Louca Obsessão, é um suspense como poucos, que segura o espectador
até o final, tem ótimas atuações, e embora tenha alguns momentos um
pouco previsíveis (nem por isso menos interessantes), é um filme pra
entrar na lista de melhores adaptações de obras do escritor Stephen King
(juntando-se a Carry a Estranha e O Iluminado, na minha opinião).
É a história de Paul Sheldon (James Caan), famoso escritor que fez
sua série de livros sobre a personagem Misery alcançar o status de best seller.
Ao sofrer um acidente, é resgatado por Anne (Kathy Bates, perfeita),
uma enfermeira que se diz “sua fã número um”, mas que descobre ao ler a
última obra publicada de Paul, que sua personagem preferida, a tal da
Misery, morre. Começa então um jogo de submissão e tortura para que o
escritor reescreva o retorno da personagem, enquanto fica, imóvel, sob o
poder de uma admiradora louca.
O diretor Rob Reiner (do recente Antes de Partir), estabelece um clima de terror, que, infelizmente já não se vê com muita frequência no cinema atual. Os closes
nos rostos de Bates, e a forma quase hitchcockquiana como conduz certas
cenas (como no momento em que vemos a tentativa de fuga de Paul, ao
mesmo tempo em que somos alertados sobre a eminente volta de Anne), sem
falar na trilha sonora, desesperadora, tudo no ponto certo para um
resultado final angustiante.
James Caan, como Paul faz o que pode com um personagem quase sempre
imóvel, e entregue aos “cuidados” de Anne, enquanto arma planos de fuga,
que, mesmo sendo notáveis pela engenhosidade, acabam sempre frustrados.
Já Kathy Bates brilha como a dominadora Anne (ela ganhou o Oscar por
sua atuação no filme), e vai da admiradora desequilibrada à serial
killer em poucos segundos!!! Como na cena do martelo (uma das mais
chocantes que assisti na minha vida, um método nada convencional de
manter alguém imóvel), onde depois de torturar Paul, declara seu amor
por ele.
As aparições de Richard Farnsworth e Lauren Bacall como o xerife com
cara de bobo, mas com uma sacada super inteligente, e sua mulher cuja
ironia “é o tempero do casamento”, são responsáveis pelo humor (sempre
na dose certa, quase negro, e super oportuno) do filme.
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