Olga Gums, de 77 anos, é a brasileira com síndrome de Down mais idosa do
país. O recorde foi divulgado nesta quarta-feira (26) pela RankBrasil,
que registra recordes brasileiros há mais de 14 anos. Ela superou Maria
de Nazaré, reconhecida em 2010, aos 67 anos.
Nascida no dia 27 de maio de 1936, em Santa Maria de Jetibá, na região serrana do Espírito Santo, Olga Gums mora atualmente em um sítio no distrito de Aparecidinha, no município de
Santa Tereza, na mesma região, e leva uma vida saudável e alegre,
segundo sua sobrinha-neta Pollyana Hoffmamm Gums, filha de um dos
sobrinhos de Olga.
Com dez anos a mais do que a antiga recordista, o segredo
da vitalidade de Olga Gums, segundo a sobrinha, é a boa alimentação e a
vida tranquila que leva. Durante o dia, Olga toca gaita, passa boa
parte do tempo em sua cadeira de balanço localizada na varanda da casa,
reza e recebe visitas. “Ela adora abraçar e beijar, é muito alegre. Quem
a visita não deixa de trazer um pão doce da padaria, ela adora!”,
conta.
Quanto à saúde de ferro, a sobrinha garante que qualquer
limitação se dá mais pela idade do que pela síndrome. Enquanto fazia os
últimos exames médicos para a realização de uma cirurgia
de catarata até os médicos se surpreenderam com sua vitalidade. De
acordo com a família, nem o exame do coração, nem o de sangue apontaram
qualquer anomalia.
Segundo Pollyana, o único problema de saúde da tia-avó foi a catarata
que a deixou cega de um olho, o outro conseguiu ser salvo após uma
cirurgia que transcorreu tranquilamente. Conseguindo enxergar, a senhora
identificou sua foto em um jornal local, entregue pela família.
“Fizemos de tudo para que ela fosse reconhecida. Eu vi que
existia esse recorde no site do RankBrasil e me informei sobre como
inscrevê-la. Chegamos a procurar apoio
dos órgãos públicos, mas não tivemos sucesso. Foi então que amigos e
familiares se mobilizaram para providenciar todos os papéis, pagar as
taxas da papelada e, finalmente, enviar tudo para o reconhecimento.
Mostramos a foto dela no jornal local e ela sorriu”, diz a
sobrinha-neta.
Segundo Pollyana, a tia nasceu no município mais pomerano do país e é filha de pais pomeranos que vieram morar
no Espírito Santo e se instalaram na região. Por isso, não fala
português. “Ela nasceu aqui, mas só fala pomerano, como muitos. Tudo
que é preciso falar em português é traduzido pela minha tia Sofia Gums
que é sobrinha dela e é também quem cuida e mora com ela”.
Caçula entre 11 irmãos, Olga irá comemorar 78 anos em maio deste ano e
deverá viver muitos anos, garantem os familiares. A expectativa de vida
das pessoas com Síndrome de Down até 1990 era de 50 anos.
“O recorde foi uma conquista batalhada exclusivamente pela família,
infelizmente os deficientes ainda sofrem preconceito na atualidade, mas
para nós é uma felicidade muito grande ter um membro familiar
reconhecido. Ela é amada independente de qualquer cromossomo a mais. É
tratada com muito respeito e carinho e devolve em dobro com sua
alegria”, afirma a sobrinha.
FONTE: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário