No dia dos professores, resolvi lembrar uma história já conhecida aqui no Centauro Alado: a da professora que pulou as Cataratas do Niágara em um barril.
Annie Edson Taylor tinha 63 anos de idade, era viúva e estava em busca de um significado para a sua vida. Vinda de uma família composta de oito crianças, Taylor perdeu o pai muito cedo. Estudou para ser professora e perdeu seu único filho quando ele ainda era criança.
Annie passou muito tempo mudando de emprego e cidade, buscando algo que pudesse oferecer segurança financeira. Como alternativa para evitar passar o resto de seus dias em uma casa sem recursos, ela sabia que deveria fazer algo dramático. Ciente de que naquela época a chance de sucesso na indústria era nula para uma viúva velha, a mulher decidiu chocar multidões, jogando-se no precipício aquático dentro de um barril.
Primeiro, Annie levou sua ideia até um agente, um cara chamado Frank Russel. Juntos eles chegaram até as Cataratas do Niágara para convencer os oficiais que ela se jogasse de lá. Outros malucos que inspiraram Annie a encarar o desafio, haviam morrido na tentativa de atravessar o rio dentro do barril, mas para convencer os oficiais que era capaz de executar a missão, Russel e Annie propuseram um teste.
O "voluntário" para o tal teste foi um gato. Ele foi colocado no barril e jogado Niágara abaixo. O gato sobreviveu à queda com apenas um machucado na cabeça, e isso foi o suficiente para receber a autorização dos oficiais. Dois dias depois, era Annie quem estava dentro do barril.
Como descrito na edição de outubro de 1901 do The New York Times, milhares de pessoas se reuniram na parte inferior das Cataratas para presenciar o espetáculo, apesar do ceticismo. Seu empresário também havia sido avisado que poderia enfrentar um processo se algo desse errado.
Cerca de 20 minutos após a queda, o barril com Annie foi avistado na superfície da água. Assim como o gato, Annie havia sobrevivido com apenas uma pancada na cabeça, que a deixou inconsciente. Pouco tempo depois Annie acordou e andou até a beirada do rio.
Ao contar a experiência para os repórteres, Annie disse: "Eu rezei cada segundo que estive lá dentro, exceto por alguns segundos que estive inconsciente. Ninguém deve fazer isso novamente. Se esse fosse meu último suspiro, pediria pra ninguém fazer o que eu fiz. Eu prefiro caminhar até a boca de um canhão, sabendo que meu corpo cairia aos pedaços, do que fazer isso novamente."
Após o espetáculo, seu empresário desapareceu com o barril. Russel deu o golpe para que pudesse ganhar as recompensas fingindo que uma mulher com a metade da idade de Annie havia saltado as Cataratas. A viúva gastou o resto de suas economias contratando detetives para conseguir seu barril de volta, mas sem sucesso.
Mesmo depois de pedir que nunca fizessem o que ela fez, em 1906, Annie deu o segundo salto como tentativa de escrever um livro sobre suas experiências e reconstruir o desafio diante das câmeras. A gravação nunca foi vista e é considerada perdida. Consequentemente, Annie foi capa dos noticiários no dia seguinte. Em sua segunda tentativa desesperada para evitar a pobreza, a viúva não conseguiu evitar seu trágico futuro.
Annie passou os últimos dias de sua vida posando para cartões postais turísticos em réplicas do seu barril. Até hoje, 16 pessoas tentaram o mesmo que ela. Destas 16, 5 morreram e 11 sobreviveram.
FONTE: https://www.ideafixa.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário