José Augusto do Amaral, mais conhecido como Preto Amaral, nasceu em
Minas Gerais no ano de 1871. Ele é considerado o primeiro assassino em
série brasileiro.
Amaral era filho de escravos do Congo e Moçambique.
Quando estava com 17 anos se beneficiou da Lei Áurea da Princesa Isabel
para ser alforriado. Logo após, sem muitas oportunidades de emprego, ele
entrou para o exército que era uma das poucas ocupações disponíveis
para os negros na época.
Amaral serviu no país inteiro: Espírito Santo,
Bahia, Ceará, Rio grande do Sul, São Paulo, Goiás e vários outros
lugares. Na Guerra de Canudos (1987), chegou a tenente. Ele também foi
parte do primeiro batalhão da brigada policial e de vários outros
batalhões, sendo que ele, na maioria, acabava por desertá-los. Até que
em Bagé ele se juntou ao exército nacional, onde ao desertar foi preso,
e teve que responder ao conselho de guerra. Foi condenado a sete meses
de prisão no quartel.
Depois de rodar o Brasil como voluntário da
Pátria, no ano de 1926, Amaral já estava com 55 anos, tinha uma vida de
andarilho e vivia de sub-empregos (bicos). Nessa época ele cometeu o seu
suposto primeiro crime. Em 5 de dezembro de 1926, Antônio Sanchez, de
27 anos, foi achado morto nas imediações do Aeroporto Campo de Marte,
zona norte de São Paulo, após aceitar um convite para almoçar. “Com a
certeza de que o rapaz não dava sinais de vida, ele o sodomizou e fugiu
em seguida.
José Felippe de Carvalho, 12 anos, abordado na véspera do Natal,
quando ia para a missa, foi também levado para o Campo de Marte,
estrangulado e estuprado. A última vítima foi Antônio Lemes, 15 anos,
morto em 1º de janeiro de 1927, depois de ganhar um almoço. Depois
desses crimes houve ainda uma tentativa esganamento e atentado violento
ao pudor, mas o rapaz que ele tentou esta investida conseguiu escapar da
morte porque o "Preto" teria se assustado e o deixado no local, e em
seguida foi até a delegacia denunciá-lo. Logo depois disso ele foi
preso, torturado pela polícia e acabou confessando os seus supostos
crimes. Já era famoso em São Paulo antes mesmo da sua prisão, os jornais
da época estampavam notícias sobre um assassino em série na cidade e o
mesmo já tinha as alcunhas na mídia local de "O mostro Negro" e "O Diabo
Preto". As investigações levaram a polícia até Preto Amaral, que
confessou os crimes, sem demonstrar emoção.
Embora tenha sido
reconhecido por testemunhas, a dúvida da autoria dos homicídios sempre
permaneceu. Depois de preso ele foi examinado por um psiquiatra que numa
das consultas ouviu uma história que ele contou sobre o tamanho
exagerado de seu pênis e que sempre teve dificuldades de se relacionar
com uma mulher, porque, segundo ele, nenhuma delas queria ter relações
sexuais devido ao exagero do tamanho do seu membro. Ele atribuía esse fato a uma simpatia que fez quando adolescente.
Aconselhado por amigos, teria marcado numa bananeira o tamanho desejado
para seu pênis, com dois traços riscados a faca. Passado algum tempo, ao
perceber que seu pênis se desenvolvia sem parar, correu até a árvore
para modificar o traçado, mas já era tarde. Ela crescera demais e a
distância entre os traços também. Desesperado, Amaral derrubou-a a
machadadas na tentativa de interromper o processo, mas, segundo ele, o
“encanto” permaneceu.
Na época isso acabou relacionando o
tamanho do seu pênis ao tamanho de sua bestialidade (comum pensamento da
população sobre os tarados na época). Alguns casos continuaram a
acontecer mesmo com o Preto Amaral preso, e com isso ele acabou virando
uma lenda. A população revoltada queria o seu linchamento, ou morte, mas
o Preto Amaral faleceu antes mesmo de ser julgado, cinco meses depois
de ser preso. Amaral morreu de tuberculose em 12 de julho de 1927, na
Cadeia Pública. Apesar de nunca ter sido julgado, ele é considerado o
primeiro serial killer brasileiro e hoje sua história faz parte do Museu
do Crime em São Paulo.
FONTE: http://omundomau.blogspot.com.br
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