quinta-feira, 17 de julho de 2014

A DIFICULDADE EM LIDAR COM O DIFERENTE



As dificuldades dos professores aparecem no conflito em lidar com o diferente em se tratando do autista na sala de aula, uma atenção que exige desprendimento, atenção e muito preparo para o já atribulado cotidiano escolar.
O trabalho com autista requer muita atenção, um ambiente silencioso e não levar em conta detalhes e questões próprias do “mundo do autista” é incorrer no erro da dispersão. A mudança de rotina gera agitação e, por vezes, surtos. 
Chefe de seção da Secretaria Municipal de Educação, Márcia Magoga Cabete, é professora de educação especial. O cumprimento sistemático da rotina e o olhar individual sobre o autista na sala de aula são os apontamentos essenciais para esse aprendizado, opina.
O ruído da carteira, o barulho gerado por outro colega de classe ou o barulho do ventilador no ambiente da sala de aula podem desencadear alteração de humor ou comportamento no autista. “O educador precisa estar atento a detalhes em relação ao autista. Em uma sala de aula tivemos de colocar emborrachados embaixo de todas as carteiras e cadeiras porque o ruído da carteira no chão irritava um aluno autista”, conta.
No ensino fundamental municipal, em outro caso, a professora teve de abordar individualmente o aluno autista para seu hábito de falar alto e dar risada. “Alguns falam muito alto e dão risada com frequência. Tivemos de fazer um trabalho de conscientização específico com esses comportamento do autismo e ajustamos”, exemplifica.




Estímulos

     Os estímulos ao desenvolvimento precisam ser realizados o mais cedo possível. O problema é que é comum os pais demorarem a perceber os sinais de autismo e, em outros, a rejeitar o diagnóstico de observação em casa.
     “Além do pai resistir a admitir que o filho é autista, o diagnóstico médico, especializado, dificilmente sai antes dos seis anos. E quanto mais cedo o autista for estimulado em relação a sua condição mais ele terá sucesso na resposta. Os pais não podem demorar para buscar ajuda e orientação para lidar, desde cedo, com o filho autista. Isso é essencial”, reforça Cabete. 




Comunicação
      Para Vera Casério, a agressividade não é o principal dificultador na relação do autista com a comunidade escolar. “O autista tem um modo próprio de se interagir com o meio e sua compreensão de cada rotina é que vai determinar sua ambientação natural ou o surgimento de estresse na relação com os demais alunos e a professora. Se ele sair da rotina ele pode manifestar agressividade”.

        A educadora reforça o universo específico da linguagem do autista. “É preciso que as pessoas entendam que o autista precisa ter todas as suas atividades previamente organizadas e isso é demonstrado por um sistema de fichas para cada atividade, de ir ao banheiro a comer ou desenhar. Para essa rotina ser alterada é preciso que a professora substitua as fichas e explique isso para o autista”.
          A metodologia precisa ser de tão organizada que o aluno autista precisa das fichas na ordem exata e cada mudança exige a reposição da ficha e a explicação da alteração.

FONTE: FONTE: http://www.jcnet.com.br/


Nenhum comentário:

Postar um comentário