As dificuldades dos professores aparecem
no conflito em lidar com o diferente em se tratando do autista na sala de aula,
uma atenção que exige desprendimento, atenção e muito preparo para o já
atribulado cotidiano escolar.
O trabalho com
autista requer muita atenção, um ambiente silencioso e não levar em conta
detalhes e questões próprias do “mundo do autista” é incorrer no erro da
dispersão. A mudança de rotina gera agitação e, por vezes, surtos.
Chefe de seção da
Secretaria Municipal de Educação, Márcia Magoga Cabete, é professora de
educação especial. O cumprimento sistemático da rotina e o olhar individual
sobre o autista na sala de aula são os apontamentos essenciais para esse
aprendizado, opina.
O ruído da
carteira, o barulho gerado por outro colega de classe ou o barulho do
ventilador no ambiente da sala de aula podem desencadear alteração de humor ou
comportamento no autista. “O educador precisa estar atento a detalhes em
relação ao autista. Em uma sala de aula tivemos de colocar emborrachados
embaixo de todas as carteiras e cadeiras porque o ruído da carteira no chão
irritava um aluno autista”, conta.
No ensino
fundamental municipal, em outro caso, a professora teve de abordar
individualmente o aluno autista para seu hábito de falar alto e dar risada.
“Alguns falam muito alto e dão risada com frequência. Tivemos de fazer um
trabalho de conscientização específico com esses comportamento do autismo e
ajustamos”, exemplifica.
Estímulos
Os estímulos ao desenvolvimento precisam ser realizados o mais cedo possível. O problema é que é comum os pais demorarem a perceber os sinais de autismo e, em outros, a rejeitar o diagnóstico de observação em casa.
“Além do pai resistir a admitir que o filho
é autista, o diagnóstico médico, especializado, dificilmente sai antes dos seis
anos. E quanto mais cedo o autista for estimulado em relação a sua condição
mais ele terá sucesso na resposta. Os pais não podem demorar para buscar ajuda
e orientação para lidar, desde cedo, com o filho autista. Isso é essencial”,
reforça Cabete.
Comunicação
Para Vera Casério, a agressividade não é o principal dificultador na relação do
autista com a comunidade escolar. “O autista tem um modo próprio de se
interagir com o meio e sua compreensão de cada rotina é que vai determinar sua
ambientação natural ou o surgimento de estresse na relação com os demais alunos
e a professora. Se ele sair da rotina ele pode manifestar agressividade”.
A educadora reforça o universo específico
da linguagem do autista. “É preciso que as pessoas entendam que o autista
precisa ter todas as suas atividades previamente organizadas e isso é
demonstrado por um sistema de fichas para cada atividade, de ir ao banheiro a
comer ou desenhar. Para essa rotina ser alterada é preciso que a professora
substitua as fichas e explique isso para o autista”.
A metodologia precisa ser de tão
organizada que o aluno autista precisa das fichas na ordem exata e cada mudança
exige a reposição da ficha e a explicação da alteração.
FONTE: FONTE: http://www.jcnet.com.br/
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