A
terminologia "Displasia do Desenvolvimento do Quadril - DDQ" descreve
o amplo espectro de alterações que atingem o quadril em crescimento,
desde a displasia até a luxação da articulação, passando pelos
diferentes graus de subluxação da coxofemoral. A incidência da DDQ é
variável, dependendo de vários fatores, inclusive da localização
geográfica. Aproximadamente um em cada 1.000 recém-nascidos poderá
nascer com o quadril luxado e cerca de 10 em 1.000 com o quadril
subluxado (instável).
Em nosso meio podemos esperar a incidência de
cinco por 1.000 quanto à positividade do sinal de Ortolani, que é o
sinal clínico precoce de detecção da afecção. Os fatores de risco
para a DDQ incluem: sexo feminino, raça branca, primiparidade, mãe
jovem, apresentação pélvica ao nascimento, história familiar,
oligohidrâmnio, recém-nascido com maiores peso e altura e com
deformidades nos pés ou na coluna vertebral.
O exame do quadril do
recém-nascido deverá ser rotineiro e enfatizado nos berçários. No
recém-nascido e nos bebês o diagnóstico da DDQ é eminentemente
clínico e realizado com as manobras de Ortolani e de Barlow. A
radiografia convencional tem um valor limitado na confirmação
diagnóstica da DDQ nos recém-nascidos sendo a ultrassonografia do
quadril o exame ideal. O tratamento da DDQ é desafiador tanto para o
ortopedista pediátrico como para o generalista. Os objetivos do
tratamento incluem o diagnóstico o mais precocemente possível, a
redução da articulação e a estabilização do quadril em uma posição
segura.
FONTE: REVISTA BRASILEIRA DE ORTOPEDIA
Professor Associado Livre Docente do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
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