No verão não tem jeito. A garotada procura qualquer “poça d’água” onde possa se refrescar e, na ânsia de aplacar o calor e se divertir, não avalia os perigos que o mar, piscina e lagoas podem oferecer. Por isso, todo cuidado é pouco em locais desconhecidos e reforçar essa orientação aos filhos é essencial.
Nesta época do ano o índice de acidentes em águas rasas aumenta muito no Brasil. As causas são diversas, mas na maioria dos casos a pessoa “mergulha de cabeça” sem conhecer o local e a profundidade. Nos casos mais graves a vítima pode sofrer Traumatismo Raqui-Medular, um trauma na coluna que pode desligar totalmente as conexões de mensagens do cérebro para os membros, e a pessoa pode ficar paraplégica ou tetraplégica.
Episódios como este acontecem com muita frequência. Segundo dados do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas (Faculdade de Medicina da USP), o mergulho em água rasa é a 4ª causa de lesão medular no Brasil. E em época de verão, o acidente ocupa a segunda maior incidência do país. Os números preocupam especialistas porque a cada semana 10 pessoas ficam paraplégicas ou tetraplégicas ao bater a cabeça em mergulhos, incidência de 60,9% do total dos casos.
Para Marcelo Perocco, neurocirurgião especializado em coluna os cuidados começam na prevenção de acidentes. “Antes de mergulhar em um local desconhecido é recomendável verificar a profundidade, se adaptar ao local e dar a primeiro o mergulho em pé. Caso aconteça o acidente é muito importante que o socorro seja feito o mais rápido possível, caso contrário as chances de a vítima ficar tetraplégica são ainda maiores, o socorro rápido pode evitar quadros mais graves”, alerta o especialista.
A coluna cervical é um dos órgãos mais vulneráveis do corpo humano e quando sofre um grande impacto há grandes chances de todo o corpo ficar paralisado. “Esse tipo de acidente é mais comum do que se imagina, às vezes uma brincadeira de verão pode trazer sequelas para toda vida. Recentemente recebi o caso de um paciente que chegou ao hospital tetraplégico por ter bebido demais, numa brincadeira ele se jogou na piscina de casa de cabeça”. – conta o neurocirurgião.
Recomendações de socorro
Nunca mergulhar de cabeça em um local onde não se conheça a profundidade;
Ao socorrer uma vítima de mergulho em água rasa primeiro verifique se a pessoa está respirando;
Imobilize com muito cuidado a cabeça/pescoço do acidentado, deixe-o com os braços para baixo e espere o socorro chegar;
Os primeiros socorros devem ser realizados por uma pessoa que entenda da situação da vítima, ou então é mais seguro esperar o socorro chegar, é importante nunca levar a vítima para o hospital por meios próprios, se não for imobilizada de maneira correta o quadro do acidentado pode se agravar;
O mais importante no socorro de uma vítima de acidente em água rasa é que ela seja socorrida o quanto antes, o tempo conta muito para que a vítima tenha mais chances de se recuperar.
Fonte: Bonde/ Ser Lesado, foto SBN
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