domingo, 28 de junho de 2015

CINEMA EM TIRAS - LOUCA OBSESSÃO - PARTE 4


   
    O filme, apesar de possuir cenas em ambientes externos (floresta, cidade), consegue preservar a atmosfera claustrofóbica nas cenas rodadas entre Annie e Paul. Ele não é inteiramente um suspense doentio, digno de ser comparado com as obras de Hitchcock, mas igualmente possui traços de humor negro, visto que retrata de forma exacerbada algo que é comum às pessoas que possuem o hábito da leitura: o amor que acabamos desenvolvendo por alguns personagens, às vezes a tal ponto que queremos sempre mais dele. Obviamente que esta característica no filme é levada à níveis doentios, mas não deixa de ser algo palpável, uma coisa que está bem do nosso lado.


    Outra coisa que chama a atenção é como Annie Wilkes diz que lamentaria muito caso Paul morresse e ela não pudesse mais se deliciar com histórias de Misery (personagem que lançou Paul Sheldon ao estrelato e protagonista de todos os seus romances). Isso me deixou intrigado, pois de certa forma King conseguiu “antecipar” algo que ele mesmo viveria em 1999 quando foi atropelado por uma van e, por muita sorte e um tratamento intensivo, conseguiu sobreviver. Durante algum tempo King recebeu diversas cartas de Fãs dizendo como lamentariam se ele tivesse falecido, pois nesse caso “A Torre Negra” (saga ainda incompleta na época) jamais seria concluída. Inclusive vale mencionar aqui o caso de uma carta que Stephen King recebeu de uma mulher dizendo que tinha câncer, que poderia morrer a qualquer momento e que desejava mais que tudo poder saber o final da aventura do pistoleiro Roland Deschain em busca da lendária Torre Negra. Se a história dessa mulher era verdade ou não jamais saberemos, mas podemos notar aqui como o amor a um escritor ou personagem pode chegar a camadas elevadas.

FONTE: http://leitorcabuloso.com.br/

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CONTINUA...

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