É comum que pessoas com TEA
tenham algum tipo de interesse restrito . Esta fixação pode ser em objetos
(boneca, avião), em algum tipo específico de comportamento (organizar coisas)
ou em um assunto (ciências, matemática). Mas, esta fixação é positiva ou
negativa? Devemos incentivar ou tentar sair desta rigidez?
Inicialmente, mais uma vez, é necessário fazer uma análise funcional desta fixação . Para cada criança,
em cada situação, uma intervenção será necessária.
Para ilustrar, vamos exemplificar com o caso de José, uma
criança com autismo. José, aos 6 anos, tem dificuldades na interação social. A
fixação de José é em dinossauros. No dia a dia, José não tem o costume de
conversar com as pessoas ao seu redor e não responde quando alguém lhe diz “bom
dia” ou pergunta como ele está. Porém, quando o assunto é dinossauros, José responde
a todas as perguntas, dá nome a cada dinossauro e demonstra bastante interesse.
Neste caso, o tema “dinossauros” pode ser utilizado para que ele melhore a
interação social, já que ele pode conversar sobre o assunto e brincar de
carrinho com outras crianças.
No entanto, não é produtivo
parar por aí. Deve-se, aos poucos, ir ampliando as conversas e as brincadeiras,
sempre partindo daquele assunto que instiga a criança ao contato social. Assim,
aos poucos ela passará a ver a conversa e brincadeira sobre outros temas também
como agradável. Por exemplo, com uma criança que se interessa muito por
dinossauros, podemos iniciar a brincadeira com este tema e ir introduzindo aos
poucos outros animais, iniciar uma brincadeira sobre fazenda, introduzir
pessoas na fazenda, etc. Esta estratégia ensina muito mais do que quando
proibimos aquele tema, com o objetivo de ampliar o repertório da criança.
Concluindo, a fixação da
criança com autismo deve ser manejada de forma produtiva, tendo sempre em vista
o seu desenvolvimento social e de comunicação. Cabe aos pais e profissionais
identificarem quando e como o interesse restrito pode ser aproveitado e quando
ele é prejudicial à criança e deve ser reduzido.
FONTE: http://www.abaeautismo.com.br
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