Vampiros, rock, suspense, comédia e um elenco de muitos atores jovens foram os ingredientes de Antônio Calmon para emplacar esse sucesso. Uma inesperada surpresa, com roteiro incomum e muitas novidades a cada capítulo. Valorizada a direção de Jorge Fernando, empolgante ao dirigir cenas de ação e os embates com as legiões de vampiros.
O enredo aos poucos foi se transformando numa chanchada de terror. A comédia chegou ao clímax quando Ney Latorraca dançou uma coreografia mórbida que lembrava o sucesso Thriller de Michael Jackson. Porém toda essa anarquia não ofuscou o lado romântico da novela.
No elenco afiado, muitos foram os destaques: o falso padre Jurandir (Nuno Leal Maia), metido em uma série de confusões; o hilário casal de vampiros Matoso e Mary (Otávio Augusto e Patrícia Travassos); a dupla de caçadores de vampiros Alice Penn Taylor e Augusto Sérgio (Vera Holtz e Marcos Frota); e o chefe dos vampiros Vlad, grande momento de Ney Latorraca. Tudo isso apesar dos "defeitos" especiais, ainda muito precários - os atores mal conseguiam falar com as dentaduras postiças, por exemplo.
Ney Latorraca comentou sobre Vamp em seu livro Muito Além do Script:
"Eles queriam resgatar a figura de um galã que eu nunca fui. Na primeira cena que gravei em São Paulo, com Jorginho [Fernando], dou uma mordida em [Cláudia] Ohana. Eu tinha de olhar para a câmera e dizer 'Gostoso!', mas na hora troquei para 'Gotoso! Gotoso memo!', lembrando minha infância. Fiz isso para o personagem estourar. (...) A ideia era fazer um vampiro simpático. Virou coqueluche."
A atriz Débora Bloch e a cantora Paula Toller (do Kid Abelha) foram as primeiras sondadas para viver Natasha, papel que acabou ficando com Cláudia Ohana.
A novela contou com a participação de Rita Lee, vivendo uma amiga roqueira de Natasha - chamada Lita Ree. Também Giulia Gam apareceu cantando com Natasha. E Cláudia Raia participou como um ex-caso de Jurandir. Na fase final, foi a vez de Maria Zilda Bethlem e Cristina Pereira marcaram presença ao interpretarem a dupla Telma e Luísa, ex-mulheres de Matoso.
Além do Brasil, a novela teve Lisboa e Veneza como cenários. Ao som do grupo Enigma - famoso na época por misturar músicas sacras e profanas - Cláudia Ohana dançou na Praça de São Marcos, em Veneza, em meio aos pombos. Sem saber que as músicas do Enigma eram proibidas em toda a Itália, a produção da novela foi abordada por policiais que interromperam a gravação. Levada ao ar, a cena é uma das mais marcantes de Vamp.
Duas novidades marcaram a linguagem desenvolvida em Vamp: a gravação de diversas cenas no formato de videoclipe - sem palavras, muita ação, sucessão rápida de planos - e a transformação do último take de cada capítulo num quadro de história em quadrinhos, idéia do diretor Jorge Fernando.
A maquiagem usou próteses dentárias, lentes de contato de diversas cores e recursos variados para a caracterização dos vampiros.
FONTE: http://teledramaturgia.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário