Alterações Visuais
Quando a criança
nasce, o seu sistema visual não é ainda maturo. A fóvea, parte da retina
responsável pela acuidade visual, não está completamente desenvolvida. As
células desta região passam por um processo de crescimento e organização e
somente alcançam a maturidade por volta dos quatro anos de idade. Normalmente,
em torno dos três meses de vida, a criança já é capaz de fixar e acompanhar um
objeto em movimento, mas a visão binocular se desenvolve somente entre o
terceiro e o sétimo mês.
Na PC, o estrabismo
é freqüente. Catarata (opacidade do cristalino), coriorretinite (inflamação da
coroide e da retina) e glaucoma (aumento da pressão ocular) são desordens
oculares comumente encontradas nas infecções congênitas.
Aproximadamente 2/3
dos prematuros de peso abaixo de 1250g desenvolvem algum grau de retinopatia do
prematuro. Nos prematuros, o oxigênio usado para tratar a síndrome de esforço
respiratório pode alterar o crescimento dos vasos sanguíneos da retina,
predispondo a miopia, estrabismo e glaucoma. Nos casos mais graves, uma
cicatriz fibrosa descola a retina do fundo do olho determinando perda da visão.
Mesmo se tomando todas as medidas para prevenir a retinopatia do prematuro, ela
pode ocorrer, e por este motivo, todos os prematuros tratados com oxigênio
devem ser referidos para avaliações oftalmológicas periódicas durante os
primeiros meses de vida.
A córtex visual é a
região do lobo occipital responsável pela recepção e decodificação da
informação enviada pelos olhos. Uma lesão nesta área pode determinar perda
visual que neste caso é chamada de deficiência visual cortical (DVC). As causas
mais frequentes de DVC são hipóxia, infecções do sistema nervoso central,
traumatismo crânio-encefálico e hidrocefalia. Os testes eletrofisiológicos
completam a avaliação clínica e podem determinar se a causa da deficiência visual
está nos olhos ou no cérebro. O eletrorretinograma avalia a função retiniana e
o potencial evocado visual avalia as vias nervosas do olho até a córtex visual.
Na DVC, apesar dos testes iniciais indicarem deficiência importante, muitas
crianças desenvolvem alguma função visual e a estimulação favorece de alguma
maneira o desenvolvimento da visão.
É importante fazer
a diferença entre DVC e atraso da maturação visual nas crianças que apresentam
resposta inadequada aos estímulos visuais. As crianças com atraso da maturação
visual, geralmente, não têm história de problemas durante a gestação ou o
nascimento e têm exame oftalmológico normal, embora possam apresentar algum
atraso do desenvolvimento psicomotor. O prognóstico é bom, ocorrendo melhora
espontânea da função visual com o desenvolvimento da criança.
Todas as crianças
com diminuição da resposta aos estímulos visuais ou alterações oculares devem
ser avaliadas por oftalmologista interessado no diagnóstico e tratamento das
doenças oculares infantis.
FONTE: REDE SARAH
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