Deficiência
Auditiva
Algumas crianças
com paralisia cerebral têm deficiência auditiva e o diagnóstico precoce é
importante porque no primeiro ano de vida, a experiência de escutar a fala
humana orienta a formação de conexões nervosas em nível encefálico relacionadas
à capacidade de linguagem e comunicação oral. A privação sensorial, nessa fase,
pode comprometer o desenvolvimento dessas conexões. Alguns estudos em crianças
com deficiência auditiva demonstraram que, mais do que o grau da deficência, o
diagnóstico e a intervenção precoce (marcadamente até os 6 meses de idade)
foram o melhor fator prognóstico para a
aquisição da linguagem.
Na década de 80, o
Comitê Americano para Audição na Infância recomendava a triagem neonatal para
todas as crianças de risco (infecções congênitas, malformações do pavilhão
auricular, face ou pálato, peso ao nascer inferior a 1500g, hiperbilirrubinemia
neonatal grave, meningite bacteriana, asfixia perinatal e uso de medicações
tóxicas para o ouvido). Contudo constatou-se que investigar apenas as crianças
de risco permite identificar somente cerca de 50% dos casos de deficiência
auditiva. A partir de 1994 foi proposta então a Triagem Auditiva Neonatal
Universal.
Os métodos
propostos para esta triagem são o potencial evocado auditivo de tronco
encefálico (Brainstem Evoked Response Audiometry - BERA) e as emissões
otoacústicas evocadas ('teste da orelhinha'), ditas fisiológicas, porque não é
necessária uma resposta comportamental da criança para a interpretação do
resultado. O primeiro teste consiste na medida eletrofisiológica do nervo
auditivo e das vias auditivas no tronco encefálico para diferentes tipos de
sons e o segundo no registro da resposta sonora natural apresentada pelas
células ciliadas da cóclea a um estímulo sonoro. São métodos rápidos, não
invasivos e de fácil aplicação. Um resultado anormal não é conclusivo para o
diagnóstico de deficiência auditiva, mas indica a necessidade de avaliação
audiológica completa em serviço especializado.
O diagnóstico
precoce de deficiência auditiva possibilita a intervenção precoce favorecendo o
processo de aprendizagem. O programa de tratamento pode englobar uso de
amplificadores, implante coclear, linguagem de sinais e treinamento da fala.
FONTE: REDE SARAH
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