sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

GRANDES NOVELAS - ROQUE SANTEIRO








      Eu tinha 7 anos quando estreou Roque Santeiro. Certo que não tinha muito entendimento da profundidade da trama, mas lembro que a novela virou "obrigação" da  noite. Impossível não assistir. Fosse pela extravagância dos personagens, pela misteriosa figura do Professor Astromar (que virava lobisomem) ou para descobrir qual seria o final daquela história, Roque Santeiro era o comentário naquele verão de 1985/1986.
    Agora, lembrando daquela época, me vi brincando de "Roque Santeiro" com as minhas primas. Sim, crianças brincando de novela, coisa que hoje não vemos mais. 
       A música "Dona",  que foi gravada pelo Roupa Nova virou hino nacional, assim como  "Roque Santeiro", de Sá & Guarabira.
        Um clássico, sem sombra de dúvida.
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      Em 1975, em comemoração aos 10 anos TV Globo, Dias Gomes começou a escrever A Saga de Roque Santeiro e a Incrível História da Viúva que Foi Sem Nunca Ter Sido, a nova atração do horário nobre que prometia inovar o gênero. A novela, então dirigida por Daniel Filho, já tinha 10 capítulos editados e quase 30 gravados quando foi proibida pela Censura do Regime Militar de ir ao ar na noite de sua estreia. 





       
      Dias Gomes baseou-se em sua peça teatral O Berço do Herói, escrita em 1963 e proibida dois anos depois pela Censura do Governo Militar.


       Dez anos depois, em 1985, com os ares liberais da Nova República, Roque Santeiro pôde enfim estrear tornando-se um dos maiores sucessos da TV brasileira de todos os tempos. A novela explodiu de norte a sul do país, era vista por mais de 80% do público. Tornou-se fenômeno de Ibope e faturamento.

       A notável penetração de Roque Santeiro nos hábitos brasileiros, discutindo religião, misticismo popular e política, descartando o romantismo e adotando a caricatura no lugar de personagens psicológicos, devolveu à telenovela sua função de catalisadora das massas.

       Cansado do ritmo da TV, Dias Gomes chamou Aguinaldo Silva, então com 42 anos de idade, para ser co-autor da novela. Dos 209 capítulos da trama, Dias escreveu 99: os 51 iniciais e os 48 finais. Aguinaldo escreveu 110.





       Foram gravados dois finais para a novela, no estilo do filme Casablanca (1942), nos quais Porcina (Regina Duarte) fica na dúvida se embarca com Roque (José Wilker) no avião ou continua com Sinhozinho Malta (Lima Duarte). A viúva opta por permancecer ao lado do coronel, e os dois terminam acenando para Roque, que vai embora.



       A trilha sonora obteve enorme sucesso e levou a gravadora Som Livre a abrir um precedente: pela primeira vez deixou de produzir a trilha sonora internacional de uma novela para lançar um segundo volume da trilha nacional. O volume I vendeu mais de meio milhão de cópias em apenas três meses.

       Apesar de dividirem a autoria, Dias Gomes e Aguinaldo Silva acabaram tornando público os ciúmes pelos louros do sucesso de Roque Santeiro. No período em que esteve ausente da novela, Dias teria se irritado com a exposição de Aguinaldo na mídia por conta deste sucesso.
       A menos de dois meses do fim da trama, o choque entre os autores se agravou e a Globo teve de intervir. Eles disputavam direitos autorais; mas, mais do que lucros, o que cada um queria era reivindicar para si a paternidade do fenômeno.


ELENCO:
JOSÉ WILKER - Roque Santeiro (Luís Roque Duarte)

REGINA DUARTE - Viúva Porcina (Porcina da Silva)

LIMA DUARTE - Sinhozinho Malta (Francisco Malta)

ARY FONTOURA - Seu Flô (Florindo Abelha)

ELOÍSA MAFALDA - Dona Pombinha

LUCINHA LINS - Mocinha

ARMANDO BÓGUS - Zé das Medalhas

CÁSSIA KISS - Lulú (Lugolina)

FÁBIO JÚNIOR - Roberto Mathias (Roque Santeiro no filme de Gerson)

YONÁ MAGALHÃES - Matilde

PAULO GRACINDO - Padre Hipólito

CLÁUDIO CAVALCANTI - Padre Albano

LÍDIA BRONDI - Tânia

EWERTON DE CASTRO - Gerson do Valle

PATRÍCIA PILLAR - Linda Bastos (Viúva Porcina no filme de Gerson)

LUIZ ARMANDO QUEIRÓZ - Tito Moreira França

RUY REZENDE - Professor Astromar Junqueira

JOÃO CARLOS BARROSO - Toninho Jiló

ARNAUD RODRIGUES - Cego Jeremias

NELSON DANTAS - Beato Salu (Salustiano)

MAURÍCIO DO VALLE - Delegado Feijó (Navalhada no filme de Gerson)

CLÁUDIA RAIA - Ninon (Maria do Carmo)

ÍSIS DE OLIVEIRA - Rosaly

NÉLIA PAULA - Amparito Hernandez

OTHON BASTOS - Ronaldo César

OSWALDO LOUREIRO - Navalhada (Aparício Limeira)

MILTON GONÇALVES - Lourival Prata (Promotor Público)

WANDA KOSMO - Dona Marcelina

ELIZÂNGELA - Marilda

ILVA NIÑO - Mina (Filismina)

TONY TORNADO - Rodésio

MAURÍCIO MATTAR - João Ligeiro

CRISTINA GALVÃO - Dondinha

WALDIR SANTANNA - Terêncio

ALEXANDRE FROTA - Luisão

CLÁUDIA COSTA - Carla

LUÍS MAGNELLI - Decembrino

LÍCIA MAGNA - Ciana

SANDRO SOLVIAT - Imperador

ANA LUIZA FOLLY - Noêmia

E OUTROS...
FONTE:  http://teledramaturgia.com.br/






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