Fábrica de papel higiênico |
Foi só no século XIX, com a propagação da água
encanada e do esgoto e com o desenvolvimento de uma nova indústria da higiene
– principalmente nos Estados Unidos –, que o banho foi reabilitado.
O sabão, conhecido desde a Antiguidade, mas por muito tempo considerado
um produto de luxo, foi industrializado e popularizado. Em 1877, a Scott Paper,
companhia americana pioneira na fabricação de papel higiênico,
começou vender seu produto em rolos, formato que se mostra até hoje
insuperado.
O século XX prosseguiria com a expansão da higiene.
Os desodorantes modernos datam de 1907 e a primeira escova de dentes plástica
é dos anos 50. A divulgação de produtos e práticas
de higiene pessoal passou a contar com um aliado poderoso: a publicidade. Lançado
em 1917, o Kotex, tido como o primeiro absorvente íntimo feminino, foi
divulgado em 1946 por um filme de animação produzido pelos estúdios
Disney. "O sabonete e a publicidade cresceram juntos", diz Katherine
Ashenburg em seu livro. Foi daí que surgiu a expressão em inglês
que designa a telenovela: soap opera, "ópera de sabonete",
referência aos patrocinadores desses programas.
Katherine sugere que o avanço da assepsia pode ter chegado a extremos,
especialmente nos Estados Unidos. Alguns cientistas já aventaram a hipótese
de que a superproteção com que as crianças hoje são
educadas está debilitando resistências imunológicas e aumentando
a incidência de doenças alérgicas. A história dos séculos
sujos que nos precederam pode ser uma lição moderadora: a humanidade,
afinal, sobreviveu a toda essa imundície. As vantagens de viver na era
do desodorante e do fio dental mentolado são auto-evidentes, mas convém
lembrar sempre a frase de Henry J. Temple, nobre inglês da virada do século
XVIII para o XIX: "Sujeira é só matéria fora do lugar".
FONTE: http://veja.abril.com.br/
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