Os médicos e terapeutas que atendem a menina Shab Bibi Tarakhail, de 7
anos, sabiam que a prótese de braço que eles lhe deram mudaria sua
vida. O que não imaginavam, no entanto, é que algumas semanas depois de
receber o membro artificial Shan Bibi conseguiria pegar um pincel e
começar a construir uma nova vida, mergulhando no universo da pintura
abstrata.
Shan Bibi está internada no Hospital Shriners para Crianças, em Los
Angeles, nos Estados Unidos, desde que há menos de um ano saiu de casa
para brincar com o irmão, no Afeganistão, e encontrou um objeto
diferente no chão. Na noite anterior, o local foi palco de uma batalha
violenta entre os combatentes talibãs e soldados dos Estados Unidos.
“Ela pegou o que parecia ser uma pedra, jogou no chão, e o objeto
explodiu”, explica Ilaha Omar, membro da Fundação para Crianças de
Guerra, que levou Shan Bibi para ser tratada no hospital de Los Angeles.
A explosão da granada destruiu seu olho direito, decepou o braço
direito, a deixou com várias cicatrizes no rosto. E matou o irmão de
Shan Bibi.
O médico que desenvolveu a prótese no braço disse à Associated Press
que a menina estava assustada assim que chegou, mas rapidamente se
sentiu confortável com as pessoas ao seu redor e, em pouco tempo,
desenvolveu grande habilidade para mexer com o braço mecânico.
Foi no hospital que Shan Bibi começou a pintar. Ela usa a mão
esquerda para encaixar o pincel e com a prótese espalha as tintas pelas
telas que recebe para colorir.
“Ela tem uma facilidade para combinar as cores e persegue as melhores
alternativas até conseguir o que quer”, afirma o artista Davyd Whaley,
que fez uma sessão de pinturas com Shan Bibi na Galerie Michael em
Beverly Hills, na Califórnia.
A menina vai voltar nas próximas semanas ao seu país, mas deve
retornar aos Estados Unidos ainda este ano para receber uma prótese
ocular.
FONTE: G1
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