terça-feira, 10 de junho de 2014

GRANDES NOVELAS - VALE TUDO


 






      Um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira. Com uma trama contagiante, o trio de autores conseguiu aliar as nuances dos bons folhetins com uma crítica social ao país a partir de uma pergunta comum a milhões de brasileiros: "Vale a pena ser honesto no Brasil de hoje?". O ano era 1988 e se refletiam como nunca os nossos principais problemas políticos.


Regina Duarte: de vendedora de sanduíches na praia à dona de rede de restaurantes


      Os personagens Odete Roitman e Marco Aurélio retratavam o que havia de ruim e corrupto no país, enquanto Raquel e Ivan simbolizavam a vida de milhões de brasileiros.

           O título originalmente pensado para a novela era Pátria Amada, o que se tornou inviável por já existir como nome de um filme de Tizuka Yamasaki.

       Daniel Filho menciona em seu livro O Circo Eletrônico:
       "Na primeira sinopse, a filha vendia a casa por volta do capítulo 40 ou 50. Lógico que outras histórias paralelas estariam acontecendo. Mas o tema central não deslanchava. Argumentei: 'Se a filha não vender a casa no primeiro capítulo e a mãe ficar na miséria, a novela não atingirá seu objetivo'. Ou seja, não deixaria claro seu tema. Denis Carvalho - o diretor - concorda. A presença de Aguinaldo e o jeito conciliador de Leonor deixaram Gilberto seguro para adiantar a novela em 40 capítulos."


Beatriz Segall como Odete Roitman

       No capítulo 193, que foi ao ar no dia 24/12/1988, a vilã Odete Roitman foi assassinada com 3 tiros à queima-roupa. O mistério da identidade do assassino durou apenas 13 dias, mas dominou todas as conversas pelo país. O Brasil parou diante da TV em 06/01/1989 para conhecer o criminoso.

 

       O mistério da identidade do assassino de Odete Roitman tornou-se alvo de apostas, rifas e sorteios. A cena do disparo foi gravada no dia em que o último capítulo iria para o ar. Nem o próprio elenco sabia, até ao momento em que Denis Carvalho dispensou os demais atores, anunciando que seria Leila. A primeira reação da "morta" (Beatriz Segall) foi dar-lhe os parabéns. Razão do assassinato: Leila adentrara o recinto desabaladamente, disparando sua arma contra a vilã, por engano! Ela pensava que quem estava ali com seu marido Marco Aurélio (Reginaldo Faria) era a amante dele, Maria de Fátima (Glória Pires).




 
      Além da questão da ética e honestidade, Vale Tudo discutiu o drama do alcoolismo e mostrou, pela primeira vez de forma explícita, a homossexualidade feminina. Por isso a novela enfrentou alguns problemas com a censura. Vários diálogos entre as personagens Cecília (Lala Deheinzelin) e Laís (Cristina Prochaska) tiveram que ser reescritos depois que foi vetada a cena em que as duas contavam a Helena (Renata Sorrah) sobre os preconceitos de que eram vítimas por causa de seu relacionamento.

Casamento de Maria de Fátima e Afonso

       Muitas foram as cenas marcantes, como o assassinato de Odete, cometido por Leila; Marco Aurélio fugindo do país num jatinho e se despedindo de todos com uma "banana", através do gesto com os braços; e Raquel rasgando o vestido de casamento de Fátima.


FONTE: http://teledramaturgia.com.br/

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