Nos anos 80, uma das febres da gurizada eram os álbuns de figurinhas que a gente comprava nas bancas de revistas. O meu primeiro álbum quem me deu foi meu pai, quando eu tinha 5 anos. Era do filme E.T, que eu havia acabado de assistir no cinema (primeiro filme que eu vi nas telenoas, diga-se de passagem).
Não sei o que era melhor: se era a sensação de abrir os envelopes e ver as figurinhas, se era a emoção de ir colando-as uma a uma (mesmo que tortas as vezes, visto que um guri de cinco anos não tem lá uma grande coordenação motora fina), ou se era de ir acumulando as figuras repetidas num bolo que só crescia e que depois a gente podia trocar com os amiguinhos ou coleguinhas de escola.
O fato, é que era muito bom tudo aquilo. O segundo álbum que comprei foi um da "turma da Mônica", do Maurício de Souza. A partir dalí, passei a ler gibis e a colecioná-los também. Ou seja, os álbuns me incentivaram a ler.
Mais tarde, entrei na febre do universo DC (dos heróis como Super Homem, Batman, Mulher Maravilha, etc) e comecei a colecionar um álbum chamado"Super-Heróis". O legal desse álbum era que ele, contava também as histórias de cada herói, o que nos anos 80 era uma preciosa donte de informação, visto que ainda não tínhamos o querido amigo google...
Aí, um belo dia fui na banca para comprar mais figurinhas dos "Super-Heróis" (que estava incompleto), e o jornaleiro disse:
- Esse álbum acabou, parou de vir... Mas tem esse outro, de heróis também...
Mostrou-me um álbum diferente dos demais, no formato e na cor, e que tinha um homem barbudo com uma lança na capa. Chamava-se "OS HERÓIS DA TERRA".
Comprei no ato e ali começou a minha paixão por história. Era um álbum que contava a história da humanidade através das civilizações (Egito, Grécia, Roma, Astecas, Maias, etc). Eu devia ter uns 8 anos de idade.
Mais tarde, vieram os álbuns de figurinhas sobre jogadores de futebol, e esses eram legais de colecionar porque todo mundo tinha, e dava para jogar bafo com as figurinhas no recreio. O último álbum que lembro de ter colecionado foi o da novela "que rei sou eu?", que também tinha um formato diferente por tratar-se de um poster onde a gente ia colando as figurinhas. A partir daí, achei que estava muito velho para ir em banca atrás de figurinhas, e aposentei esse hobby.
Dinheiro posto fora? Grana que poderia ter ido para uma caderneta de poupança? Desperdício? Não, certo que não... Considero aquilo como um investimento, mesmo que na época eu não tivesse a mínima noção disso... Graças aos meus álbuns passei a ler gibis e a gostar de história... Era uma pequena forma de estimular a gurizada a ter prazer com a leitura desde cedo. E não venham me dizer que hoje é mais difícil, que concorrer com internet e play é praticamente impossível... No meu tempo também tinha o ATARI e a TV, e mesmo assim a meninada curtia colecionar cromos autocolantes, como eram chamados. Tudo uma questão de organização, cada prazer ao seu tempo e na sua hora.
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