segunda-feira, 31 de outubro de 2011

HILDA FURACÃO - SUGESTÃO DE LIVRO

      Aí vai uma sugestão de livro bem legal... "Hilda Furacão", do mineiro Roberto Drummond é um divertido retrato de Minas Gerais e do Brasil nos anos 60. A improvável história de amor entre um frei e uma prostituta já ganhou a TV e é conhecida no  mundo todo.



      Hilda Furacão passa-se em Belo Horizonte no início dos anos 60. Hilda, a Garota do Maiô Dourado, enfeitiçava os homens na beira da piscina em um dos mais tradicionais clubes, o Minas Tênis. Por algum motivo secreto muda-se para o quarto 304 do Maravilhoso Hotel, na zona boêmia da cidade. Transformada em Hilda Furacão, a musa erótica tira o sono da cidade. Sua vida de fada sexual cruza-se com os sonhos de três rapazes vindos do interior: um é inspirado no notório Frei Betto, que queria ser santo, mas se tornaria frade franciscano, líder político e escritor. Outro queria ser ator em Hollywood e torna-se dom juan de aluguel. O terceiro, aquele que queria ter sua Sierra Maestra, é o próprio Roberto, narrador da história. Hilda Furacão é o desafio que o santo tem que enfrentar. O romance foi transformado em minissérie de grande sucesso pela TV Globo, com Ana Paula Arósio no papel de Hilda.
      O estilo do autor causou suspense quanto à real existência de Hilda Furacão. Roberto Drummond misturou personagens reais a imaginários, oferecendo verossimilhança. Contudo, até falecer em 2002, Roberto preferiu não esclarecer o que é realidade e o que é ficção. Segundo ele, se transformou em refém da Hilda Furacão. Dessa forma, a existência de Hilda continua sendo tema de debates entre os leitores e os moradores de Belo Horizonte - cenário onde a trama acontece. Diferentemente de Hilda, o personagem Malthus tem uma explicação: foi inspirado em Frei Betto,  grande amigo de Roberto Drummond.
      A obra também ganha destaque pelo envolvimento dos personagens com o cenário político da época: o livro retrata o desejo revolucionário comunista, ilustrado no personagem Roberto, e termina um dia após o golpe político dos militares, que deu início a Ditadura Militar no Brasil, ironicamente 1º de Abril, Dia da mentira.


296 páginas

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