, nos gostaríamos que os pais de bebês com idade entre duas e três semanas, que tiveram parto natural, nos procurassem”, afirmou a pesquisadora Katharina Kaduk, ressaltando que eles começariam a participar quando estivessem com 10 semanas.
      A universidade espera recrutar pelo menos 40 bebês para os testes. As crianças – que ficam com os pais o tempo todo – devem ‘andar’ em uma banheira usando seu “reflexo de caminhar”. Elas, então, assistem a imagens de computador de pessoas caminhando, enquanto sua atividade cerebral é monitorada, para mostrar como o cérebro reage ao ver alguém andando.
      Os resultados serão comparados aos de bebês que não têm nenhuma experiência em caminhar, para verificar se isso faz alguma diferença de como crianças aprendem sobre outras pessoas. Os testes são inofensivos, indolores e não invasivos, e nenhuma das crianças vai ser clinicamente testada para autismo. “Nós simplesmente registramos o que o bebê está fazendo e o que acontece no seu cérebro”, descreve o psicólogo Vincent Reid, da Durham University, que está liderando o estudo.
      Reid espera que os resultados possam ajudar a detectar o autismo em crianças ainda muito jovens. “Enquanto não há cura para o autismo, a intervenção pode minimizar a condição. Atualmente, o autismo não é detectado até que as crianças tenham em torno de três anos de idade. Essa pesquisa deve ajudar a compreender como seria possível detectar a doença mais cedo”, explica.
      “Como os bebês aprendem melhor é algo que interessa a pais e educadores, e pode prover uma compreensão melhor sobre como o cérebro reage à informação social, algo que é fundamental na detecção precoce do autismo”, afirma.

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