A feira é a segunda maior do mundo e está cheia de novidades. Em um carro, o banco é giratório, o aparelho recolhe e guarda a cadeira de rodas.
A tecnologia a serviço das pessoas com deficiência é a atração de uma feira que começou nesta quinta-feira (14) em São Paulo. É a segunda maior do mundo e está cheia de novidades.
Parece não haver obstáculo que não seja vencido pela criatividade e sabedoria dos homens. Se os olhos não veem a história, ela pode ser ouvida. Uma espécie de caneta eletrônica toca o canto da página, e lá vem a aventura. “Eu fico me imaginando na história”, diz um menino.
Quem tem baixa visão pode aumentar as letras e mexer nas cores. Outro aparelho ajuda quem não pode virar as páginas. Em outro, basta botar qualquer texto, que o equipamento fotografa e lê tudo em voz alta.
Algumas invenções são brasileiríssimas e vêm do coração, como um carro que ainda é um protótipo, um modelo inventado por amigos de um cadeirante. “Ele é como um irmão para nós, e essa ideia surgiu realmente para ajudar uma pessoa. Esse projeto tem alma”, conta o cientista da computação João Gil.
Em outro carro, o banco é giratório, o aparelho recolhe e guarda a cadeira de rodas. “A gente se sente melhor. A gente quer fazer tudo sozinha”, comenta uma senhora.
Às vezes, as perdas podem ser muitas e imensas, mas, se restar apenas o olhar, a tecnologia pode dar ao deficiente quase o mundo inteiro.
O olhar fixo por frações de segundos funciona como um clique. Assim é possível escrever, navegar na internet e até controlar eletrodomésticos. “Eu posso ligar um ventilador, por exemplo, um abajur”, destaca uma mulher.
E pensar que isso demorou 20 anos para chegar ao Brasil, porque impostos e burocracia ainda são barreiras a serem vencidas. “O Brasil precisa que essas pessoas sejam olhadas com mais vontade, porque a única coisa que elas querem é ter direito a viver igual aos outros”, afirma o organizador da feira, José Roberto Sevieri.
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