Durante uma missão no Afeganistão, Brian Aft, oficial da Marinha, acabou ficando sem as duas pernas e, após inúmeras cirurgias, percebeu que a dor que sentia simplesmente não tinha fim. Na tentativa de aliviar o próprio sofrimento, Aft acabou se tornando usuário de heroína e ficou viciado em pouquíssimo tempo.
As coisas começaram a mudar quando Aft foi abordado pelo ex-jogador David Vobora, da NFL, em um estacionamento de carro. A princípio, ele achou que seria assaltado, mas, quando Vobora se aproximou, Aft percebeu que ele na verdade queria ajudar. A abordagem foi exatamente essa, e Vobora perguntou a Aft o que havia acontecido com ele.
À época, Aft ainda não sabia, mas Vobora havia superado uma fase tensa em sua carreira, em 2008, quando foi considerado um jogador irrelevante de futebol americano. Com muito esforço e determinação, ele conseguiu superar o próprio fracasso e voltar a ocupar seu lugar entre os melhores jogadores. Vobora sabia, portanto, que estar no fundo no poço não é uma sentença para toda a vida.
Em 2011, por causa de uma lesão no ombro, o jogador acabou ficando viciado em analgésicos e precisou fazer reabilitação para aguentar ficar sem tomar remédios – por isso, Vodora entendia também a questão do vício na vida de Aft, ainda que os dois utilizassem drogas diferentes.
Após o processo de desintoxicação, o jogador voltou a treinar, mas seu desempenho já não era o mesmo e seu espaço profissional também não, o que fez com que ele acabasse decidindo se aposentar – uma escolha difícil e cheia de peso, já que o futebol era tudo o que ele sabia fazer. Bem... Pelo menos até então.
Sem muitas possibilidades, Vobora foi morar em Dallas com sua família e decidiu abrir seu próprio centro de treinamento, com a finalidade de ajudar outras pessoas. As coisas ficaram melhores quando Vobora conheceu o sargento aposentado Travis Mills, também amputado, veterano de guerra, assim como Aft.
Vobora perguntou a Mills quando tinha sido a última vez que ele tinha trabalhado e ele disse que, caso Vobora não tivesse reparado, ele não tinha braços nem pernas. O que Mills não sabia era que, para Vobora, isso não tinha a menor importância, e depois de um tempo de conversa, os dois começaram a trabalhar. Os resultados vieram com o tempo, e Mills foi ficando cada vez melhor, tanto física quanto psicologicamente.
Foi a partir do desenvolvimento de Mills que Vobora pensou em fazer uma academia para pessoas com algum tipo de deficiência física. O atleta reparou que essas pessoas geralmente passam por um projeto de reabilitação, mas que, depois disso, não são incentivadas a continuar praticando algum tipo de atividade física. O esporte, para ele, seria uma maneira de reunir todos e recuperar a autoestima desses indivíduos.
Sua academia é hoje uma organização sem fins lucrativos que investe no treinamento físico para pessoas com deficiência, de modo que elas tenham capacidade de se recuperar e de redefinir os próprios limites físicos. Além do trabalho muscular, essas pessoas estão desenvolvendo novos propósitos pessoais em suas vidas e, como disse Aft, recuperam não apenas a força física, mas também a confiança em si mesmos e a autoestima.
Vobora, além de treinador e mentor, tem um papel fundamental na vida de cada uma dessas pessoas, fazendo com que elas se integrem socialmente e se sintam iguais, independente de suas especificações físicas. O projeto vai de vento em popa e está fazendo cada vez mais sucesso, além de ter se tornado referência.
FONTE: Up worthy
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