ALERTA...
Para
aqueles que se chocam com o fato dos PERSONAGENS dos meus livros
carregarem nos seus nomes as suas deficiências (JOÃO SEM BRAÇOS,
CINDERELA SEM PÉ, PINÓQUIO DAS MULETINHAS, etc), e que acham que isso é
uma forma de RÓTULO, alerto: seria rótulo se eu visse a deficiência como
uma característica negativa, nociva ou como algum tipo de demérito.
Fiz questão que meus PERSONAGENS tivessem esses nomes justamente para
colocar as deficiências em destaque e valorizá-las enquanto
características. Ser loiro, ser cego, ser alto, não ter braços são
características físicas e vão ser positivas ou negativas de acordo com o
poder de interpretação de cada um. Infelizmente, muitas pessoas não
sabem lidar com esse tema e carregam estigmas do coitadismo e da
ocultação, onde é mais fácil não olhar para a deficiência ou não falar
dela. Outras, menos preparadas ainda, não sabem diferenciar PERSONAGENS
de seres humanos, o que é lamentável. Mas, fico feliz duplamente...
Primeiro, porque a cada escola que visito, percebo o quanto os CONTOS
DE FADAS INCLUSIVOS estão contribuindo para que as crianças entrem em
contato com as diferenças e com a temática da inclusão... e segundo,
porque mesmo sem querer, estou desacomodando muitos adultos e
convidando-os a rever seus conceitos.
Cristiano Refosco
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