O objetivo deste artigo é refletir sobre o sentido da inclusão, como inovação, tornando-o compreensível, aos que se interessam pela educação como um direito de todos, que precisa ser respeitado। Pretendemos, também demonstrar a viabilidade da inclusão pela transformação geral das escolas, visando a atender aos princípios deste novo paradigma educacional. A reflexão é inerente ao ser humano, ocorre quando há uma tomada de consciência. Isabel Alarcão em uma entrevista a Revistas Nova Escola diz: "A escola precisa pensar continuamente em si própria, na sua missão social e na sua organização"
A escola precisa acompanhar as mudanças do mundo moderno e se tornar realmente em uma escola para TODOS, deixando de ser excludente e ultrapassada.
Resgatar o sentido da “ Educação Especial”, como uma modalidade de educação, que possibilita o desenvolvimento de todos, respeitando suas limitações, são atitudes que a escola deve assumir para tornar-se diferente das organizadas para os alunos “normais” oferecendo possibilidades de permanência e continuidade escolar aos alunos incluídos.
No contexto da sociedade democrática que pretendemos construir, precisamos pensar em uma educação para TODOS, seja através da “escola democrática” da “escola para TODOS”, da “ escola integradora” ou da “escola Inclusiva”
É fundamental que o professor reflita sobre seu trabalho. “ ser reflexivo é muito mais do que descrever o que foi feito em aula, mas sim, questionar sobre situações práticas como base de sua formação”.
Mesmo sabendo das inúmeras dificuldades, das inseguranças e da falta de recursos, a escola deve adotar princípios inclusivos para oferecer uma educação de qualidade para todos os alunos com ou sem necessidades educacionais especiais . As ações da escola devem ser pautadas na solidariedade, cooperação e compartilhamento com todos que estão envolvidos direta e indiretamente no processo educativos destes educandos.
Inclusão educacional é o direito à igualdade de oportunidades, o que não significa um “modo igual” de educar a todos e sim de dar a cada um o que necessita, em função de suas características e necessidades educacionais. E para que as escolas mudem, para que se caminhe para uma educação de qualidade e Inclusiva, urge que abandonemos a idéia de conceber os alunos por suas deficiências e fazê-lo por suas possibilidades; que a aprendizagem do aluno realmente seja o foco mais importante da escola; que seja garantido o tempo e condições para que todos possam aprender; que seja oferecido um atendimento educacional especializado; espaços sejam abertos para que a cooperação, o dialogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico serem exercitados; a formação continuada e a valorização do professor seja uma constante; e que as práticas de ensino sejam modificadas para atender as diversidades. Sendo assim, ninguém “deve se sentir bonzinho por ter agido assim”, como diz Claudia Werneck
Educação inclusiva significa que os alunos com deficiência estão sendo ensinados no mesmo contexto curricular e instrucional com os demais colegas de sala de aula. Materiais curriculares comuns podem precisar ser adaptados, mas somente até o nível necessário para satisfazer as necessidades de aprendizagem de qualquer aluno. O conhecimento se constrói e se transforma conforme o indivíduo vai tendo oportunidades.
Vale o que os alunos são capazes de aprender e o que lhes podemos oferecer de melhor, para que se desenvolvam em um ambiente verdadeiramente estimulador de suas potencialidades
Iniciamos em uma caminhada que, embora esteja de acordo com os novos paradigmas da educação, ainda não atende o que estabelece a Constituição Federal em seu artigo 208 que referenda: “ atendimento especializado” para melhor atender às especificidades dos alunos portadores de necessidades educacionais especiais.
Nossa maior tarefa é garantir uma escola que não exclua nenhum aluno de suas classes, de seu convívio escolar. Todos tem possibilidades de aprender freqüentando uma mesma turma.
Para uma Inclusão bem sucedida tanto depende do desejo do professor, dos pais assim como do desejo do aluno querer fazer ou não esta mudança. O poder das políticas públicas poderá contribuir para criar espaços, assegurar direitos e deveres, promover projetos mais eficientes, mas não dá garantia nenhuma sobre uma verdadeira inclusão entre pessoas se de fato não nos envolvermos. Envolver dá trabalho, leva a responsabilidade e compromisso, é caminhar a passos curtos. “Aonde não exista afeto de fato não há relação humana possível e portanto não haverá Inclusão”.
“Estamos diante do “encontro - ou confronto - de duas culturas distintas। Uma é a nossa, da maioria, cultura dos dominantes ou considerados normais। Outra é a cultura de quem até hoje dominado, rotulado de deficiente. Estamos em crise. Bem vinda “CRISE” São crises da lucidez. Sem passar por elas a sociedade inclusiva será uma farsa”(Claudia Werneck)
[1] Diretora da Escola de Educação Especial Santa Rita de Cássia – APAE Charqueadas/RS, Professora do Curso de Pedagogia ULBRA/SJ, Doutoranda em psicologia Evolutiva e da Educação pela Universidade de Santiago de Compostela – Espanha.
REFERÊNCIAS ALARCÃO, Isabel। Escola Reflexiva e Nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001
__________em entrevista a Nova Escola। Disponível neste endereço : novaescola.abril.uol.com.br/ ed/154_ago02/html/fala_mestre.htm
MARINA S. RODRIGUES ALMEIDA. CONVERSANDO SOBRE ESCOLA INCLUSIVA [online] Disponível na internet via WWW URL: http://www.educacaoonline.pro.br/art_conversando_sobre_escola_inclusiva.asp
MEC - Ministério de Educação - Secretaria de Educação Especial POlÍTICA NACIONAl DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, Brasília MEC - SEEDSP 1994।
MANTOAN, Maria Tereza Eglér e colaboradores, INTEGRAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - editora Memnon edições científicas Itda, 1997।
___________। Inclusão escolar: o que é? Por quê? Com o fazer?. São Paulo : Moderna, 2003. (coleção cotidiano escolar).
Mídia e Deficiência - Brasília Andi, Fundação Banco do Brasil 2003- série diversidade।
Ministério da Justiça - DECLARAÇÃO DE SALAMANCA E LINHA DE AÇÃO SOBRE NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS - Brasília, corde, 1997।
WERNEC, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997
FONTE: http://escolaeinclusao.blogspot.com/
Imagem: Revista da Educação Especial
Imagem: Revista da Educação Especial
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