A avaliação inicial da criança com Síndrome de Down deve ser holística,
sendo importante estar alerta aos problemas associados à síndrome, tais
como hipotonia, redução da força muscular, hipermobilidade articular,
pés planos, escoliose, alterações respiratórias, instabilidade
atlânto-axial, doença cardíaca congênita, deficiências visual e
auditiva, presença de doenças convulsivas. Com esses dados, o
fisioterapeuta é capaz de analisar as necessidades de cada criança e de
sua família, planejando orientações e intervenções apropriadas para cada
situação.
O principal objetivo da fisioterapia é
criar condições para explorar o potencial motor da criança,
direcionando-a nas sucessivas etapas do desenvolvimento motor e
auxiliá-la na aquisição de padrões essenciais e fundamentais do
desenvolvimento, preparando-a para uma atividade motora subseqüente mais
complexa. Os objetivos específicos são determinados de acordo com a
faixa etária ou fase do desenvolvimento. Para alcançar esses objetivos
são utilizados métodos que propiciarão maior independência,
autoconfiança e ampliação da relação com o meio ambiente.
O objetivo da fisioterapia não é tentar
igualar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com síndrome de
Down ao de uma criança comum nem exigir da criança além do que ela é
capaz, mas auxiliá-la a alcançar as etapas desse desenvolvimento da
forma mais adequada possível, buscando a funcionalidade na realização
das atividades diárias e na resolução de problemas.
A estimulação bem estruturada pode
promover o desenvolvimento da criança, minimizando suas dificuldades e
evidenciando a possibilidade de melhores respostas à experiência e
adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos. A estimulação
adequada torna consciente pra a criança os gestos da vida diária.
Os primeiros meses de vida são
fundamentais para a estruturação de nossas potencialidades: as primeiras
expressões do bebê são essencialmente motoras grande variedade de
pequenos movimentos que fazem parte de um sistema complexo e organizado
que irá influenciar no seu bem-estar, presente e futuro. Os primeiros
movimentos são reflexos, porém, durante o seu desenvolvimento, a criança
os refinará e os tornará mais precisos, reunindo todas as sensações
motoras para chegar a gestos globais, tais como erguer a cabeça,
sentar-se e ficar em pé.
A criança necessita de pré-requisitos
para conseguir passar adequadamente para etapa seguinte do
desenvolvimento neuropsicomotor, não se deve tentar pular fases para
adiantar o processo, até mesmo porque a criança terá apenas prejuízos.
De que adianta andar precocemente se ela é incapaz de se equilibrar ou
manipular objetos de forma ordenada? A criança necessita de segurança e
controle motor para avançar em seu desenvolvimento.
É importante ressaltar que cada criança tem seu próprio ritmo de
desenvolvimento, que deve ser percebido e respeitado. A deficiência não
determina como será o desenvolvimento de ninguém. Cada síndrome tem suas
próprias características e cada criança as apresentará de forma
diferente. O que importa é respeitar a individualidade da criança e
determinar a linha de tratamento a partir disso.
O Conceito Neuroevolutivo Bobath é um
dos mais adequados ao tratamento das crianças com Síndrome de Down por
estar de acordo com os objetivos do trabalho realizado com bebês. O
trabalho de correção postural é realizado com crianças e adolescentes
através de métodos ortopédicos e de reeducação postural global, como
Iso-stretching e RPG.
FONTE: http://www.apsdown.com.br
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