O cinema sempre
se deu bem com Shakespeare. As suas peças, além de atemporais e
universalmente apelativas possuem regra geral todos os ingredientes
necessários à transposição para o grande écran. Depois de duas
adaptações anteriores (uma americana, realizada por George Cukor em
1936, com Leslie Howard e Norma Shearer e outra italo-inglesa que Renato
Castellani dirigiu em 1954, com Laurence Harvey e Susan Shentall) a
mais célebre das obras do dramaturgo inglês conheceu a sua versão
definitiva neste filme de Franco Zeffirelli.
Realizado em 1968, ano de todas as manifestações juvenis, “Romeu e Julieta”
identificou-se de imediato com toda uma geração através da sua beleza,
poesia e encantamento, tornando-se rapidamente um grande sucesso em todo
o mundo. Franco Zeffirelli,
um realizador da segunda linha do cinema italiano, então com 45 anos,
acertou em cheio ao escolher dois jovens ingleses desconhecidos (Olivia
nasceu em Buenos Aires, Argentina, mas mudou-se para Inglaterra aos 7
anos com a mãe e o irmão mais novo) para viverem o amor eterno dos
amantes de Verona. Com 18 e 17 anos na altura, Leonard Whiting e Olivia
Hussey imortalizaram para sempre a obra de Shakespeare, a ponto dos seus
rostos terem desde então assumido os contornos imaginários dos
personagens da peça.
Outro dos grandes
trunfos do filme é a banda sonora, assinada por Nino Rota (1911-1979),
esse sim, um dos grandes maestros e compositores italianos. Colaborador
por excelência de Federico Fellini (“La Strada”, “Notti di Cabiria”, “La
Dolce Vita”, “81/2”, “Roma”, “Amarcord”) e Luchino Visconti (“Rocco e i
Suoi Fratelli”, “Il Gattopardo”) foi através da trilogia “The
Godfather” de Francis Coppola que o seu nome ficou conhecido do grande
público. A sua filmografia é impressionante, atingindo aqui, em “Romeu e Julieta” um dos pontos altos da sua vasta carreira.
Existem várias
versões para o tema principal do filme: a original, “What Is A Youth”,da
autoria de Eugene Walter (cantada no filme por Glen Weston), a versão
inglesa, “A Time For Us”, com letra de Larry Kusik e Eddie Snyder (que
foi a mais popular de todas com dezenas de interpretações ao longo dos
anos) e ainda duas versões italianas - uma chamada “Ai Giochi Addio”,
com versos de Elsa Morante (interpretada por cantores líricos como
Luciano Pavarotti ou Natasha Marsh) e outra “Un Giorno Per Noi”, que era
uma tradução literal de “A Time For Us”.Também são conhecidas muitas
versões instrumentais do tema – Henry Mancini conseguiu liderar o Top
Americano com a sua própria versão, em 28 de Junho de 1969.
ALGUMAS CURIOSIDADES:
Para recriar o período Renascentista do século XV (no qual a peça tem lugar), o filme foi rodado inteiramente na Itália:
- em Artena, no Palácio Borghese (cena da varanda)
- na Tuscania, na igreja de São Pedro
Para recriar o período Renascentista do século XV (no qual a peça tem lugar), o filme foi rodado inteiramente na Itália:
- em Artena, no Palácio Borghese (cena da varanda)
- na Tuscania, na igreja de São Pedro
(cenas da igreja e do jazigo)
- na cidade de Pienza, em Siena (cenas de rua
- na cidade de Pienza, em Siena (cenas de rua
e do palácio (Piccolomini) dos Capuleto
- na cidade de Gubbio, em Umbria (cenas de lutas)
Franco
Zeffirelli ofereceu o papel de Romeu a Paul McCartney que o recusou
alegando não se querer envolver como ator, sobretudo num clássico.
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O filme rendeu cerca de 50 milhões de dólares em 1968/69 e foi o escolhido para ser apresentado na 22ª Gala Real em Londres.
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Em Fevereiro de 1998 a revista Cosmopolitan incluiu “Romeu e Julieta” numa lista dos 10 filmes mais românticos de todos os tempos.
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Em Fevereiro de 1998 a revista Cosmopolitan incluiu “Romeu e Julieta” numa lista dos 10 filmes mais românticos de todos os tempos.
CONTINUA...
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