O avanço nas pesquisas em adultos portadores de TDAH tem trazido à tona a importância de um correto e preciso diagnóstico sobre a doença depois da infância, já que os tratamentos disponíveis trazem resultados quase imediatos quando o assunto é melhorar a qualidade de vida. Uma das últimas novidades na área foi a atualização dos critérios de diagnóstico, modificados para a mais recente edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) — publicação da Associação Americana de Psiquiatria adotada como principal guia internacional para a determinação das doenças mentais. Nesta atualização, de 2013, houve uma redução em relação à quantidade de sintomas necessários para o diagnóstico em adultos, já que eles tendem a atenuar alguns dos traços comportamentais.
— Manifestações de hiperatividade, como correr, escalar móveis e outros sintomas característicos de crianças, não são necessários para identificar o transtorno em adultos, por exemplo. Eles sofrem mais da sensação de inquietude, como não conseguir relaxar em momentos de descanso — explica o psiquiatra Paulo Mattos.
Além disso, a idade limite para o início da manifestação dos sintomas também foi alterada. Antigamente, eles deveriam aparecer até os sete anos. Hoje, este limite foi estendido para os 12 anos já que, segundo o especialista, muitos adultos portadores da doença têm dificuldade de se lembrar dos comportamentos atípicos antes dos sete anos.
Os tratamentos realizados hoje para pacientes portadores do transtorno, tanto adultos quanto crianças, são baseados em medicamentos psicoestimulantes, como a ritalina e a anfetamina. O psiquiatra Eugenio Grevet explica que, apesar de não ter cura, o TDAH é uma doença que ainda precisa de muitos estudos, pois em torno de 15% dos pacientes que realizam um tratamento contínuo por cerca de sete anos param de apresentar os sintomas mesmo depois de deixar de tomar o medicamento.
Para Cleber Ferrari, o tratamento de dois anos com medicamentos e acompanhamento de especialistas significou uma mudança radical em sua vida. Sentindo-se mais “enquadrado” na sociedade, ele adquiriu a confiança para ingressar em cursos de pós-graduação e, principalmente, de estudar para um concurso, do qual já foi aprovado.
FONTE: http://tutores.com.br/blog/
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