Em sua autobiografia, Apenas um Subversivo (Bertrand Brasil, 1988), Dias Gomes declara que Saramandaia foi a novela que mais lhe deu prazer de escrever, embora não esteja entre as mais bem produzidas porque “exigia muitos efeitos especiais, uma tecnologia que a televisão só viria a dominar alguns anos mais tarde".
O ator Pedro Paulo Rangel, que pela primeira vez interpretou um galã, aprendeu a andar de moto para viver seu personagem, Dirceu. No primeiro dia de gravação, caiu e quebrou a perna. A direção recorreu a um dublê, e Pedro Paulo passou a fazer suas cenas encostado, já que não podia se sentar.
Dias Gomes incluiu no enredo de Saramandaia personagens criados inicialmente para a novela Roque Santeiro, que havia sido censurada em 1975.
Tarcísio Meira e Francisco Cuoco fizeram participações especiais na trama, respectivamente como D. Pedro I e Tiradentes.
A novela marcou a estreia de Antonio Fagundes na TV Globo.
A Hofer S.A. lançou, na época da novela, a cachaça Saramandaia, consumida pelos personagens.
Para interpretar o professor Aristóbulo Camargo, que virava lobisomem, Ary Fontoura se inspirou na lenda do boitatá, a partir de um episódio ocorrido com um empregado de sua avó.
A cidade da novela tem uma cadeia atípica. Confortável, possui quadros nas paredes e vasos com flores. As celas ficam com as portas abertas, mas nunca houve um caso de fuga. Os presos são muito bem tratados e bebem até cerveja.
Dias Gomes demonstrou cuidado para que a novela não virasse um melodrama. Ele deixa isso claro em nota no capítulo 58, referente a cenas em que Zélia (Yoná Magalhães) tenta convencer Lua (Antonio Fagundes) a autorizar que o filho seja submetido a uma transfusão de sangue. A nota do autor Dias Gomes dizia: “Em toda esta sequência existem cenas que podem facilmente descambar para o melodrama. Peço, por isso, a maior contenção”.
O autor deixou uma mensagem carinhosa para a equipe ao colocar o ponto final no último capítulo da novela: “Diretores, produtores, técnicos, atores e a todos que participaram desta produção. Quando lerem este capítulo, estarei voando, não com as minhas próprias asas, como Gibão, mas com as asas de um DC-10. Mas deixo aqui a minha sincera gratidão e o meu caloroso aplauso pelo brilho e pelo entusiasmo com que atuaram nesta novela. Até breve. Dias Gomes”.
Um incêndio no prédio da TV Globo, na rua Von Martius, no Jardim Botânico, quase inviabilizou a exibição da novela. Alguns cenários foram queimados e, por pouco, as fitas com o material gravado não foram consumidas pelo fogo, junto com fitas de outros programas. Com o incidente, Saramandaia passou a ser gravada em um dos estúdios da TV Educativa. Saramandaia passou a ser editada, respectivamente, em São Paulo e Porto Alegre, indo ao ar com imagens geradas em São Paulo. Os programas do Jornalismo também foram editados em São Paulo, e gerados de lá.
FONTE: MEMÓRIA GLOBO
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