Um novo estudo aponta que bebês que nascem com problemas de saúde têm maiores chances de necessitar de educação especial quando adolescentes.
A saúde do bebê pode ser observada logo após o nascimento, através do “índice de Apgar”. Os médicos utilizam o índice um e cinco minutos após o nascimento. Essa avaliação é uma medida do quão bem o bebê fez a transição da vida intra-uterina.
O baixo índice de Apgar pode significar que algo deu errado durante o parto, como a privação de oxigênio em algum momento. Ele é importante para ver como o bebê e seu cérebro estão se comportando.
A avaliação – que inclui teste de coração, pulmão e função cerebral – tem uma escala que vai de 0 a 10. A nota máxima significa que o bebê respira perfeitamente bem, tem ritmo cardíaco rápido o suficiente e bons reflexos.
Agora, cientistas descobriram que os bebês que tem notas baixas na avaliação podem ser relacionados com dificuldades escolares na adolescência.
Os pesquisadores analisaram dados de cerca de 900 mil bebês nascidos entre 1973 e 1986. A maioria das crianças tinha índice de Apgar normal, variando de 9 a 10. Apenas 1% tinha pontuação abaixo de 7 e um terço destes eram abaixo de 4, indicando sérios problemas imediatos.
No total, cerca de 23 mil dessas crianças estavam indo para uma escola de educação especial aos 16 anos de idade. Crianças com um índice de Apgar abaixo de 7 tinham o dobro de chances de ir para escolas especiais comparadas a crianças com altos índices. Já as crianças que tiveram pontuações extremamente baixas, como 2 ou 3, eram cerca de três vezes mais propensas a precisar de educação especial.
Alguns fatos já conhecidos sobre bebês com nota muito baixa no Apgar é que eles têm maior risco de morrer logo após o parto, e também são mais propensos a desenvolver paralisia cerebral.
A pesquisa sugere que os pais devem ficar alertas caso o filho tenha apresentado baixo desempenho do índice de Apgar. Mas sem desespero: apenas 1 em cada 44 bebês com uma pontuação abaixo de 7 vai necessitar de educação especial no futuro. Isso demonstra que, mesmo sendo um indicador importante, o índice de Apgar não pode ajudar a prever quais crianças vão precisar de mais ajuda na escola.
Os cientistas explicam que o índice de Apgar pode ter um impacto cerebral futuro, mas as crianças nascidas com baixo índice não devem ser tratadas como um grupo separado. Cada uma deve ser tratada individualmente, tanto em suas necessidades médicas como na capacidade acadêmica.
Stephanie D’Ornelas
Reuters
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