É impressionante a cena! No filme “Pearl
Harbour”, o paraplégico presidente Franklin Delano Roosevelt levanta-se,
em um ímpeto, da cadeira de rodas e, irado, refuta em voz alta a
afirmação dos seus generais.
Os membros do estado maior das forças
armadas norte-americanas afirmavam ser impossível bombardear Tóquio com
aeronaves decolando de porta-aviões estacionados em algum lugar do
Oceano Pacífico, a uma distância razoável da costa japonesa.
Espantados, os almirantes e generais
foram convencidos a preparar o bombardeio, naquele momento dramático, em
que Roosevelt queria uma desforra ao surpreendente ataque japonês que
liquidou a sua esquadra naval e aérea norte-americana, matando milhares
de soldados.
Considerado pela medicina incapaz de
erguer-se sobre as próprias pernas, aquele gesto impossível do famoso
Presidente tornou possível a operação aérea que arrasou instalações da
indústria bélica nipônica.
Vejo, pela internet, na edição do “New
York Times” que o governo norte-americano acaba de autorizar a venda de
exoesqueletos, que permitirá a todas as pessoas que foram vítimas de
lesões da medula espinhal abandonarem as suas cadeiras de rodas e
sentar, ficar de pé e caminhar, inicialmente com o uso de muletas.
Rigorosíssima no licenciamento de novos
remédios e aparelhos de saúde, a FDA (Administração Reguladora de
Medicamentos) autorizou a comercialização do Rewalk, depois de
prolongados e meticulosos testes em trinta pacientes.
É um aparelho motorizado que, colocado
nas pernas e no torso, permite aos paraplégicos o movimento dos quadris,
dos joelhos, dos tornozelos e da caminhada.
O nome exoesqueleto quer dizer: esqueleto
externo, um “esqueleto” movido à micro-eletrônica, produto da mais
avançada tecnologia ortopédica, que vai realizar o sonho de mobilidade a
milhares de pessoas.
Nos Estados Unidos - informa a reportagem
- cerca de duzentas mil pessoas sofrem com algum tipo de lesão na
medula, muitos deles com paraplegia completa. Esses, que vivem
confinados às suas camas, podem agora aspirar a andar, dirigir
automóvel, praticar esportes e trabalhar até mesmo em funções mais
exigentes de movimentos.
A próxima geração dos exoesqueletos será a
dos “bioinspirados”, que é dotado de biossensores capazes de detectar a
intenção do movimento que quer fazer o paciente.
Não passarão muitos anos, microchips
instalados no cérebro do paraplégico transmitirão sua vontade de
mover-se, e, com essa informação, fazer com que o exoesqueleto faça o
devido acionamento.
Como todo produto tecnológico, no início
seu preço será elevado. Mas, a cada ano, esse preço vai cair
vertiginosamente, como ocorreu com os telefones celulares, os aparelhos
de CD, de DVD e de TV com tela de plasma.
A minha certeza (não uma mera esperança!)
é de que esses novos produtos tornar-se-ão acessíveis aos que deles
precisam, dentro de apenas uma década.
O grande show dessa nova revolução na
medicina foi dado, em São Paulo, na abertura da Copa do Mundo, quando o
paraplégico João Pinto deu o chute inaugural, acionado por um
exoesqueleto.
A Bíblia Sagrada narra que Jesus fez o milagre de curar o paralítico. Agora o faz, por intermédio da ciência.
Luiz Henrique da Silveira - Senador da república - imprensa@satc.edu.br
FONTE: http://www.notisul.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário