terça-feira, 30 de junho de 2015

CINEMA EM TIRAS - LOUCA OBSESSÃO - PARTE 5



     Louca Obsessão, é um suspense como poucos, que segura o espectador até o final, tem ótimas atuações, e embora tenha alguns momentos um pouco previsíveis (nem por isso menos interessantes), é um filme pra entrar na lista de melhores adaptações de obras do escritor Stephen King (juntando-se a Carry a Estranha e O Iluminado, na minha opinião).
     É a história de Paul Sheldon (James Caan), famoso escritor que fez sua série de livros sobre a personagem Misery alcançar o status de best seller. Ao sofrer um acidente, é resgatado por Anne (Kathy Bates, perfeita), uma enfermeira que se diz “sua fã número um”, mas que descobre ao ler a última obra publicada de Paul, que sua personagem preferida, a tal da Misery, morre. Começa então um jogo de submissão e tortura para que o escritor reescreva o retorno da personagem, enquanto fica, imóvel, sob o poder de uma admiradora louca.
     O diretor Rob Reiner (do recente Antes de Partir), estabelece um clima de terror, que, infelizmente já não se vê com muita frequência no cinema atual. Os closes nos rostos de Bates, e a forma quase hitchcockquiana como conduz certas cenas (como no momento em que vemos a tentativa de fuga de Paul, ao mesmo tempo em que somos alertados sobre a eminente volta de Anne), sem falar na trilha sonora, desesperadora, tudo no ponto certo para um resultado final angustiante.
     James Caan, como Paul faz o que pode com um personagem quase sempre imóvel, e entregue aos “cuidados” de Anne, enquanto arma planos de fuga, que, mesmo sendo notáveis pela engenhosidade, acabam sempre frustrados. Já Kathy Bates brilha como a dominadora Anne (ela ganhou o Oscar por sua atuação no filme), e vai da admiradora desequilibrada à serial killer em poucos segundos!!! Como na cena do martelo (uma das mais chocantes que assisti na minha vida, um método nada convencional de manter alguém imóvel), onde depois de torturar Paul, declara seu amor por ele. 
     As aparições de Richard Farnsworth e Lauren Bacall como o xerife com cara de bobo, mas com uma sacada super inteligente, e sua mulher cuja ironia “é o tempero do casamento”, são responsáveis pelo humor (sempre na dose certa, quase negro, e super oportuno) do filme.

FONTE:http://www.cinemadebuteco.com.br

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