domingo, 23 de junho de 2013

A VOLTA DO PAVÃO MISTERIOSO



      Ricardo Linhares já tinha escrito mais da metade da nova versão de "Saramandaia", adaptação da obra de Dias Gomes (1922-1999) que estreia amanhã na Globo, na faixa das 23h, quando viu explodir nas ruas do país uma trama bem parecida com a sua.
      "Vejo esses protestos como uma insatisfação generalizada contra políticos, e é exatamente disso que trata a novela", disse o autor por telefone, na última terça -duas semanas após receber a Folha em seu apartamento de frente para a praia de Ipanema.
      "Quando comecei a escrever os capítulos, em outubro, já sentia essa revolta contra tudo e contra todos que está em ebulição no mundo. A novela começa com o 'Occupy o Coreto' e os personagens dizem que estão vivendo a 'primavera saramandense'."
      O caráter político já fazia parte da obra de Dias Gomes, escrita logo após a censura à sua "Roque Santeiro" (1975).
      Exibida no ano seguinte, "Saramandaia" incorporou alguns personagens da trama proibida -como o professor que vira lobisomem- e se destacou pelas metáforas usadas para driblar a ditadura e por levar à TV o chamado realismo mágico, com personagens extraordinários.
      "Não faria sentido refazer uma obra dessa sem referências à nossa vida política. O Dias era um cara político e o realismo mágico se caracteriza pela crítica social e política", diz Linhares, que incluiu referências ao mensalão e a outros episódios recentes.


COMÉDIA
      Ele frisa, no entanto, que sua versão é uma comédia. "Não é como 'Anos Rebeldes' [1992, na qual foi um dos colaboradores de Gilberto Braga], que queria documentar realmente aquela situação [a ditadura militar brasileira]."
      Linhares propôs à Globo fazer um "remake" há cerca de oito anos. Quando consultou o material original, viu que ele "não tinha tramas, era como se fossem esquetes", e criou um fio condutor inédito -a Globo divulga a novela como sendo "livremente inspirada na obra original de Dias Gomes".
      "Criei uma história de amor e ódio entre duas famílias, por três gerações."
      Linhares diz ter aproveitado "os personagens emblemáticos do Dias" [veja ao lado] e criado outros, também com traços de realismo mágico -como o de Lilia Cabral, que se derrete por amor, e o de Tarcísio Meira, que criou raízes de tanto ficar sentado.
      Para isso, valeu-se de algo que o autor original não tinha a seu dispor: efeitos especiais criados em computador.
      Tudo que a primeira versão tinha de tosca na hora de mostrar gente voando ou botando formigas pelo nariz, a nova "Saramandaia" promete de surpreendente. Com 57 capítulos (contra 160 da original) de meia hora cada -a exceção é o primeiro, de uma hora-, tem o tamanho que o autor considera ideal.
      A novela marca ainda os 30 anos de Linhares na Globo, onde passou pela oficina de autores dirigida por Dias Gomes, antes de escrever obras como "A Indomada" (1997), com Aguinaldo Silva, e "Insensato Coração" (2011), com Gilberto Braga.

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br

sábado, 22 de junho de 2013

DIREITOS AUTORAIS


Entrevista com Deborah Stajnberg

Por Maria Helena Esteban

Em linhas gerais, o que todo autor deveria saber – ou nunca se esquecer – em relação à proteção de sua obra?

Embora a lei não determine obrigatoriamente o registro, é muito mais fácil a defesa dos direitos de autor se a obra estiver registrada. O autor deve ter muito cuidado ao apresentar essa obra, até para possíveis patrocinadores. Antes, ele deve
registrar na Biblioteca Nacional. Porque o que acontece, às vezes, é de uma pessoa ficar interessada pelo projeto, ter uma ideia do que aquele autor escreveu e depois montar com outra equipe.


Qual é a melhor forma de proteger material escrito, como textos em geral, peças teatrais e roteiros?

Registrando na Biblioteca Nacional.

 

O registro de uma obra na Biblioteca Nacional não é obrigatório para seu uso ou publicação. Sendo facultativo, quais as vantagens deste registro?

A vantagem é que no caso de conflito ou dúvida sobre a autoria da obra, o registro facilita muito a defesa.

 

Quando a obra não é registrada na Biblioteca Nacional, quais cuidados o autor deve ter?

Deve fazer um termo de responsabilidade para ser assinado por todos os que vierem a ter acesso àquela obra.

 

Nos casos de obra sem registro, se necessário, o que é aceito como comprovação de autoria?

Qualquer meio de prova permitido em Direito: documentos, testemunhas etc. Já tivemos, inclusive, um caso assim, em que as testemunhas chegaram a ensaiar com a equipe antiga e puderam dizer sobre a montagem com outras pessoas.

 

Em casos similares, embora quase ninguém mais faça manuscritos, serviriam esboços anteriores, apontamentos desse trabalho?

No processo que citei anteriormente, tinha a própria troca de e-mail do diretor com a produtora e foi aceito como prova, porque demonstrava que ele, o diretor, havia tido acesso à obra do autor.

 

No caso que acaba de relatar, a pessoa teve acesso à obra com autorização do autor; e em casos em que a pessoa tenha acesso sem autorização do autor e a obra não esteja registrada?

Vai passar pelo mesmo procedimento. Você vai ter que provar em juízo. Pode ser através de testemunhas, outros manuscritos anteriores ou os próprios arquivos de computador.
 

Até que ponto podemos classificar uma obra como similar a outra? O que caracteriza o plágio?

Isso é da maior subjetividade, pois fora do contexto é impossível sabermos se houve plágio ou não. O ideal é um perito fazer tal aferição.

 

Por ser o plágio uma questão de subjetividade, qualquer pedido inicial de denúncia de plágio é aceito? A pessoa pode, a partir de seu próprio entendimento de que é um plágio, pleitear um direito de autoria?

O plágio tem esse caráter de subjetividade, você tem que analisar vários aspectos. Não é só porque na minha história tem uma fada e na sua tem uma fada que é um plágio; não é só porque a minha história se passa numa terra de duendes e a sua também que é um plágio. O juiz analisa muitos aspectos ao julgar um processo de plágio. Ele vê não apenas se o fio condutor da história é idêntico e não similar; como, às vezes, se houve um contato de uma pessoa com a outra... porque coincidências ocorrem. Na novela “O Clone”, não teve uma moça que processou a Glória Perez, dizendo ter escrito um livro anteriormente com gêmeos e clone? Houve um problema desse tipo... E o juiz não entendeu como plágio, avaliou que aquela era uma ideia muito genérica, que a clonagem humana é um tema atual.
 


Em quais fatos concretos um autor deve se basear para uma ação de plágio?

Ganhar um processo de plágio pode ser muito complicado. Você tem que produzir provas realmente fortes e, muitas vezes, envolve situações difíceis de provar.



Existe algum tipo de contrato ou cessão de direitos que possa transferir totalmente para outrem os direitos de um autor?

Não, o autor é senhor-possuidor de direitos morais que impedem tal situação. A cessão de direitos patrimoniais, que garantem o recebimento de
remuneração, ele pode até ceder. Agora, os direitos morais de autor, que estão lá no artigo 24, ele não pode ceder, não são negociáveis.



É possível que a destinação de uma obra – de autor vivo – seja totalmente administrada por terceiros, sem que seu autor seja consultado?

Não. De autor vivo, não. O autor é sempre senhor de sua obra. O Roberto Carlos, por exemplo, não autoriza a gravação das músicas dele para quase ninguém. Depois que ele morrer, caberá aos herdeiros manter esse tipo de posicionamento ou não.

 

Quando uma obra é revendida, com obtenção de lucro, o autor deve voltar a ser remunerado?

Sim. Podemos tomar como exemplo as telenovelas, quando são vendidas para outro país, o autor tem direito de ser novamente remunerado.  É direito de sequência.

 

Hoje, uma mesma obra pode ser utilizada em diversas mídias. Como conciliar a utilização delas? Um contrato firmado especificamente para uma mídia (livro, por exemplo) até que ponto restringe novos contratos, para suportes diferentes (como internet, televisão etc. )?

Os contratos de direitos autorais devem ser interpretados restritivamente. Então, se estiver estipulado que aquela obra só é liberada para ser prensada em livro, para ela virar e-book tem que ter outro contrato, outra autorização.



Então, vamos a outro exemplo, no caso de um contrato entre um autor e uma editora para a publicação de um livro, se o autor quiser fazer uma adaptação para teatro, ele não precisará da autorização da editora que publicou o livro?

Em tese, não. Mas tem que ver também o que está no contrato com a editora, porque a editora pode ter previsto essa situação. Mas se o contrato for apenas para publicação de livro, não tem problema nenhum.

 

Como o autor deve proceder quando o contrato previr a utilização específica em uma mídia e for utilizado para outra?

Quando o contrato especificar uma mídia e a obra for utilizada em outra,  o autor tem o direito de fazer cessar esse uso indevido, que é  o uso, por exemplo, de uma obra prevista para ser impressa em uma mídia digital. Ele tem que ser ressarcido também por perdas e danos.

 

Qual impacto teve a internet para a questão do direito autoral?

As pessoas passaram a ter acesso a todo um conteúdo que antes não tinham, porém ainda não há consciência plena de que o autor tem que se retribuído.



Qual o fórum competente para questões de direito do autor?

Depende muito da situação. O Código de Processo Civil dita as regras gerais desta competência que, geralmente, é da Justiça Estadual. Mas, por exemplo, quando se discute o título da obra, se uma das partes tem aquele título registrado como marca, no INPI, aí a discussão vai para a vara federal, porque obrigatoriamente o INPI tem que estar presente nessa demanda como consorte passivo. Mas se for uma discussão entre nós duas, por exemplo, aí é no foro estadual.

 

E quando a violação se dá fora do local de residência do autor?  Vamos supor que o autor more no Rio de Janeiro e tenha conhecimento que no Rio Grande do Sul aconteceu a violação de seus direitos, e não tenha como se deslocar? Ou se a violação se der em outro país?

O autor pode ajuizar a causa no local de sua residência, até mesmo contra a violação de seus direitos em outro país. É apenas mais demorado, as citações são por carta rogatória.

 

E para questões autorais que envolvam a internet e que possam estar fora do domicílio do autor? Como agir?

Geralmente a jurisprudência tem entendido ser competente o local do ato ou fato que teve repercussão na violação aos direitos de autor.



De que forma deve se tratar uma obra que contenha referências a obra de outros autores, como trechos de textos, poemas inteiros, musicas etc.?

Sempre citar a fonte, contudo não é possível aceitar a reprodução integral de uma obra e, como a lei não especificou o que são pequenos trechos, sempre há riscos. Você deve se lembrar de liberar essas citações com a editora ou detentor dos direitos. Um exemplo clássico, que dou para meus alunos, é com aquela música “Canteiros”, do Fagner, que no meio cita um poema da Cecília Meireles. O que eles tinham que ter feito? A gravadora tinha que ter pedido às herdeiras de Cecília Meireles para conceder aquele texto para ser usado no meio da música. Como não fizeram, foram processados e as herdeiras ganharam a ação. Então, quando for uso de obra de outro autor, mesmo que seja citação, tem que pedir autorização. É sempre necessário.

 

Existe a possibilidade de se abrir mão de recebimento de direito autoral?

Sim, porém isso deve ser feito pelo autor e com todas as formalidades legais. Não acontece muito nas obras literárias, acontece mais nas obras musicais. Tem gente que não quer fazer parte do sistema. Por exemplo, a pessoa não quer se afiliar a uma das sociedades arrecadadoras do ECAD. Então, ela tem que chegar no ECAD e preencher um formulário, dizendo que ela não quer receber direitos autorais  de execução pública. Porque no Brasil, no caso das músicas, a gente tem um sistema monopolista, onde você só recebe direito de execução pública se for filiado a uma das sociedades que compõem o ECAD.  Não tem problema o autor renunciar, agora, quando o autor falece, a obra passa a ser uma herança. Temos um caso aqui no escritório em que o herdeiro era herdeiro único. Quando o pai morreu, ele não quis receber os direitos autorais. Então, ele ajudou a montar uma fundação. Todos os direitos autorais são destinados a custear a fundação dedicada à memória do pai dele. Você pode fazer isso, é juridicamente possível.

 

E quando o autor quer ceder o direito autoral para uma situação específica, por um período. Como deve proceder?

É só limitar claramente no contrato as questões de prazo e de forma. Se você limitar no contrato, está tudo bem.

 

Quando cessa o direito de autor?

Os morais nunca cessam. Os patrimoniais, 70 anos contados de 1º de janeiro do ano subseqüente a morte do autor.

 

O que transforma uma obra em objeto de domínio público?

Quando ultrapassa o referido prazo de 70 anos após a morte, como descrito anteriormente, porém apenas  os direitos patrimoniais caem em domínio público, os morais não.

 

Quais são as punições previstas por desrespeito ao direito de autor?
São cíveis e penais. O artigo 184 do Código Penal prevê detenção, reclusão ou multa para o infrator. Há também sanções administrativas, como multas aplicadas, por exemplo, pelo ECAD.



Gostaria de fazer considerações finais?

Que os autores procurem sempre se informar com especialistas antes de firmarem qualquer documento, pois o que vemos são contratos ou termos mal redigidos porque o autor deu para um parente ou um amigo “dar uma olhada”. Se não puder procurar um advogado especializado, procure as entidades, procure a SBAT, o ECAD , a AUTIVIS , que é dos artistas visuais... Procure a sua entidade ou a Biblioteca Nacional. Hoje em dia, com a internet, você descobre tudo. Você não pode ter desleixo com a sua obra. A sua obra é sua obra, você tem cuidar com o maior cuidado, o maior carinho. A sua obra é o que vai ficar. Você vai embora, mas sua obra vai ficar. Eu sempre digo isso para os clientes do escritório: você, nós todos vamos embora, mas a obra vai ficar.

 

 Que bibliografia sobre direito autoral indicaria para quem deseja se aprofundar no tema?

Eu sugiro os dois volumes do Eduardo Salles Pimenta “Princípios de Direito Autoral” (RJ: Ed. Lumen Juris, 2004), o livro “Direito Autoral” do José de Oliveira Ascensão (RJ: Ed Renovar, 1997), o “Direito de Autor” do Carlos Alberto Bittar (RJ, Ed.Forense Universitária, 2008). Tem ainda o “Direito de Autor” do Eduardo Lycurgo Leite (Brasília:Ed.Brasília Jurídica,2004) e o meu livro “O Show não pode parar” (RJ: Ed Espaço Jurídico, 2003).
Há uma relação bibliográfica na página oficial do Ministério da Cultura.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

ERA UMA VEZ UM CONTO DE FADAS INCLUSIVO EM SÃO PAULO




      Festinha que as crianças da Escola Leonardo Villas Bôas (São Paulo-SP) fizeram para encerrar  o projeto de Inclusão onde trabalharam com a coleção "Era uma vez um conto de fadas inclusivo".





      Muito legal mesmo ver as crianças com os livros! E mais legal ainda foi ver as mensagens que eles gravaram e que a professora Maria Isabel trouxe até Porto Alegre!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

REVOLTA DO VINTÉM



      Revolta do Vintém foi um protesto ocorrido entre 28 de dezembro de 1879 e 4 de janeiro de 1880, nas ruas do Rio de Janeiro, capital do império brasileiro, contra a cobrança de vinte réis, ou seja, um vintém, nas passagens dos bondes, instituída pelo ministro da fazenda, Afonso Celso de Assis Figueiredo, futuro Visconde de Ouro Preto. Aos gritos de "Fora o vintém" a população espancou os condutores, esfaqueou os burros, virou os bondes e arrancou os trilhos ao longo da Rua Uruguaiana.
      A estatística de feridos e mortos não é precisa, estima-se entre 15 e 20 feridos e entre 3 e 10 mortos. Desgastado, o ministério caiu, tendo o novo ministério revogado o tributo.
      No final de 1879, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil Imperial, assistiu a deflagração de uma revolta de caráter eminentemente popular. Um levante de aproximadamente cinco mil manifestantes se colocou em frente o campo de São Cristóvão, sede do palácio imperial, para exigir a diminuição da taxa de vinte réis (um vintém) cobrados sobre o transporte público feito pelos bondes de tração animal que serviam a população.
      Contidos pelas autoridades policiais, os revoltosos esperavam uma resposta de um dos principais líderes daquele protesto: o jornalista Lopes Trovão. O imperador, que prometia abrir negociação para resolver a contenda, teve seu pedido negado pelo jornalista republicano que adotou uma nova estratégia. Lançando seus argumentos no jornal Gazeta da Noite, Lopes Trovão convocava a população carioca a reagir com violência contra a medida imperial.
      No primeiro dia do ano seguinte, data em que o valor seria oficializado, novos levantes seriam organizados pelos populares simpatizantes à causa. Mais uma vez incitados por Lopes Trovão, uma massa de revoltosos se dirigiu até o Largo do São Francisco, local de partida e chegada da maioria dos bondes. A presença de autoridades policiais só aumentou o clima de tensão instaurado. Impacientes, os revoltosos começaram a gritar “fora o vintém”, esfaquear mulas e espancar os condutores dos bondes.
      Os policiais, sem condições de fazer oposição ao protesto, logo pediram o auxílio das autoridades do Exército. A chegada das tropas exaltou ainda mais os ânimos da multidão, que passou a lançar pedras contra a cavalaria oficial. Ameaçados pela turba, os oficiais abriram fogo contra a multidão. Em pouco tempo, a saraivada de tiros dispersou os manifestantes a custa de uma dezena de mortos e feridos. Passado o calor dos acontecimentos, o motim popular foi completamente desarticulado nos dias posteriores.
      O alvoroço trazido pelo episódio trágico forçou as autoridades e companhias de bonde a anularem o reajuste do transporte. Na verdade, essa medida de reajuste era um reflexo das medidas orçamentárias tomadas pelo governo mediante a recessão econômica experimentada no ano de 1877. Nesse sentido, a cobrança do vintém atingia em cheio o bolso de setores médios e baixos da população do Rio de Janeiro. Mesmo não sendo uma revolta de caráter republicano, a Revolta do Vintém foi um indício das mudanças sociais, políticas e econômicas dos finais do governo de Dom Pedro II.

FONTE: Wikipedia

ESTUDO REVELA CONEXÕES CEREBRAIS FRACAS EM CRIANÇAS AUTISTAS


      O estudo publicado na revista Actas da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos (PNAS) sugere, pela primeira vez, que a razão pela qual as crianças com autismo mostram uma falta de sensibilidade à voz humana pode se vincular a circuitos defeituosos nos centros de recompensa do cérebro.
      "Uma conexão cerebral fraca pode impedir as crianças com autismo de experimentar o discurso como algo agradável", disse Vinod Menon, um dos autores do estudo e professor de Psiquiatria e Ciência do Comportamento na Universidade de Stanford, Califórnia (oeste).
      Os pesquisadores fizeram imagens cerebrais por ressonância magnética de 20 crianças com um tipo alto de autismo. Elas têm um coeficiente intelectual normal, podem falar e ler, mas mostram dificuldades na conversa e na compreensão de sinais emocionais.
      Ao comparar as imagens com as de 19 crianças sem autismo, os cientistas descobriram que os cérebros dos menores com autismo mostravam baixas conexões com regiões do cérebro que liberam dopamina em resposta a recompensas.
      No lado esquerdo do cérebro, as crianças autistas mostraram conexões fracas com o núcleo accumbens e a área tegmental ventral. Já no lado direito, no córtex de voz seletiva, onde são detectados os sinais vocais e de tom, havia um conexão fraca com a amígdala cerebral, que processa os sinais emocionais.
      Os pesquisadores também determinaram que uma conexão mais baixa supõe uma pior capacidade de comunicação.
      "A voz humana é um som muito importante. Não apenas dá significado, mas proporciona informação emocional fundamental para uma criança", afirmou outro autor, Daniel Abrams, um pesquisador de Pós-Doutorado em Psiquiatria em Stanford.
      "Somos os primeiros a mostrar que essa falta de sensibilidade pode ser resultado de problemas de sistemas de recompensa no cérebro", completou.
      Os resultados também sustentam a teoria de que as pessoas com autismo têm um déficit na motivação social que explica sua falta de atenção às vozes e às palavras, em vez de um déficit sensorial que lhes impede de ouvir palavras.
      "É provável que as crianças com autismo não prestem atenção às vozes porque não são gratificantes, ou emocionalmente interessantes, o que afeta o desenvolvimento de sua linguagem e de suas habilidades de comunicação social", disse Menon.
      "Descobrimos um circuito cerebral anormal que está por trás de um déficit básico no autismo. Nossas descobertas podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para esse transtorno", acrescentou.
      Investigações adicionais também podem revelar se uma terapia chamada Treinamento de Resposta Essencial (PRT, do inglês "Pivotal Response Training"), que tenta motivar as crianças a usar a linguagem para a interação social, tem algum efeito no fortalecimento desses circuitos cerebrais.
      O autismo, um transtorno do desenvolvimento cada vez mais diagnosticado, afeta uma em cada 88 pessoas nos Estados Unidos.

FONTE: Rede Saci

domingo, 16 de junho de 2013

SAINDO DO ARMÁRIO

     
 
      E o povo brasileiro está saindo do armário. O que há por trás das manifestações que explodiram no país? Indignação, com certeza. Aí vem o Arnaldo Jabor dizer que quem está na rua protestando são filhos da classe média que não valem nem vinte centavos. Historicamente, grandes revoluções (e aí vamos desde a farroupilha até a francesa) foram arquitetadas pelas oligarquias contrárias a uma ordem e pela classe média. Nos anos de chumbo da ditadura militar, foram os filhos da classe média que foram para as ruas protestar contra o regime, que deram suas caras a tapa e que foram mortos e torturados. Numa sociedade que marchava com Deus pela família, os rebeldes que engrossavam as passeatas eram vistos como comunistas e desordeiros. A história, felizmente os redimiu.
      Agora, enquanto vivemos o auge de uma democracia confusa e controversa, a facção do povo que está na rua protestando entre outras coisas por vinte centavos (sim, vinte centavos faz a diferença na vida de milhões de brasileiros que não estarão nos estádios assistindo aos jogos da Copa onde se investiu bilhões de reais), é chamada de baderneira. Aí vem aquele discurso pronto e redondinho que muitos reproduzem sem pensar: “acho legal protestar, mas de uma forma pacífica”, ou então “não pode depredar o patrimônio público”. Infelizmente, num campo de batalha, a violência de ambos os lados acontece. Quem começou? Foram os PMS (assalariados e sem treinamento) ou foram os baderneiros? Nem um, nem outro... Quem começou isso tudo está longe das avenidas e das ruas. Quem começou isso tudo esteve nas nossas casas, nos horários políticos e nos prometeu que lutaria pelos nossos direitos. Queimar ônibus, incendiar lixeiras e pichar monumentos é legal? Claro que não. Alguém pagará por isso e não serão os políticos que ontem nos seduziam em suas campanhas e que agora jogam a polícia contra o povo com bombas e cacetetes. E desviar dinheiro público é legal? E senador ficha suja é legal? E gastar bilhões de reais com uma Copa do Mundo que está transformando o país num enorme canteiro de obras inacabadas e feitas as pressas enquanto se diminui o salário de professores no nordeste é legal?
      Infelizmente, para as nossas autoridades políticas, manifestações pacíficas e controladas nunca foram motivo de preocupação, afinal, tudo no Brasil é esquecido. Agora, quando se vai pra rua gritar, trancar avenidas e se manifestar, as autoridades se assustam. Faltando um ano para um evento internacional que voltará os olhos do mundo para o país do futebol, parece que timidamente, o povo brasileiro começa a sair do armário da mudez e da apatia e a se assumir como brasileiros que somos. Começou aqui em Porto Alegre, foi para Goiânia e chegou até São Paulo e Rio de Janeiro.  
      A “Revolta dos 20 centavos”, como talvez ficará conhecida essa onda de manifestações pelo país no futuro, carrega consigo mais do que o valor simplório de 20 centavos. Ela sinaliza um alerta e um basta a todo esse circo de corrupção e impunidade onde o povo é sempre a principal vítima.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

LAJEADO - 11 FESTIVAL DO LIVRO

  

      Segunda-feira, dia 10 de junho cheguei em Lajeado para participar do 11 Festival do Livro do Colégio Sinodal Gustavo Adolfo. Ao entrar no centro comunitário onde estava acontecendo o evento, fui surpreendido por alguns dos meus pequenos leitores, que ao me verem, me reconheceram e prontamente gritaram: "Cristiano Refosco! É ele!"  Explico: eles me reconheceram por causa da foto minha que existe nos livros da coleção "Era uma vez um conto de fadas inclusivo".


     

     
      Subir no palco e encarar mais de 500 alunos foi uma experiência única na minha vida. Além das minhas falas, realizei com as crianças algumas dinâmicas relacionadas às deficiências, assisti apresentações dos trabalhos que os alunos realizaram em sala de aula e por fim, participei de uma sessão de autógrafos.

     

     
      Parabéns pelo evento, Colégio Sinodal Gustavo Adolfo! Adorei ter colaborado!

terça-feira, 11 de junho de 2013

COMO LIDAR COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

 


Faça contato verbalmente. A primeira forma de aproximação de um cego é fazer contato verbal. Pode tocá-lo se for o caso. Ao se afastar, dê um toque para avisar que vai se distanciar e não deixá-lo falando sozinho.

Não tem problema convidá-los para espetáculos. Pode chamar amigos cegos para ir ao cinema ou teatro. “Um amigo que enxerga se interessou por uma amiga cega e perguntou o que eles poderiam fazer. Quando falei cinema, ele tomou um susto e disse: ‘Não me leve a mal, mas o que vamos fazer lá?’ Respondi: “Passear no shopping, comer pipoca... não é só a tela. São vários estímulos. E se ela tiver alguma dúvida sobre o filme, você explica baixinho”, conta Renato.

Não pegue no braço, muito menos no da bengala. Se for oferecer ajuda para um cego atravessar a rua, o correto é dar o ombro, andar de braços dados ou fazer uma concha com a mão para ele colocar o cotovelo e sentir que tem apoio.

Ajuste sua velocidade à dele. A velocidade é muito importante, pois todo deficiente visual caminha de forma lenta e com precaução.

Mostre a casa. Se for receber um deficiente visual em sua casa, faça uma visita monitorada pelos cômodos e explique a localização das mobílias. Isso lhe dará autonomia. As portas devem estar sempre abertas ou fechadas, nunca entreabertas.

Não toque na bengala. A bengala é o olho do deficiente visual, nunca tente guiá-lo puxando-a.



FONTE: IG

NÃO SE ESQUEÇA!





domingo, 9 de junho de 2013

HISTORICANDO - LEONARDO DA VINCI - PARTE 4



      Em 1502 Leonardo passou a trabalhar para César Bórgia, filho do Papa Alexandre VI, atuando como arquiteto e engenheiro militar, e viajando por toda a Itália com seu patrão; Retornou à Florença, onde voltou a fazer parte da Guilda de São Lucas, em 18 de outubro de 1503; recebeu a encomenda de um retrato: a Mona Lisa,   Após mercenários suíços expulsarem os franceses em 1512, Massimiliano Sforza filho de Ludovico, ascende ao poder, e Leonardo fica sem patrono. No ano seguinte é convidado por Giuliano de' Médici filho do il Magnifico, para viajar para Roma, que está sobre o controle do Papa Leão X, um Médici. De setembro de 1513 a 1516 Leonardo passou a maior parte do seu tempo vivendo no Belvedere, no Vaticano, em Roma.  Em outubro de 1515, Francisco I da França reconquistou Milão;
      Foi de Francisco que Leonardo recebeu a encomenda de construir um leão mecânico, que pudesse caminhar para a frente, e abrir seu peito, revelando um ramalhete de lírios. Em 1516 passou a trabalhar diretamente a serviço de Francisco, e foi-lhe concedido o solar de Clos Lucé, próximo à residência do rei, no Castelo de Amboise. Foi aqui que ele passou os três últimos anos de sua vida, acompanhado por seu amigo e aprendiz, o conde Francesco Melzi, e sustentado por uma pensão de totalizada 10.000 escudos. Leonardo morreu em Clos Lucé, em 2 de maio de 1519.

Mona Lisa


FONTE: Wikipedia

sexta-feira, 7 de junho de 2013

COMO LIDAR COM PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS



      Responda sinceramente: é um deslize dizer a um cadeirante “corre aqui um minuto”? E pedir para um deficiente visual “dar uma olhada” em alguma coisa? Ao contrário do que muita gente imagina, não. As expressões citadas não são um tabu, muito menos uma ofensa, para quem tem uma deficiência física ou visual. Mas para quem não tem, sim.
      “Dizer para um cego ‘perceba isso aqui tactilmente’ seria um verdadeiro absurdo’”, explica João Álvaro de Moraes Felippe, 59 anos, professor de orientação e mobilidade da Laramara, Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual.
      A orientação geral diz que devemos tratar as pessoas com deficiência com naturalidade e respeito às particularidades de cada uma. Mas, na prática, muita gente com boa vontade já tropeçou no próprio desconhecimento ao abordar um deficiente.
     Hoje a inclusão social é garantida por diversas leis, mas há 15 ou 20 anos não era comum ver este público em escolas ou no mercado de trabalho. “Não se sabe lidar direito com deficientes porque as pessoas não conviveram com cegos, surdos ou mudos na escola, desde criança”, opina o deficiente visual e revisor de braille Renato José, 32.
     Com o tempo, as nomenclaturas para designar as pessoas com deficiência física mudaram, refletindo a nova visão sobre o tema. “Invalidez” ou “portadora de deficiência” caíram em desuso e hoje são termos inadequados. Ainda assim, a nomenclatura também passa por um crivo pessoal. “Tem gente que fica ofendida de ser chamada de cadeirante. Eu já me identifico”, diz a psicóloga, publicitária e deputada federal Mara Gabrilli, tetraplégica em razão de um acidente de carro.
      Nas ruas, como relatam os deficientes ouvidos pela reportagem, as pessoas geralmente são bem intencionadas ao oferecer ajuda. “Mas muitas vezes acabam atrapalhando”, atesta o aposentado Nelson Gradim, deficiente visual, 74 anos. Um dos erros mais comuns cometidos com os deficientes visuais é agarrar o braço que segura a bengala. “Este é o olho do cego, é preciso tocar no outro braço”, explica.
     A falta de informação e o descumprimento das leis também são um obstáculo para os cegos. Dono de um cão-guia, o labrador Simon, o radialista Alberto Pereira, 36, já passou apuros para chegar a tempo em seus compromissos. “Encontro dificuldade quando preciso de um táxi. Por mais que tenha uma lei, que diz que o cego pode circular com o cão por qualquer lugar público, o taxista normalmente não aceita fazer a corrida. Ele não entende que é um cachorro limpo e treinado”, conta.
      Já as pessoas com Síndrome de Down descrevem outro tipo de erro clássico: a abordagem “regredida”, aquela fala com tom de quem se comunica com uma criança. O engano é tão comum que foi tema de um vídeo da campanha “Dê uma ajudinha a si mesmo, reveja seus conceitos," estrelado por Ariel Goldemberg, ator do filme "Colegas".
      O ator Breno Viola, também do filme “Colegas” e faixa preta de judô, conta que, quando precisa de ajuda, não hesita em pedir. Mas deixa claro que se vira muito bem sozinho. “Sempre perguntam se eu preciso que contem o dinheiro na hora de pagar alguma coisa. Mas para ajudar a ganhar meu dinheiro ninguém se oferece”, ele brinca, aos risos.
      “Esquece, não foi nada” é uma frase proibida na conversa com um deficiente auditivo. Muitas vezes, o interlocutor prefere deixar o assunto para lá por medo de ser insistente. Mas a atitude certa é justamente a contrária. “Tudo é importante para quem não ouve. Simplesmente repita o que foi dito até a pessoa entender”, sugere Paula Pfeifer, blogueira e autora do livro “Crônicas da Surdez”.
      Para os cadeirantes, um problema comum é ver alguém apoiado na cadeira de rodas durante uma conversa. Se não há intimidade, o gesto é inadequado, pois a cadeira é uma extensão do corpo do deficiente. “Mas tem o outro lado também. Se é alguém que eu gosto muito, e tenho intimidade, vejo como uma maneira de aproximação”, diz Mara.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

HISTORICANDO - LEONARDO DA VINCI - PARTE 3

     


      Em 1476, Leonardo da Vinci, juntamente com mais três alunos do ateliê de Verrocchio, foram acusados de sodomia; segundo a acusação referente a Leonardo, ele teria tido relações homossexuais com Jacopo Saltarelli, um jovem de 17 anos muito popular à época em Florença como prostituto. Diante, no entanto, da falta de provas concretas que confirmassem semelhante acusação, Leonardo foi absolvido. 
       Em 1478 foi-lhe encomendada a pintura de um retábulo para a Capela de São Bernardo, e a Adoração dos Magos, em 1481, para os monges de San Donato a Scopeto.
      Foi nesta época que Leonardo da Vinci escreveu uma carta a Ludovico, citada frequentemente, na qual ele descreve as coisas diversas e maravilhosas que ele conseguia realizar no campo da engenharia, e informando o seu senhor que ele também podia pintar.
      Leonardo continuou a trabalhar em Milão, entre 1482 e 1499. Recebeu a encomenda de pintar a Virgem dos Rochedos para a Confraria da Imaculada Conceição, e a Última Ceia para o mosteiro de Santa Maria delle Grazie.
      Trabalhou em diversos projetos para Ludovico, incluindo o preparo de carros alegóricos e desfiles para ocasiões especiais  e o projeto de uma cúpula para a Catedral de Milão.  Ao retornar para Florença, em 1500, foi recebido, juntamente com sua família e criadagem, pelos monges servitas do mosteiro de Santissima Annunziata, onde tinha à sua disposição um ateliê. Foi ali que, de acordo com Vasari, ele criou o desenho da Virgem, o Menino, Sant'Ana e São João Batista - uma obra que conquistou tanta admiração que homens e mulheres, jovens e velhos vinham vê-la, em massa, como se estivessem frequentando um grande festival.

Adoração dos Magos

FONTE: Wikipedia