Há cinco
anos, o búlgaro Darek Fidyka, 40 anos, foi esfaqueado e ficou paralisado da
cintura para baixo. Dois anos depois, passou por uma inédita cirurgia de
transplante de células nervosas do próprio nariz para a medula espinhal. Agora
ele começa a recobrar os movimentos dos membros inferiores e já dá os primeiros
passos para abandonar o andador. É o primeiro caso de recuperação de um
rompimento total dos nervos da coluna vertebral.
Enquanto
a maior parte do sistema nervoso dos mamíferos (incluindo os humanos, claro)
não tem capacidade regenerativa, as células nervosas do nariz (chamadas
neurônios receptores olfativos) vivem em constante substituição. Isso porque
elas são expostas o tempo todo a diversas substâncias químicas presentes no ar.
Para não perdermos a capacidade de sentir cheiros, essas células vivem apenas
de seis a oito semanas, e depois disso são substituídas. Foi justamente essa
propriedade que foi transferida à lesão medular de Fidyka.
Geoffrey
Raisman, professor do Instituto de Neurologia do University College de Londres
e responsável pela descoberta da regeneração das células olfativas, explica
como funciona o processo: “Nós transplantamos as células para permitir que as
fibras nervosas cortadas na medula espinhal cresçam em toda a lesão. É como a
reparação de uma estrada: não adicionamos carros, só colocamos uma ponte sobre
o problema na estrada para que os carros que estão
bloqueados possam atingir toda a área danificada”.
Fonte: Revista Galileu
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