domingo, 19 de junho de 2016

GRANDES IMPERADORES - NERO



     Os relatos da perseguição aos cristãos por Nero são em grande parte atribuídas ao historiador Tácito, que tinha laços com a elite do Senado. Na época da morte do imperador, Tácito tinha apenas 12 anos. Como se sabe, os senadores odiavam o imperador a tal ponto que trataram de deturpar sua imagem para a posteridade.

     Nero nunca enviou cristãos para serem devorados no Coliseu. Esse é o outro mito sobre o imperador que parece não se sustentar diante dos fatos. A explicação: o Coliseu foi construído depois da sua morte. Tudo indica que recebeu esse nome em razão da estátua de Nero que havia em local próximo, o Colossus Neronis.

     O Colossus Neronis (Colosso de Nero) era propriamente uma estátua de bronze de 31,4 metros encomendada pelo próprio imperador. Representava Nero como o deus sol e simbolizava o seu poder sobre a terra e a água. Para efeito de comparação, a novaiorquina Estátua da Liberdade possui 33,6 metros.

     Chamado de Domus Aurea (Casa Dourada), o palácio de Nero foi construído numa área destruída pelo incêndio que devastou Roma (detalhe: a causa pode ter sido natural). Possuía um colosso na entrada, um grande lago, jardins com animais e um retiro imperial com 150 cômodos. Os jardins eram abertos aos cidadãos comuns.
 
Cena do filme "Quo Vadis"
 
 
     Nero era um populista antes da palavra populismo tornar-se popular, vamos assim dizer. Chegava a convidar gente do povo para comer no palácio e frequentava bordéis. Incitava brigas de rua e e vez ou outra participava dos Jogos Olímpicos gregos.

     Nero foi responsável por obras como palácios, ginásios, mercados e canais. Para construí-los, desapropriou terras e cobrou taxas dos mais ricos, enfurencendo grande parte da elite romana.

     As últimas palavras de Nero antes de ter a garganta cortada por um súdito foram: “Que artista morre comigo!”.

     O imperador era tão querido pelo povo que Oto, seu sucessor, adotou o nome Oto Nero com vistas a aumentar a sua popularidade.

    Assim como algumas pessoas ainda acreditam que Elvis não morreu, muitos romanos acreditavam que Nero permanecia vivo. Chegaram a surgir impostores que se diziam ser o próprio imperador.

     Problemas mentais pareciam muito comuns entre os imperadores romanos (Calígula, Heliogábalo…). Os historiadores estão há muito intrigados com isso. Mas pesquisas recentes apontaram uma provável causa: o chumbo. Esse elemento teria afetado a saúde não apenas dos imperadores, mas de muitos ricos e poderosos. Eles bebiam água em utensílios e jarras de chumbo, levada até suas vilas por tubulações de chumbo. A quantidade de chumbo presente na água encanada romana continha 100 vezes mais esse elemento do que a água das nascentes.

Fontes: Wikipédia, El País, História Viva, National Geographic Brasil, Guia do Estudante.

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