A rotina e os cartões com figuras
Batizado de PECS e desenvolvido nos EUA
pelo psicólogo Andrew Bondy e pela fonoaudióloga Lori Frost, o método utiliza
uma forma de linguagem prática, sistematizada e de rotina que facilita a
relação com o autista.
Eles detectaram que muitas crianças com
autismo tinham dificuldade com imitação, principalmente a verbal. E mesmo
aquelas que eram capazes de imitar, geralmente não as usavam para se comunicar
de forma espontânea.
O material utiliza cartões com figuras que
representam objetos e situações que a criança utiliza para expressar aquilo que
almeja. Quando isso acontece, isto é, a criança recebe aquilo que quer, faz com
que o comportamento de utilizar os cartões seja instalado. A abordagem amplia o
repertório comportamental do autista, servindo de instrumento de comunicação
quando não se possui o comportamento verbal necessário para interagir com o
ambiente.
De baixo custo, a técnica pode e deve ser
revista sempre que necessário, permitindo à criança com dificuldade de
comunicação interagir vem diferentes ambientes sociais.
Os pais ou professores podem construir um
álbum de PECS em uma pasta-catálogo, o que facilita o manejo por parte da
criança, sendo necessário apenas ter vontade de buscar e criar condições de
aprendizagem.
Esse sistema foi originalmente
desenvolvido para crianças com espectro do autismo em idade pré-escolar. Mas o
método está sendo usado por crianças e adultos com outros diagnósticos que
apresentem dificuldades com a fala e a comunicação.
Para
secretária, inclusão não exclui educação especial
Para a secretária municipal de Educação,
Vera Casério, o sistema de ensino regular não está preparado para atender em
escala os casos de autismo. Além disso, a educadora entende que a educação
especial especializada não pode ser dispensada.
“Os níveis de autismo determinam relações
e sistemas de aprendizado específicos. Alguns alunos autistas frequentam a
escola regular e também precisam de cuidados e frequentam a Apae em outros
períodos. Para alguns níveis de autismo é necessário até um professor especializado
por aluno, situação inviável no sistema tradicional. Tem criança que vai só na
escola especial, para os casos mais agudos de autismo”, avalia.
Para disseminar e sistematizar a educação
especial na rede, a Prefeitura de Bauru contrata profissionais com formação
específica. O professor de educação especial que atua na rede municipal de
ensino orienta o educador regular, o cuidador e os demais profissionais de
educação.
Nas escolas municipais de Educação
Infantil (EI) e Fundamental (EF) de Bauru estão matriculados 300 alunos
especiais, destes sendo 30 autistas no primeiro ciclo e 10 no EF.
“A participação do autista na escola
regular é fundamental no papel de socialização dessas crianças. O fundamental é
que essa criança não viva o mundo do adulto e sim das crianças de sua idade.
Mas para isso a escola deve estar preparada para adotar estratégias distintas
para cada grau de autismo”, opina a secretária municipal de Educação, Vera
Casério.
A secretária salienta para a necessidade
das unidades escolares manterem a rotina fundamentada do autista. “Eles levam
em conta padrões mais rígidos de comportamento. Os autistas precisam de rotina
para se adequar às atividades e os professores têm de levar à risca essa rotina
de regras e relacionamento, comunicação com o autista”.
A educadora menciona que na formação
acadêmica do magistério os professores não são habilitados para as
especificidades do autismo. Vera Casério reconhece o desafio de realizar a
inclusão do autista na sala de aula regular, mas considera que o
desenvolvimento desse aluno pode ser bem sucedido se a escola estiver preparada.
FONTE: http://www.jcnet.com.br/
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