Última postagem de 2014.
Tentei durante o ano escrever ao menos um texto por semana para o blog. No entanto, as atribuições da vida de fisioterapeuta e - mais recentemente - escritor (ou seria o contrário, visto que escrevo desde os 10 anos de idade?) acabaram dificultando muito o sentar para escrever. Foi um ano que passou rápido, correndo mesmo, embora todos saibamos que o tempo físico não varia e que o que muda são as nossas percepções. Mesmo assim, cá estamos, no dia 31 de dezembro de 2014.
Tentei durante o ano escrever ao menos um texto por semana para o blog. No entanto, as atribuições da vida de fisioterapeuta e - mais recentemente - escritor (ou seria o contrário, visto que escrevo desde os 10 anos de idade?) acabaram dificultando muito o sentar para escrever. Foi um ano que passou rápido, correndo mesmo, embora todos saibamos que o tempo físico não varia e que o que muda são as nossas percepções. Mesmo assim, cá estamos, no dia 31 de dezembro de 2014.
Nada de postagem nostálgica ou com toques de retrospectiva. Nada da mesmice de ficar desejando a todos que visitaram o blog que tenham um grande 2015, pois isso, todos fazem e chega uma hora na vida que é bom nos perguntarmos se fazemos o que gostaríamos de fazer, ou se fazemos o que os outros esperam de nós. Certamente, muitos dirão que somos uma mistura, um caldo composto pelas expectativas dos outros e pelos nossos próprios desejos. E é fato: o equilíbrio sempre está nas misturas.
Termino 2014 começando um romance (sim, meu primeiro romance), com quatro capítulos escritos nas manhãs antes de ir para a FASE. Acordo escritor e durante o dia acabo sendo fisioterapeuta. Gosto de escrever pela manhã. Parece que meu cérebro é mais liberto das coisas mundanas logo ao acordar, e sendo assim, consigo mergulhar melhor no mundo de faz de conta e de mentiras (ou ao menos meias verdades) que é escrever ficção. Todavia, o prazer de encher páginas e páginas com coisas que inventamos é algo que poucos experimentam na vida, e aí, coloco-me entre os grandes, não por achar que um dia poderei comparar-me a eles, mas sim, por entender que somos dotados da mesma fraqueza: a necessidade de reinventar a realidade.
Digo reinventar, porque escrever nada mais é do que contar as nossas coisas enfeitadas ou mascaradas. Desnudar-se diante de uma folha de papel ou de um notebook nem sempre é tarefa fácil. Por exemplo, como sei que ninguém vai ler esta minha última postagem de 2014, posso deitar e rolar aqui e agora... Posso contar meus segredos mais cabeludos (sim, todos nós os temos ou ainda os teremos), falar das minhas experiências com seres de outro planeta ou até mesmo do fantasma da mulher negra que mora aqui em casa e que só aparece quando eu estou querendo pegar no sono. Posso sustentar isso até o fim, para então, dizer que é tudo mentira, que nunca tive grandes segredos, que minha vida sempre foi linear, e que por isso, preciso enchê-la de outras cores. E assim, dá-se um nó na cabeça do leitor, que fica sem saber em quem confiar, se na sua percepção, ou se na mente esquizofrênica de um autor que o atira de um lado para o outro.
E era isso. Para uma postagem que ninguém vai ler, penso já ter me desnudado o bastante.
Que venha 2015! Que venham as novas histórias!
FOTO: http://girasp.com.br
Cristiano Refosco
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