Diferentemente do que se poderia pensar, os contos de fadas não foram
escritos para crianças, muito menos para transmitir ensinamentos morais
(ao contrário das Fábulas de Esopo). Em sua forma original, os textos traziam doses fortes de adultério, incesto, canibalismo e
e mortes hediondas. Marina Warner, especialista em histórias infantis
da Universidade de Essex, na Inglaterra, diz que "a fome e a mortalidade
infantil serviam de inspiração" para os contos de fadas, surgidos em
sua maioria na Europa da Idade Média. Segundo registra Cashdan:
“ | Originalmente concebidos como
entretenimento para adultos, os contos de fadas eram contados em
reuniões sociais, nas salas de fiar, nos campos e em outros ambientes
onde os adultos se reuniam - não nas creches. | ” |
Mais adiante, Cashdan exemplifica:
“ | É por isso que muitos dos primeiros contos de fada incluíam exibicionismo, estupro e voyerismo. Em uma das versões de Chapeuzinho Vermelho, a heroína faz um striptease para o lobo, antes de pular na cama com ele. Numa das primeiras interpretações de A Bela Adormecida, o príncipe abusa da princesa em seu sono e depois parte, deixando-a grávida. E no conto A Princesa que não conseguia rir, a heroína é condenada a uma vida de solidão porque, inadvertidamente, viu determinadas partes do corpo de uma bruxa. | ” |
Ainda conforme Cashdan, "alguns folcloristas acreditam que os contos de fada transmitem
'lições' sobre comportamento correto e, assim, ensinam aos jovens como
ter sucesso na vida, por meio de conselhos.(…) A crença de que os contos
de fada contêm lições pode ser, em parte, creditada a Perrault, cujas
histórias vem acompanhadas de divertidas 'morais', muitas das quais
inclusive rimadas". E ele conclui: "os contos de fada possuem muitos
atrativos, mas transmitir lições não é um deles".
FONTE: WIKIPÉDIA
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