Desde que o médico
inglês William Little, nos anos 1860, descreveu pela primeira vez as
alterações clínicas encontradas em uma criança com PC e relacionou estas
alterações com hipóxia (baixa de
oxigênio), se valorizou muito o papel da hipóxia perinatal e dos traumas de
parto como fatores determinantes de lesões cerebrais irreversíveis. E mesmo
depois de Sigmund Freud, em 1897, ter chamado a atenção para o fato de que se
muitas das crianças apresentavam além das alterações motoras, outros problemas,
tais como, retardo mental, convulsões e distúrbios visuais, o mais provável é
que a causa pudesse estar também relacionada com agressões ocorridas em fases
bem mais precoces da vida intra-uterina, a hipóxia perinatal foi considerada
até recentemente como a principal causa de PC. O pensamento de Freud era que em
certos casos, os problemas ao nascer seriam, na realidade, conseqüência de um
desenvolvimento anormal do cérebro.
Durante anos, essas
observações de Freud não foram muito valorizadas até que no final dos anos
1980s, pesquisas importantes realizadas nos Estados Unidos e na Austrália demonstraram
que tanto a hipóxia quanto outros problemas neonatais não são as principais
causas de PC e que na maioria das crianças com PC a causa era desconhecida.
Desordens genéticas, fatores teratogênicos ou outras influências nas fases
iniciais da gravidez teriam que ser mais intensamente investigadas. Com os
avanços da tecnologia para diagnóstico, principalmente nas áreas da imagem e da
genética, uma melhor compreensão das causas de PC vem sendo cada vez mais
possível. Um número significativo de crianças que antes recebiam o diagnóstico
de PC por hipóxia perinatal porque demoraram para chorar e tiveram cianose
(ficaram roxinhas), hoje, depois da ressonância magnética, recebem o
diagnóstico de uma malformação cerebral, e a implicação deste fato é que a causa
do problema é uma desordem genética ou um fator agressivo ocorrido nas
primeiras semanas ou meses de gestação.
Dentre as causas
pré-natais, além das desordens genéticas, as mais importantes são infecções
congênitas (citomegalia, toxoplasmose, rubéola) e hipóxia fetal decorrente de
complicações maternas, como no caso das hemorragias. A exposição da mãe a
substâncias tóxicas ou agentes teratogênicos tais como radiação, álcool,
cocaína e certas medicações principalmente nos primeiros meses de gestação
são fatores de risco que têm que ser considerados.
As causas
perinatais estão relacionadas principalmente com complicações durante o parto,
prematuridade e hiperbilirrubinemia.
As principais
causas de paralisia cerebral pós-natal são infecções sistema nervoso central (meningites
e encefalites), traumatismo crânio-encefálico e hipóxia cerebral grave (quase
afogamento, convulsões prolongadas e parada cardíaca).
FONTE: REDE SARAH
FONTE: REDE SARAH
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